O Vasco apresentou à Justiça o cronograma da utilização do empréstimo de R$ 80 milhões, que será disponibilizado pela Crefisa. A direção pediu a autorização, em petição enviada à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro há duas semanas, para realizar o empréstimo. Como a SAF e o clube estão em recuperação judicial, a juíza do processo precisa autorizar a movimentação.
No documento, o clube projeta a utilização de R$ 70 milhões, em duas parcelas, já neste mês de outubro - a primeira de R$ 30 milhões a ser efetuada em caráter de urgência, assim que obtiver a autorização judicial; e a segunda, de R$ 40 milhões, até 26 de outubro.
Posteriormente, seriam mais duas parcelas, de R$ 5 milhões cada, nos meses subsequentes. Confira abaixo os detalhes do cronograma descrito em trecho do documento:
O recurso, segundo o documento, será usado exclusivamente para despesas correntes — como salários, fornecedores estratégicos e obrigações trabalhistas e fiscais — durante o processo de recuperação judicial.
Até o fim do ano, o clube projeta um custo estimado de R$ 170 milhões para manutenção de suas operações. Veja os detalhes:
Em trecho do documento, o clube explicita a necessidade urgente da captação imediata de recursos para viabilizar a estabilização financeira.
"A necessidade de pagamento destas despesas essenciais à manutenção das atividades das Recuperandas evidencia a necessidade de captação imediata de recursos, sendo certo que o fluxo de desembolso do DIP a ser contratado mediante autorização judicial prevê um fluxo de desembolso de aproximadamente R$ 70.000.000,00 (setenta milhões de reais) de outubro a dezembro de 2025, de modo a viabilizar a estabilização financeira da Vasco SAF no curto e médio prazo, assegurando a continuidade de suas atividades essenciais enquanto se avançam, paralelamente, as negociações com os credores no âmbito do plano de recuperação judicial e a resolução do litígio societário, em trâmite na esfera arbitral, com a 777 Carioca LLC".
No fim de setembro, o ge entrevistou Felipe Carregal, vice-presidente jurídico do Vasco, para entender as motivações do movimento para solicitar um empréstimo. O advogado disse que o fluxo de caixa da SAF foi comprometido pela 777 Partners e que o empréstimo era necessário para equilibrar contas, sem abrir mão de ativos importantes do clube, como o jovem Rayan, destaque da equipe na temporada. A venda do atacante era prevista nos relatórios entregues à Justiça no início do ano para a recuperação judicial.
— O fluxo de caixa foi comprometido por dívidas assumidas de forma irresponsável pela 777, muitas delas com vencimento imediato. Por isso, o empréstimo — necessário para equilibrar as contas sem abrir mão da responsabilidade financeira — já estava previsto tanto no pedido de recuperação judicial quanto no plano apresentado. Essa necessidade foi exposta de forma clara e transparente em todas as apresentações internas realizadas antes da formulação do pedido de recuperação judicial, inclusive para conselheiros e demais poderes do clube. Nenhuma novidade, portanto — disse Carregal, que completou:
— Sobre uma potencial negociação do Rayan para aliviar o caixa, vale ressaltar que a venda de jovens talentos do clube para pagar dívidas foi prática comum no passado. A atual diretoria, ao contrário, fez um esforço para manter o jogador, peça importante do elenco e ativo estratégico de longo prazo.
Para chegar ao nome da Crefisa, o clube promoveu uma espécie de concorrência e esteve em contato com cerca de 60 instituições financeiras.
O ge procurou a direção do Vasco , e o presidente Pedrinho explicou o processo. Ele afirmou que a Crefisa foi a instituição que apresentou as melhores condições. O mandatário do Vasco citou o excelente relacionamento com o José Lamachia, marido de Leila Pereira e dono da Crefisa.