Futebol

Vasco foi quem abriu as portas para Luxembrugo, hoje no Flamengo

Revelado pelo futebol carioca, como jogador e técnico, Vanderlei Luxemburgo sabe que muito pouco fez pelos clubes de sua cidade — e vem daí a cobrança mencionada por ele ontem em sua apresentação no Ninho do Urubu: o fato de nunca ter dado um único título ao Flamengo, seu clube de coração, ou ao Vasco, aquele que lhe abriu as portas para uma nova carreira.

Como treinador, Vanderlei venceu estaduais e brasileiros em São Paulo e fez história com a tríplice coroa festejada pelo Cruzeiro em 2003.

Queiram ou não, é um profissional à frente de seu tempo — tanto que, por pelo menos dez anos, a partir de 1993, reinou absoluto, quase sem concorrência.

Nessa época, renovou conceitos do futebol competitivo, combinou excelência na preparação física com equilíbrio emocional, e acrescentou ao perfil do cargo preocupações com o mercado, gestão de orçamentos e gerenciamento da infraestrutura.

As críticas em torno da polêmica personalidade do técnico e sua real má fase não me tiram a certeza de que a presidente Patrícia Amorim, ainda que por acaso, deu o tiro mais certo de sua administração.

Vanderlei sabe, comprovadamente, construir na prática o que Zico tentou fazer na teoria.

No ideal do imaginário rubro-negro, o ídolo maior deveria estar no lugar de Patrícia... Aliás... A contratação de Vanderlei não foi uma questão de oportunidade.

O técnico já havia prometido à mulher que não trabalharia mais este ano.

E tinha motivos fortes para não por o pé na Gávea neste momento - motivos que iam da solideriedade a Zico às diferenças com o médico José Luís Runco, com quem não se afina.

Mas, ao saber que sua contratação fora um pedido dos jogadores, o tom da conversa com os dirigentes rubro-negros passou a ser outro.

Leo Moura, Angelim, Maldonado, Deivid e Kleberson abraçaram a ideia de que só ele, Vanderlei, devolveria ao time a confiança necessária...

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