Bastaram três jogos para que o futebol de Valdiran, objetivo e repleto de pedaladas, caísse definitivamente nas graças da torcida.
Na arquibancada de São Januário, o grito por Alex Dias, antigo ídolo que deixou o clube ainda neste ano sob a alcunha de traidor, virou passado.
Na moda - e de bem com a massa -, está o novo dono da camisa 7, autor de dois gols na goleada sobre o Botafogo (PB) , pela Copa do Brasil.
- O torcedor a gente já conhece como é: um dia ele te aplaude, e no outro, se você joga mal, ele te xinga.
Não tem problemas. Sempre mantive o ritmo onde passei, e no Vasco não será diferente - disse Valdiran.
Até o apoio de Romário o jovem atacante, o mais ilustre cidadão da pequena Canhotinho (PE), de 25 mil habitantes, já conquistou. Não é raro ver, durante os treinos e os jogos, o Baixinho aplaudindo os lances de Valdiran, mesmo os errados.
- O Romário é uma boa pessoa e um grande jogador. Espero me entrosar ainda mais com ele.
O empolgante começo de Valdiran - três gols em três partidas - vai dar trabalho, no bom sentido, para o técnico Renato Gaúcho. No dia 5 de março, Edilson estará pronto para fazer sua estréia no ataque ao lado do Baixinho. Sai Valdiran?
- Bom, eu estou aqui para fazer um bom trabalho, né? Acho que só o Renato pode responder isso.
Além da boa fase, o atacante tinha ontem um motivo a mais para estar sorridente, já que estava esperando a chegada da esposa e da filha ao Rio. Com a mesma velocidade com quem tem driblado os adversários e a desconfiança da torcida vascaína, Valdiran vai tornando seu futebol mais falado na imprensa do que o seu passado tortuoso.
- O Vasco é um clube grande, e eu já sabia que se me destacasse, a mídia me colocaria para cima.
Quanto a isso, estou tranqüilo. Chegar até aqui não foi fácil. Passei por muitas dificuldades antes. Mas, na vida, a gente só aprende sofrendo.