O Vasco está perto de concretizar uma troca importante na zaga. Nesta quarta-feira (13), o clube acertou a venda de João Victor ao CSKA, da Rússia, e encaminhou a contratação de Carlos Cuesta, do Galatasaray, da Turquia. As transferências dos dois jogadores devem ser anunciadas nos próximos dias.
Mas as duas negociações não devem acabar com os problemas do Vasco na defesa. Antes mesmo de encaminhar a venda de João Victor, o Vasco já buscava um zagueiro para reforçar o elenco.
Desde antes da abertura da janela de contratações, a diretoria do Vasco havia identificado que o clube precisava de mais um zagueiro para o elenco. Atualmente, além de João Victor, o Cruz-Maltino conta com Lucas Freitas, Maurício Lemos e o jovem Luiz Gustavo.
O clube também tem Lucas Oliveira no plantel, mas o jogador está fora dos planos de Fernando Diniz e a diretoria tenta negociar a saída. Oliveira, contratado no começo da temporada, não foi nem sequer relacionado para partidas após o Mundial de Clubes.
Com poucas opções de qualidade, nos últimos jogos Fernando Diniz tem improvisado Hugo Moura na posição. O volante, inclusive, já foi titular na zaga, sendo escolhido na frente de outros zagueiros do elenco.
Com a saída de João Victor e a chegada de Carlos Cuesta, o Vasco continua com o mesmo número de zagueiros à disposição do técnico Fernando Diniz. E seguirá com problemas quando precisar acionar o banco de reservas.
Além disso, apesar do momento ruim, João Victor era o melhor zagueiro do elenco vascaíno. Ao menos, o com mais potencial e qualidade técnica. Assim, por mais que também tenha comprometido em algumas partidas, João Victor não era exatamente o problema do sistema defensivo vascaíno, que sofreu 52 gols em 44 partidas até aqui em 2025.
Uma prova de que Vasco, mesmo procurando outro zagueiro, ainda contava com João Victor foi a coletiva do técnico Fernando Diniz no último domingo. Após o empate com o Atlético-MG, o treinador negou que ele havia pedido para sair, como foi especulado naquele dia, e indicou contar com o zagueiro.
— Ele não pediu para sair. Tem que saber quais são os interesses, porque vocês só prejudicam ele. É um jogador que eu tenho um trato muito direto. Que está sendo questionado pelo torcedor por muitas coisas que fez antes da minha chegada, porque comigo não tem jogado mal. (…) É tão bom jogador que vira e mexe tem procura pelo João Victor. Porque não foi ele que falou. É um jogador que quer, tem vontade de conquistar coisas pelo Vasco, quer se redimir jogando — afirmou Fernando Diniz no domingo.
No entanto, de acordo com o “GE”, a proposta do CSKA chegou ao Vasco no próprio domingo e João Victor indicou querer “respirar novos ares” após viver meses de relação desgastada com a torcida do Vasco. Em poucos dias, as conversas entre os clubes avançaram e foram concluídas.
João Victor foi contratado pelo Vasco no começo de 2024 e custou 6 milhões de euros (R$ 32 milhões, na cotação da época) – a contratação mais cara da SAF vascaína. No entanto, o zagueiro nunca conseguiu cair nas graças da torcida, com um número grande número de expulsões e algumas falhas, e ainda conviveu com episódios polêmicos, como uma suposta resposta debochada que deu a um torcedor após a derrota para o Independiente del Valle, em Quito, pelos play-offs da Copa Sul-Americana.
Para conhecer mais sobre Carlos Cuesta, a Trivela conversou com jornalistas da Colômbia e da Turquia. Cuesta foi revelado pelo Atlético Nacional e tem no seu currículo convocações para a seleção local. O zagueiro também atuou pelo Genk, da Bélgica, antes de se transferir para o Galatasaray, da Turquia.
— Ele é um zagueiro com bom posicionamento, e tem boa condição técnica e tática, com alguma rapidez. Ele vai bem no jogo aéreo e, apesar de só ter 26 anos, já tem uma boa rodagem e experiência — disse o colombiano Richard Martínez.
Apesar dos elogios, Cuesta disputou apenas oito partidas pelo Galatasaray no primeiro semestre. Ele chegou ao clube com boas expectativas, mas não agradou. Foram apenas cinco jogos como titular. No entanto, para o jornalista Emre Kaplan, do canal “A Spor”, da Turquia, o problema foi justamente a expectativa criada na torcida durante a procura por um zagueiro.
— O Galatasaray precisava de um zagueiro na janela de inverno, em janeiro, e sondou alguns nomes grandes, como Skriniar e Pavlovic. O Skriniar acabou indo para o Fenerbahçe, o maior rival. Depois disso, o Galatasaray contratou o Carlos e o nome não agradou a torcida. A história dele acabou antes de começar. Não foi sobre a performance dele — disse Emre Kaplan.