Do susto à busca pela ressurreição. A imagem do torcedor vascaíno Luiz Fernando Nascimento Vilaça, de 21 anos, tentando se jogar da marquise de São Januário resumiu o sentimento de dor e desespero que os cruzmaltinos sentiam no momento do rebaixamento do Vasco para a Série B, no fim do ano passado, após a fatídica derrota para o Vitória-BA . Agora, mais calmo, o torcedor espera que este triste capítulo de sua história pessoal, que se mistura com a do clube, comece a mudar a partir de hoje, quando a equipe cruzmaltina estreia na Segundona contra o Brasiliense no Caldeirão.
Vamos ganhar de 3 a 1, prevê o confiante torcedor, revelando que tem vaga lembrança do seu quase suicídio. Foi muito rápido. Quando notei, já estava pendurado. Se demorasse mais, eu caía, conta.
O torcedor jura que não se arrepende do que fez, mas garante que a cena não se repetirá. A diretoria do Vasco deveria colocar uma grade ou tela no local, pois é muito fácil subir na marquise do estádio.
Luiz foi salvo por bombeiros e recebeu palavras de apoio de um deles: O bombeiro que me segurou contou que era vascaíno e pediu para que eu tivesse calma, diz.
A família ficou muito assustada com o fato. Eles pediram para que eu parasse de seguir o Vasco, mas não adiantou. Meu coração é uma cruz de malta, garante o torcedor, cuja a tentativa de suicídio não foi a primeira loucura que fez pelo time. Perdi um emprego por ter viajado para assistir a um jogo. Pretendo fazer uma tatuagem com a letra de uma das músicas da torcida, revela.
Nando, como é conhecido nas organizadas, afirma que está recuperado e agradece o apoio dos amigos, da família e da namorada, que conheceu há quatro anos no meio na torcida. Quando voltei de São Januário, cerca de 80 pessoas me esperavam na porta de casa. Fui à psicóloga e consegui superar o episódio. Voltei a estudar e arrumei um emprego melhor. Agora, é só ajudar o Vascão a conquistar a Série B, diz.
O torcedor foi a todos os jogos do Estadual e pretende fazer o mesmo no Brasileiro. Por superstição, vou usar uma roupa verde. Me dá sorte em estreias, conta.