Futebol

Torcedor do Vasco ajuda jovem flamenguista a comprar material escolar

Quando você ouvir a expressão ‘sem clubismo’, lembre-se desta história. O policial militar Luiz Carlos Gadelha, 30 anos, é torcedor fanático do Vasco. Há uma semana, ele estava em uma loja de eletrodomésticos no Segundo Distrito de Rio Branco, capital do Acre, quando foi abordado por um garoto, de 11 anos, que vendia doces com o intuito de conseguir dinheiro para ajudar na compra do material escolar dele e dos irmãos (cinco ao todo).

O policial comprou os doces, mas não se satisfez apenas com aquela ajuda. Neste sábado, decidiu tomar a iniciativa de ir mais a fundo, entrou em contato com a mãe do jovem, chamado Wallysson Willian, o encontrou numa rua da cidade onde esle estava vendendo os doces, e o levou para uma papelaria para comprar o tão desejado material. O relato a seguir é dado por Gadelha, sobre os momentos com o garoto.

- O que me chamou a atenção mesmo foi a finalidade da venda dos produtos pra poder comprar o material escolar dele. Eu não sou um cara rico, financeiramente falando, mas graças a Deus sou rico de saúde e tenho condições acordar cedo todo dia, trabalhando, na batalha, e resolvi conhecer um pouco mais da história. Me sensibilizei com a história dele e resolvi dar uma ajuda, um empurrãozinho no sonho dele de poder estudar dignamente. Marquei um dia com ele, coloquei no carro e fomos até a papelaria pra comprar o material que estava precisando. Pra minha surpresa, a primeira coisa que ele chegou e pediu pro vendedor é se tinha um caderno do Flamengo – conta.

Gadelha diz que achou interessante o amor dele pelo rubro-negro carioca e, pela situação inusitada, por ser vascaíno e comprar material do principal rival do seu clube de coração. Por isso decidiu compartilhar a história com os amigos através das redes sociais. Em 23h, a postagem já tinha mais de 1 mil curtidas e 37 compartilhamentos.

- Olhei assim pra ele, sem preconceito, mas pelo fanatismo, pelo amor que tem pelo time dele. Independente de clubismo, achei interessante. O vendedor mostrou os modelos, ele escolheu o que mais gostou. Aí, lápis do Flamengo, borracha do Flamengo, apontador do Flamengo. Achei interessante a situação, por isso resolvi compartilhar nas redes sociais. Não pelo fato de ajudar alguém porque acho que isso não é o foco. Quis mostrar o fato de eu ser tão vascaíno assim, de amar de coração, praticamente fanático pelo Vasco e, de repente, estar comprando artigos do arquirrival, que jamais me imaginei comprando. Mas pela causa, pela ajuda ao garoto, abri uma exceção – comenta.

O policial militar revela ainda que a satisfação principal foi de ver o sorriso no rosto de Wallyson, que chegou a dizer que talvez não tivesse condições de comprar todo material que precisava.

- Deu pra ver no rosto dele o sorriso, a alegria que ele tinha. Querendo ou não hoje as coisas estão ficando cada vez mais caras e ele me falou que talvez não tivesse condições de comprar o caderno que queria, talvez não tivesse condições de comprar o material que queria para estudar. E aquilo me emocionou. Fiquei pensando quanta gente deve ter aí que não tem nem o que comer. E quantos garotos da idade dele estão entrando pro caminho errado. E hoje o que ele mais quer é apenas uma oportunidade de estudar com um material digno. Quantas crianças estão perdidas pro mundo do crime. Particularmente, posso dizer com propriedade, por conta da minha profissão, praticamente todo dia vejo a degradação da família. E quem mais sofrem com isso são as crianças, que acabam entrando pro caminho errado por falta de oportunidades, de escolhas. Mas fiquei muito feliz em poder ter ajudado ele. Saímos da papelaria e fomos à malharia pra comprar a farda dele – revela.

Luiz Carlos Gadelha destaca que a ação pode não ser muito para ele ou para quem tem melhores condições de vida, mas acredita que para o jovem vai fazer muita diferença. E espera que no futuro, o jovem que ajudou possa se tornar um homem de bom caráter que também possa ajudar a alimentar os sonhos de outras crianças. E que o ato praticado por ele inspire outras pessoas.

- Pra gente pode não ser muita coisa, mas pra ele tenho certeza que aquilo vai ficar marcado, vai ser uma coisa que vai levar na memória. E quem sabe, no futuro, ele se tornar um grande profissional, um grande homem, e possa ajudar a realizar o sonho de outras pessoas, cuidando de outras pessoas. Não sei se foi o dever cumprido, mas dei uma pequena contribuição pro futuro dele. Pode ser que não se torne um médico, pode ser que não se torne um advogado. Mas, no futuro, se ele se tornar um homem de grande caráter, isso é o mais importante. Espero que sirva de exemplo para outras pessoas.

Para finalizar, o policial militar ressalta que fez a postagem não para ter mídia, mas para mostrar a situação envolvendo torcedores de clubes rivais e deixa uma mensagem de esperança de um futuro melhor para o Acre e para o Brasil.

Já fiz outras ações para ajudar pessoas, mas não é uma coisa que a gente fica querendo mídia. Postei mais pela situação do clubismo, de eu ser fanático pelo Vasco e ele pelo Flamengo. Independente disso, o importante é que o sonho dele continua sendo alimentado e que outras pessoas possam também alimentar o sonho de outras crianças. Quem sabe no futuro, esse alimento de sonhos possa se tornar um alicerce por um Brasil melhor, por um Acre melhor. Tanta violência, tanta influência negativa, não custa nada a gente mostrar pra sociedade que as crianças ainda são o futuro do nosso país – finaliza.

“Foi benção”, diz o jovem Wallysson

De família humilde, Wallysson mora com a mãe Maria Janete, 28 anos, e outros quatro irmãos em Rio Branco. Ele vende algo todo início de ano para ajudar a mãe na compra do material escolar e diz ter encontrado com Luiz Carlos Gadelha foi coisa de Deus. A Via Chico Mendes, onde os dois tiveram o primeiro contato, não é uma rota de rotina no seu trajeto quando está nas ruas vendendo os produtos.

- Um homem falou pra mim: porque você não vende lá pela Via Chico Mendes, aí fui. Chegando lá, aconteceu isso. Foi benção.

Flamenguista por causa do pai, ele diz que pretende manter a amizade com o policial militar, mas garante que não há possibilidade de trocar de time, mesmo se for oferecido o material escolar do Vasco.

- Aceito o material, mas não mudo de time – comenta aos risos.

A mãe, que é do lar, conta que é a primeira vez que uma ajuda tão expressiva como essa acontece. A felicidade e a gratidão são expressadas nas palavras.

- A gente nem esperava, e ele ainda comprou a farda. Não é todo mundo que ajuda assim não. Ainda mais vir pegar o Wallysson, colocar dentro do carro dele. Vendo nossa situação, agradeço ele – conclui.

Fonte: ge
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