O Vasco é o líder em acusação de de calotes no Rio de Janeiro e segundo colocado no ranking que engloba todos os 12 grandes clubes do Brasil. Com mais de 70 protestos em cartórios, o clube cruzmaltino tem dívidas com empresas de pneus, fogos de artifício, produtos de limpeza, contêiner, débitos em farmácias e até pela compra de extintores.
Já o Botafogo tem débitos registrados por fornecedores que vão desde reciclagem em lixo a dívidas com tribunais de Justiça cariocas, enquanto o Flamengo é cobrado por serviços de lanchonete, segurança e vigilância. O Flu é o que tem o menor número de protestos, mas o de maior valor: quase R$ 1,5 milhão de um clube da Bahia.
Isso tudo é o que mostra vasto levantamento do ESPN.com.br junto aos quatro tabelionatos do Rio de Janeiro, feito dois meses após pesquisa da reportagem em São Paulo que revelou como o Corinthians virou o "campeão brasileiro de calotes".
Na ocasião, foi mostrado que o Corinthians é o "campeão" dos protestos entre os 12 grandes clubes brasileiros, com 89 registros - uma nova pesquisa da reportagem nesta segunda-feira mostrou que o clube paulista aumentou para 94 protestos.
O Vasco é o vice-líder dessa lista, com 72. O São Paulo é o terceiro, com 29. O Botafogo tem 25, o Flamengo vem com 22, o Grêmio tem cinco, o Palmeiras dois e o Internacional só um, enquanto Santos, Cruzeiro e Atlético-MG não estão com nenhum registro.
Vale explicar que cada protesto representa uma ação de um portador de um título comercial que não teve efetuado seu pagamento dentro do prazo, garantindo assim seu pagamento por ações judiciais.
VASCO DA GAMA
No caso do Vasco, são pequenas dívidas com fornecedores datadas desde o ano de 2012 que até hoje não foram quitadas, e por isso deixam o clube com certidão positiva de protestos.
A grande maioria é de valores com apenas três dígitos de cobrança - como alguns registros da Multimodal pelo fornecimento de contêineres. A empresa alega 22 calotes, metade de R$ 514 e outra parte de R$ 686. Eles são dos anos de 2013 e 2014.
Outros valores irrisórios são com uma empresa de pneus chamada Conde de Leopoldina. Ela reclama por R$ 337, R$ 140, R$ 671 e R$ 925,34, por serviços feitos em 2012.
Chama a atenção uma cobrança pela aquisição de fogos de artifício junto à Piroex Eireli, de Belo Horizonte, pelo valor de R$ 2,9 mil. A distribuição desse protesto foi em 24 de novembro de 2014, 13 dias depois de Eurico Miranda confirmar vitória na eleição presidencial do clube e apenas dois dias após o Vasco empatar com o Icasa e confirmar retorno à Série A.
ESPN.COM.BR
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Vasco tem dívida com farmácia, por fogos de artíficio, entre outras
Somente um entre os 72 registros vascaínos supera a casa dos R$ 10 mil.
É uma dívida - também de 2012 - de R$ 13.698,50 com uma empresa chamada Suellen Costa Service e localizada em Bonsucesso. Na Receita Federal, é informado que o negócio é do ramo varejista, com serviços de pintura de edifícios em geral. Essa mesma empresa possui outros dois protestos contra o clube, por R$ 320 e R$ 810.
A gestão Eurico Miranda também possui calotes registrados. Por exemplo, algumas reclamações da RFF de Oliveira Construtora, que compreende serviços de chapisco, emboço e reboco, acabamentos de construção, instalação de toldos e outros. Essa empresa cobra R$ 1,8 mil desde agosto do ano passado.
A SMDay também reclama da gestão de Eurico Miranda quatro cobranças: R$ 2.326,50, R$ 480,50, R$ 2.381 e R$ 1.280. A empresa fornece produtos de limpeza, segundo constam registros na internet e no tabelionato. A SMR Clean Distribuidora, também de produtos de higiene, registrou dívida de R$ 1,671. Ambas são de protestos de 2015, assim como a Bioxxi, de esterilização, que pede R$ 500.
Outro estabelecimento que aparece bastante entre os calores cruzmaltinos é de um estabelecimento chamado Drogaria Londres. São oito protestos de R$ 761,78, R$ 1.939,46, R$ 819,56, R$ 1.642,23, R$ 573,67, R$ 2.412,88 e R$ 648,03 e R$ 1.193,08. Juntos, eles totalizam aproximadamente R$ 10 mil.
Procurado desde a última quinta-feira, o Vasco não quis se manifestar.
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