Torcida

Torcida organizada do Vasco tinha manual para atacar rivais

Vinte e oito integrantes das torcidas Fúria Jovem, do Botafogo, e Força Jovem, do Vasco, foram presos quinta-feira por equipe da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), na Operação Cartão Vermelho. Sete — sendo um adolescente — foram indiciados pela morte do líder da Jovem Fla, Germano Soares da Silva, 44 anos, espancado dia 16 de novembro por integrantes das duas torcidas na região da Praça 15, no Centro.

Três pessoas ainda estão foragidas. O bando tem 31 integrantes de classe média, indiciados por formação de quadrilha, homicídios e corrupção de menores. Todos estão com prisão temporária decretada: os envolvidos na morte de Germano, por 30 dias, e os demais, por cinco. Entre os presos estão um fuzileiro naval e o irmão de um promotor público. A quantidade de menores envolvidos assusta: dos 28 capturados, metade tem menos de 18 anos.

Imagens de câmeras dos prédios da área mostram a truculência dos grupos, que transformaram as ruas do Centro em praça de guerra naquele dia. Torcedores do Vasco e do Botafogo aparecem armados com paus, barras de ferro, morteiros, pedras e faca. Até uma cadeira foi usada como arma. O confronto, que saiu da Praça 15 para as principais ruas do Centro, parou o trânsito por 10 minutos.

Na ocasião, além de Germano, outros torcedores também ficaram feridos.

Os acusados de matar Germano são: o segundo sargento fuzileiro naval Aleksander dos Santos Barbosa, o Chernobil; Guilherme Guimarães de Andrade; Jonathan Fernandes dos Santos;Mauro Ribeiro de Paiva; Robson Moreira da Cruz; e Rafael da Silva Rodrigues, que está foragido, além de um menor. Apontados como líderes da torcida vascaína, Robson aparece nas imagens jogando pedras no grupo rival, e Rafael, segurando blusa que testemunhas dizem ser de Germano, tirada dele depois de espancado.

Também foi flagrado participando da guerra, segurando um pedaço de pau, o vascaíno Chernobil, que comandou um segundo ataque aos torcedores flamenguistas. Ele aparece correndo na direção do local em que Germano foi agredido.

Já Mauro é botafoguense, mas por ser amigo de integrantes da torcida vascaína costuma ir aos jogos do Vasco com membros de seu grupo, o que aconteceu dia 16. Segundo a polícia, ele já responde a processo por homicídio e tentativa de homicídio ocorridas em brigas entre grupos rivais.

Robson, Jonathan e o menor foram reconhecidos como agressores de Germano.

Agora, um dos principais alvos da DPCA é o lutador de de Muay Tai Leonardo Scorza, o Russo. Ele aparece nas imagens do confronto segurando uma cadeira e uma faca. O lutador também foi flagrado no lugar onde Germano foi agredido. Ele terá a prisão pedida.

“Há um propósito claro de que eles saem de casa para praticar crimes. Isso há muito tempo já saiu da lesão corporal e agora é homicídio. Por que os clubes ainda facilitam a vida desses torcedores, fornecendo salas e ingressos? Há até consumo de drogas entre eles”, disse o delegado-titular da DPCA, Deoclécio Francisco de Assis. O inquérito que apura a morte de Germano tem ao todo 520 páginas.


Como matar um flamenguista

Durante a Operação Cartão Vermelho, os policiais apreenderam, na sede da Ira Jovem, do Vasco, fotos em que os torcedores dão ‘aulas’ de ‘como matar um flamenguista’. Nas imagens, os vascaínos aparecem simulando dar facada e pontapés num colega vestido como se fosse torcedor do Flamengo. A lição foi posta em prática dia 16: Germano foi violentamente espancado com barras de ferro, pedaços de pau, pedras e até cone de trânsito.

Em conseqüência, ele teve todos os ossos da face e o crânio quebrados e perdeu massa encefálica. Desacordado, foi despido pelos agressores e teve a carteira e o celular roubados. Levado em estado gravíssimo para o Hospital Souza Aguiar, teve morte cerebral no dia seguinte e morreu cinco dias depois.

Germano era um dos fundadores da Jovem Fla. Por diversas vezes se envolveu em brigas. No dia em que foi espancado, havia dito à mãe, Sandra de Souza: “Hoje eu vou morrer ou vou ser preso.”

Ele tinha passagens pela polícia: três vezes por agressão, uma por ameaça e outra por tentativa de homicídio. Numa das brigas em que se envolveu, levou facada na cabeça. Germano ficou preso por um mês após briga, em 2005, em que botafoguense foi morto, em Barra do Piraí.

Fonte: O Dia Online
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