Vasco continua negociando com agentes Franck Henouda e Reinaldo Pitta

O Vasco deu ontem nova prova de como os clubes brasileiros encontram-se reféns dos empresários e agentes. Ao apresentar denúncia antiga contra a ex-diretoria, no caso da venda de Paulo Miranda ao Bordeaux, em 2001, faltou o vice-presidente jurídico do Vasco, Nelson Almeida, explicar o motivo de o Vasco continuar a negociar com o empresários Logbi Franck Henouda e Reinaldo Pitta.

Apesar de estarem diretamente envolvidos na transferência de Paulo Miranda, na qual o Vasco teria direito a US$ 4,9 milhões, mas só recebeu US$ 2 milhões, valor declarado à CBF, Henouda e Pitta participaram da venda, este ano, de Alex Teixeira para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, por R$ 15,3 milhões, e de Alan Kardec para o Benfica, por R$ 6,5 milhões.

O franco-argelino Henouda aparece sorrindo em uma foto ao lado de Rodrigo Pitta, filho de Reinaldo Pitta. Ao meio, Alex Teixeira cumprimenta o presidente do clube ucraniano, Rinat Akhmetov, multibilionário que tomou posse após o expresidente, Akhat Bragin, ser assassinado. Há relatos de que Akhmetov pertenceria à máfia ucraniana. O advogado Marcos Motta também está na foto.

Nelson Almeida disse que soube do caso há poucos meses, mas o Bordeaux enviou carta ao Vasco em dezembro de 2008 informando que o dinheiro foi depositado. (Gian Amato e Jorge Luiz Rodrigues).

É estranho que a diretoria do Vasco tenha esperado 1 ano e 21 dias para tornar pública a tradução da carta enviada em 26 de dezembro de 2008 pelo Bordeaux, da França, informando que pagou US$ 4,990 milhões pela transferência do ex-apoiador Paulo Miranda, em junho de 2001. O valor é US$ 2,990 milhões maior do que o declarado (US$ 2 milhões) pelo ex-presidente Eurico Miranda à CBF em 2001.

E comprova que essa diferença foi depositada em contas offshore de empresas dos agentes Reinaldo Pitta e Logbi Frank Henouda — como revelado pelo GLOBO, em setembro de 2007.

Como Pitta e Henouda voltaram a fazer negócio com o Vasco na gestão de Dinamite e José Hamilton Mandarino (vendas de Alan Kardec e Alex Teixeira), isso se tornou um incômodo para outro empresário que estava dominando o cenário no clube: Carlos Leite.

Agradecemos ao nosso colaborador Brenno Felix pelo envio da matéria.

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