O Vasco tem duas opções de compras assinadas para vender 100% do potencial construtivo para a reforma de São Januário. Os valores superam os R$ 500 milhões, valor que era o desejado pela direção de Pedrinho no início das conversas. O clube tem a parceria do banco Genial na organização dos processos e se mostra otimismo com os avanços para a aguardada reforma do estádio.
Depois de ver alguns acordos para a venda do potencial construtivo caírem, como revelado pelo presidente Pedrinho na coletiva desta quinta-feira, o Vasco tem duas opções de compras assinadas: uma referente a 85% do potencial construtivo e outra de 15%. Um dos acordos é de um antigo interessado que já demonstrara interesse no tempo de Jorge Salgado como presidente, mas, num primeiro momento, a diretoria de Pedrinho avaliou que poderia conseguir ofertas superiores.
O Vasco tem 280 mil m² disponíveis para venda de potencial construtivo. O clube tem intenções de compra assinadas para vender 250 mil m² para uma empresa e outros 30 mil m² para outra. Desta forma, o clube completaria os 100% da venda do potencial, caso realmente faça a venda após a legalização da Sociedade de Propósito Específico (SPE). Estima-se que o Vasco venderá cada m² por cerca de R$ 2 mil — montante que ultrapassaria R$ 500 milhões.
Na coletiva do presidente Pedrinho, nesta quinta-feira, ele disse que os investidores têm um prazo de 60 dias para realizar a assinatura da compra. O Vasco deve legalizar a SPE em breve, o que possibilitará a arrecadação do dinheiro e a venda definitiva.
— Estava tudo muito bem encaminhado, falei. Agora temos uma opção de compra com um investidor de 100% do potencial. Ele tem 90 dias para executar. Desses 90, já se passaram 30, faltam 60. Se ele não exercer dentro dos 60, a gente volta para cá para buscar outros investidores. O ideal é que a gente consiga fazer isso para iniciar de uma vez por todas as obras — disse Pedrinho, na coletiva desta quinta-feira.
O Vasco também contará com a parceria do banco Genial, na organização de toda a governança do processo da reforma de São Januário. A empresa é responsável pela assessoria financeira, assessoria de governança e pela estruturação dos fundos. Também participará da contratação de empresas. A instituição financeira tem participações em negociações dos potenciais construtivos do Parque Olímpico e também do novo Autódromo de Guaratiba.
O Vasco já conversou com a empresa do empresário Roberto Medina, idealizador do festival Rock in Rio, para negócios no futuro estádio de São Januário. Com diversos empreendimentos pela cidade, a empresa é um dos parceiros possíveis dos vascaínos.
O potencial construtivo diz o quanto você pode construir em seu próprio terreno respeitando a zona da cidade em que ele está localizado. Toda cidade tem um plano diretor com as características de cada região. E cada uma dessas áreas tem regras próprias para construção.
O terreno onde está localizado São Januário, por exemplo, é enorme e tem um grande potencial construtivo, mas um estádio não demanda a utilização de todo esse potencial. A negociação com a prefeitura visa a autorização para que essa capacidade de construir a mais seja transferida para o Vasco em outro local.
- A Transferência do Direito de Construir (TDC) é o instrumento urbanístico que confere ao proprietário de um lote a possibilidade de utilizar seu potencial construtivo em outro lote, vendê-lo a outro proprietário ou doá-lo ao poder público - diz a norma da Prefeitura do Rio.
Quando o proprietário quer construir a mais do que a área permitida para aquele terreno é possível ainda requisitar um espaço maior até o limite máximo definido na lei. Ou seja, se seu terreno permite a construção de Xm² e você deseja construir 2Xm², você pode adquirir essa capacidade de construir a mais.
No caso de São Januário é o contrário. O terreno permite, a grosso modo, a construção de 2Xm², mas o Vasco só utilizou Xm². Aí que entra a fonte de recursos para o clube reformar seu estádio. Com o potencial construtivo em mãos, o Vasco vai ao mercado vender esta "capacidade de construção" que ele receberá da prefeitura. É da eventual venda desse potencial construtivo que virá a maior parte do dinheiro para a obra.