Futebol

VP de Finanças, Carlos Leão fala sobre desafios no Vasco

O Vasco já passava por grandes dificuldades financeiras antes da crise provocada pelo novo coronavírus. Agora com o risco de a economia ficar estagnada, sobretudo no Brasil, o desafio de reerguer o clube nesse sentido é ainda mais complexo.

Anunciado oficialmente como novo vice de finanças no último dia 19, porém atuando como tal desde a primeira semana de março, Carlos Leão sabe que o cenário é ainda mais conturbado, porém, garante: mesmo em meio à crise mundial, o departamento manterá esforços diários para reequilibrar o Vasco.

- Impossível qualquer pessoa física ou jurídica passar incólume a uma crise mundial dessa proporção. Ninguém tem uma noção clara do que acontecerá nos próximos dias, mas temos que ser criativos, identificar logo as possibilidades e agir rapidamente para defender as finanças do clube no que for possível - disse o novo VP, para completar:

- Vínhamos com uma boa perspectiva em relação a uma operação financeira para gerar recursos financeiros quando, previsivelmente, o parceiro se tornou mais preocupado e entrou num compasso de espera claramente aguardando que o ambiente de negócios fique menos nebuloso.

Carlos Leão, entretanto, garantiu que o esforço em busca de soluções continuará. Uma prova foi o recente pagamento da segunda parcela do 13º salário, que também estava atrasada.

- Ninguém está parado, todos estão tentando mitigar seus riscos e perdas, e com o Vasco da Gama não é diferente, estamos trabalhando nesse sentido também. É uma dificuldade que não estava prevista, mas o nosso clube passará por mais essa crise, continuará vivo e gigante, portanto, o trabalho forte e diário não pode parar - afirmou Leão.

Por que aceitar um desafio como esse em uma das maiores crises financeiras da história do Vasco?

Não vou esperar o Vasco da Gama não precisar de ajuda para então me colocar à disposição do clube. A situação financeira é realmente crítica, mas precisa ser enfrentada e sou mais um vascaíno para ajudar na difícil, porém possível, recuperação dos bons números.

O departamento de finanças é o único que obrigatoriamente requer um vice-presidente que seja Conselheiro. O presidente Alexandre Campello indicou o meu nome, e resolvi encarar esse desafio pelo meu clube.

Conversei longamente com o meu antecessor e amigo João Marcos Amorim, com o conselheiro fiscal Otto Carvalho e com alguns beneméritos. Conheço os números financeiros do clube, acredito no projeto e confio nos profissionais que estão trabalhando no departamento de finanças. Esse conjunto de informações foi a base da minha tomada de decisão.

Temos que pensar o Vasco no longo prazo, não há soluções rápidas e fáceis. O processo de recuperação será longo, mas é necessário continuar realizando, fazendo o clube andar para frente e terminar esse triênio melhor do que o anterior.

Está alinhado com o pensamento do presidente de manter uma folha do futebol de até R$ 4,5 milhões?

A folha do futebol está abaixo dos R$ 4 milhões, atualmente. Entendo que o pensamento do presidente Alexandre Campello é encontrar o ponto de equilíbrio entre a austeridade necessária e o risco esportivo. Vou ajudá-lo nesse trabalho.

O futebol é o carro-chefe e gerador principal de receitas do clube, não há como prescindir de investimentos nesse departamento extremamente sensível para a gestão. Não investir no futebol pode sair muito mais caro, considerando que os resultados esportivos impactam fortemente nas nossas receitas.

Diz-se que o Vasco deve a jogadores (imagem desde setembro e dois meses de salários) e funcionários um valor entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões. Acredita que esse é o maior problema a ser administrado por você?

Sem dúvida o maior desafio e a prioridade é quitarmos os atrasados e mantermos em dia os salários de todos os colaboradores do Vasco da Gama. Eu frequento muito São Januário, conheço pessoalmente muitos funcionários, temos profissionais muito valorosos que trabalham diariamente no clube com uma dedicação extrema, apesar das grandes dificuldades. Precisamos ter empatia com essas pessoas, entender as dificuldades e focar prioritariamente em resolver o problema dos atrasos das remunerações.

Como captar receitas para quitar esses débitos?

O Vasco precisa de dinheiro “novo”, quero dizer recursos provindos de vendas de ativos e patrocínios, basicamente. Empréstimos são muito importantes para manter o clube no curto prazo e ajudam a trocar “dívidas caras” por “dívidas mais baratas”, mas não é o principal fator que fará com que o clube chegue a um nível financeiro saudável.

Temos uma base espetacular que há muito tempo revela grandes jogadores, um time sub-20 que chegou a praticamente todas as finais em 2019, enfim um grande potencial de geração de receitas. É necessário vender jogadores para saldarmos dívidas vencidas e estabilizar o clube administrativa e financeiramente.

Paralelamente a essas grandes captações, todos os departamentos precisam continuar empenhados em gerar receitas diariamente. Temos uma reunião semanal de gestão onde marketing, comunicação/secretaria e patrimônio têm apresentado bons projetos que estão sendo implementados. Além de obter mais recursos é fundamental continuarmos reduzindo os custos operacionais, ainda temos espaço e projetos para diminuir nossas despesas operacionais sem afetar o funcionamento do Clube, isso ajudará muito no processo de recuperação financeira.

Por fim, um ponto fundamental é que as receitas geradas cheguem e se mantenham nos cofres do clube para direcionarmos o dinheiro de acordo com o planejado. As penhoras judiciais arrebentam qualquer planejamento e prejudicam demais a gestão em todos os departamentos da instituição.

Já pode falar que operação moderna realizará para quitar novos débitos? Ou se ela foi a que pagou o salário de dezembro? E que movimento fizeram para pagar o 13º dos funcionários?

Essa operação financeira continua sendo discutida conforme eu já coloquei na resposta anterior. Pagar os salários é a principal preocupação do presidente Alexandre Campello, e ele tem cobrado da sua diretoria administrativa as ações necessárias para que tenhamos os salários em dia o mais rápido possível. Obtivemos um valor pequeno em relação ao que devemos de remuneração, porém o presidente logo orientou que esses recursos fossem direcionados para quitar mais uma parte das pendências com os funcionários do Vasco da Gama e assim foi feito.

Fonte: ge
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