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Veja quanto o Vasco deve em títulos protestados junto ao Serasa

Dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, apenas 3 —Palmeiras, Ceará e Goiás— não têm títulos protestados no Serasa. Os outros 17 times contabilizam 621 protestos, que somam R$ 8,3 milhões em cobranças, segundo consulta atualizada no último dia 20.

São dívidas dos clubes desde 2014 com fornecedores e bancos. Com o nome sujo, as equipes podem ter dificuldades para conseguir crédito ou conseguir aprovação de financiamentos.

Os times do Rio de Janeiro estão entre os que mais devem. O Fluminense acumula 95 registros e uma dívida total de R$ 1,768 milhão desde 2017. Depois vem o Vasco com R$ 1,674 milhão e 71 títulos. O Botafogo acumula débitos de R$ 1,341 milhão.

Com o maior orçamento da Série A, o Flamengo tem 33 títulos, que somam R$ 130 mil. Procurados pela Folha, Flamengo, Fluminense e Vasco não quiseram se manifestar.

"Estamos, de fato, com muitos títulos protestados", afirma Ricardo Rotenberg, diretor comercial do Botafogo.

As cobranças com registro no sistema do Serasa são a menor parte do problema de endividamento do Botafogo. O clube do Rio acumula R$ 750 milhões em débitos totais, que inclui dívidas fiscais e trabalhistas. Desde o início do ano, após a Caixa deixar de investir no futebol, o time não tem patrocinador principal na camisa. Em 2019, jogadores já relataram atrasos de salário.

"A partir do momento em que Botafogo se transformar em clube empresa, vamos zerar todo o passivo", diz Rotenberg.

O time carioca encomendou um projeto à consultoria EY que prevê a constituição de uma Sociedade Anônima para assumir a gestão do clube e captar investimentos.

Há na Câmara de Deputados um projeto para criar uma lei que incentive os clubes a virarem empresa. O texto do relator Pedro Paulo (DEM-RJ) prevê facilidades para equipes que aderirem ao novo modelo no refinanciamento de dívidas. Constituídas como associações — entidades sem fins lucrativos—, as equipes poderão, segundo o texto do projeto, propor um plano de pagamento de débitos nos moldes de uma recuperação judicial.

Entre os clubes da Série A, o Internacional é quem mais acumula registros no Serasa. São 161, entre dezembro de 2014 até agosto deste ano. Em terceiro vem o Grêmio, com 83, entre outubro de 2014 até abril deste ano. As dívidas do time colorado somam R$ 1,028 milhão e as do tricolor, R$ 603 mil.

"Desde 2018, o Grêmio vem trabalhando intensamente na solução desses casos, tanto que, neste ano, o clube reduziu 65% dos valores dos protestos, além de 43% na diminuição de quantidade de títulos", disse Fabiano Wurdig, diretor executivo de controladoria do clube. "Os valores não chegam a impactar no dia a dia da equipe. O que se tem atualmente pendente, em sua maioria, está sendo discutido no Justiça".

A diretoria do Internacional não se manifestou até a publicação da reportagem.

Clubes com nome sujo no Serasa

Foto: Folha de S. Pauloserasa

Foto: Folha de S. Pauloserasa

Entre os paulistas, o Corinthians contabiliza 52 títulos protestados, que somados chegam a R$ 780 mil. O Santos tem cinco (R$ 8.756). O São Paulo aparece com um, de R$ 4.073, inscrito no Serasa no dia 20 de março deste ano.

Segundo a assessoria de imprensa do Corinthians, oito protestos e o total de R$ 86 mil estão sendo discutidos na Justiça após desacordo comercial. Outros sete, no valor total de R$ 350 mil, foram registrados por uma empresa que entrou em processo de falência – nesse caso há uma discussão judicial e o devedor precisará realizar um depósito em uma conta determinada por um juiz.

"Os demais estão todos liquidados e com cartas de anuência em posse do Corinthians aguardando os trâmites de baixa", informou a assessoria do clube em nota.

São Paulo e Santos não se manifestaram. O Palmeiras não possui nenhum registro.

Em Minas Gerais, o Cruzeiro reúne 27 títulos protestados em quatro meses, de março a agosto deste ano, que totalizam R$ 519 mil. O Atlético-MG apareceu na pesquisa com um registro, de R$ 2.600 desde o dia 4 de julho. Após a Folha solicitar entrevista sobre o assunto, a assessoria de imprensa do time alvinegro enviou um comprovante de pagamento.

Campeão da Copa do Brasil, o Athletico-PR tem quatro protestos que somam R$ 115 mil, desde junho de 2018.

"O principal é um com valor de R$ 100 mil, refere-se a um serviço não entregue na forma contratada. O Athletico fez depósito judicial", afirma Lincon Lopes Ferraz, diretor financeiro do clube. "Os outros três são valores menores, pagamos um, e os outros dois referem-se a fornecedores de nossa loja oficial, que não entregaram as mercadorias e irão baixar o protesto."

O Avaí, lanterna do Campeonato Brasileiro, tem 21 protestos desde 2014, que somam R$ 58,2 mil. O presidente Francisco José Battistotti admite que há dívidas, mas não reconhece o valor indicado no serviço de proteção ao crédito.

"O Avaí já teve mais de R$ 300 mil protestados. Atualmente deve ter R$ 5 mil ou R$ 6 mil, e mais nada, porque essas empresas faliram e não estamos localizando os responsáveis", diz Battistotti.

O Bahia tem 12 protestos registrados, entre abril de 2015 até março de 2017, num total de R$ 46,5 mil

"Não reconhecemos quatro protestos. Em outros cinco, o fabricante emitiu notas fiscais irregulares e não consegue dar baixa. Os outros três são gastos de hospedagem da gestão anterior", afirmou Guilherme Bellintani, presidente da equipe baiana.

O Fortaleza está inscrito com oito títulos, de R$ 158 mil. Segundo o departamento jurídico do clube, há uma dívida não quitada, com uma agência de viagens, e que está sendo renegociada.

Já o CSA nega que haja títulos seus protestados, apesar de dois estarem no sistema do Serasa. Eles somam R$ 36,2 mil.

"Estou surpreso, quitamos todas as dívidas do clube, tanto cível e trabalhistas. O CSA não deve nenhum centavo, inclusive fizemos um empréstimo para pagar a premiação pelo acesso à Série A e não constou nenhuma restrição. Vou procurar saber desses dois protestos", afirma Rafael Tenório, presidente da equipe de Alagoas.

ENTENDA O SERVIÇO DO SERASA

O que faz o Serasa?


O serviço reúne informações cadastrais sobre CPF e CNPJ e fornece para empresas avaliarem o risco de calote na hora de conceder crédito.

Quais implicações de estar com nome sujo ?

A instituição ou empresa com restrição no Serasa tem dificuldades para comprar a prazo, realizar financiamentos e empréstimos. Mesmo depois de sair da lista, o histórico de dívida negativa rebaixa a nota (score) do CPF ou CNPJ. O score vai de 0 a 1 mil pontos. Até 300 pontos há alto risco de inadimplência e baixo risco para quem alcançar 700 pontos.

Como sair do Serasa?

Após quitar a dívida, a empresa tem cinco dias úteis para retirar o nome do cliente do banco de dados do Serasa. Após cinco anos, a dívida prescreve e não pode mais aparecer nos serviços de proteção ao crédito.
 

Fonte: Folha de S. Paulo
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