Na primeira edição do Torneio de Paris, uma das mais importantes competições no final da década de 50, que chegou a ser chamado de Mundial de Clubes, por contar com os melhores times da época, o Gigante da Colina derrotou o poderoso Real Madrid, do francês Raymond Kopa e Di Stéfano, e conquistou seu primeiro título na Europa
Clubes participantes:
Vasco (Campeão Sul-Americano em 1948 e Carioca em 1956);
Real Madrid (Campeão Espanhol em 1956 e Europeu em 1955, 1956 e 1957);
Rot-Weiss Essen (Campeão Alemão em 1955);
RCF Paris (Representante do país anfitrião).
O Vasco vinha realizando uma longa excursão, que teve início no dia 5 de junho, no Caribe, onde venceu a Seleção de Curaçao, por 2 a 1. Quatro dias depois, uma parada em Nova York e mais uma vitória, 6 a 2 contra o Hakoach. Em seguida, o Gigante viajou rumo à Europa, mais precisamente Paris.
Na estreia do torneio, o Vasco enfrentou os donos da casa, RCF Paris, e não deu chances para o adversário. O resultado de 3 a 1, gols de Livinho, Pinga e Vavá, deixou surpresa a torcida e a imprensa francesa. No outro jogo, o Real Madrid arrasou o Rot-Weiss Essen, a sensação alemã, por 5 a 0, e também se classificou para a final.
Na grande decisão, que foi disputada no dia 14 de junho de 1957 e contou com mais de 40 mil pessoas no estádio Parc de Princes, tudo parecia favorecer aos espanhóis. Noite agradável, torcida a favor e, logo aos quatro minutos, Di Stéfano abrindo o. Foi então que o Vasco passou de dominado a dominador e o gol de empate não. Aos 20, após boa troca de passes, Pinga foi até a linha de fundo e cruzou para Válter empurrar para as redes. E, mesmo desfalcado de alguns titulares convocados para a Seleção Brasileira, aos 32, após nova jogada de Pinga, Vavá, o Peito-de-aço, virou a partida para Vascão.
Já na segunda etapa, o time espanhol voltou com tudo em busca do gol e, aos oito minutos, Mateos empatou, após bela jogada de Kopa. Alguns minutos depois, Gento agrediu Pinga com uma cabeçada e a partida teve de ser paralisada por conta da confusão. Com isso, a torcida, que no primeiro tempo tinha vibrado com o Vasco, passou a apoiar os espanhóis. Fato que não afetou em nada o desempenho vascaíno, que conseguiu o terceiro gol, aos 21. Válter, em grande jogada, lançou Livinho, que encobriu o goleiro espanhol.
Conquistados, os franceses aplaudiram e viram, aos 39, Válter marcar o quarto gol, selando a vitória do Gigante. Perto do fim, ainda deu tempo para Kopa diminuir o placar, aos 44, mas o título já tinha dono.
Logo após a partida, as manchetes dos jornais locais exaltavam o feito do Cruzmaltino:
O grande Real Madrid campeão da Europa, o intocável Real vencedor de todas as constelações europeias, estava aprendendo a jogar futebol Jacques Ferran no jornal LÉquipe
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