Mais do que perder do Cruzeiro dentro de casa e namorar novamente a zona de rebaixamento, o Vasco passa por um momento conturbado internamente. Quem esteve em São Januário quinta-feira pôde constatar que a divisão política já respinga no futebol.
Com o clube rachado, nos dias dos jogos na Colina tem sobrado para todo mundo. Das vaias descabidas recebidas, por exemplo, pelo técnico Tita no início do jogo, após a merecida expulsão de Jonílson por jogada violenta, lance que, na seqüência, resultou no primeiro gol do time mineiro até os apupos para Edmundo por ser figura meramente decorativa durante grande parte do jogo – antes de ir para o gol – que depois se transformaram em aplausos quando de vilão passou a ser herói.
Mas a pergunta que fica é se os questionamentos vindo das sociais são genuínos ou de fundo eleitoreiro. Afinal, como explicar a provocação gratuita da camisa vestida por Euriquinho, filho do ex-presidente Eurico Miranda, e alguns torcedores, que exibia uma banana em forma de Dinamite prestes a explodir?
O fato é que as críticas a Dinamite têm aumentado a cada resultado negativo. E pelo aumento do coro, não se pode atribuir a bronca somente aos integrantes do grupo de Eurico. Aos gritos de time sem-vergonha, mentiroso ou queremos jogador, ouvidas no clube após a derrota para o Cruzeiro, fica claro que o recado é para atual política de futebol, que, sem dinheiro em caixa, tem contratado alguns desconhecidos de qualidade duvidosa.
Já chegaram Serginho, Alan, André, e por último Johnny do CRB, que era reserva no clube alagoano. Ele acabou sendo o substituto encontrado para o lugar do lateral-esquerdo Márcio Careca que teve a apresentação marcada, mas acabou não acertando. Em contrapartida vieram reforços experientes como Fernando e Pedrinho que vai precisar de algum tempo para entrar em forma.
Com um elenco limitado e com a obrigação de pontuar para se afastar da zona de rebaixamento, o técnico Tita terá muito trabalho para evitar o pior e dar mais tempo a Dinamite de mostrar serviço.