Na noite de quinta, Vasco e Avaí se enfrentaram em Sao Januário, pela Copa do Brasil. E desde o apito inicial, ambas equipes levaram muito à sério a alcunha de “mata-mata” dada as partidas de ida e volta que definem apenas um time para seguir na competição. Partida começou com nível de intensidade raro de se ver, principalmente no início de partidas que normalmente carregam muita tensão e estudo.
O Vasco começou buscando o ataque, acionando os laterais, e procurando seus volantes para iniciarem a criação. O Avaí saía de forma vertical e contava com grande movimentação do trio do ataque. Ainda nos primeiros minutos, o Avaí forçou uma jogada que já vem apresentando problemas pra (boa) defesa vascaína: a infiltração de um jogador na diagonal entre zagueiro e volante, neste caso mais precisamente entre Castán e Danilo. O lance ainda teve hesitação de Fernando Miguel e demora de reação de Lucas Mineiro, e gerou o gol para equipe catarinense.
Após sofrer o gol, assim como no clássico diante do Flamengo, o Vasco ligou o “modo Kamikaze” e se instalou no campo de ataque. Pontas por dentro, Pikachu e Galhardo revezando, laterais apoiando ao mesmo tempo visando “alargar” a defesa adversária e volantes ainda mais participativos no ataque.
Com isso, os contra ataques do Avaí eram extremamente perigosos, deixando vulnerável o antes seguro sistema defensiva vascaíno. Foi possível ver o Avaí muitas vezes no mano a mano e até em superioridade no ataque. Mas o Vasco esbarrava em três principais problemas ofensivos:
1- Marrony estava muito bem marcado e o máximo que conseguiu fazer foi abrir espaço para Danilo Barcelos.
2- Galhardo estava muito espetado na frente e com isso prejudicava a criaçao da equipe.
3- Maxi Lopez mostrou movimentação nula e pouca capacidade de participar das ações ofensivas.
Por outro lado, o Vasco conseguia preencher a área do Avaí com muitos jogadores, dando profundidade ao time e buscava aproveitar a qualidade ofensiva de seus laterais. Cáceres com ultrapassagens e Danilo com cruzamentos.
Lucas Mineiro também participou com eficiência do momento ofensivo, seja para romper as primeiras linhas ou chegar para dar apoio à frente. Mas foi na bola parada, grande solução da temporada, que o Vasco encontrou o empate, com o eficiente Danilo Barcelos e levou o 1×1 pro vestiário no intervalo.
Insatisfeito e ousado, Valentim colocou em prática o esquema de risco utilizado contra o Boavista. Recuou Lucas Mineiro, Deixou Galhardo o apoiando e colocou o Gigante pra frente. Lançou Rossi no lugar do discreto Marrony e Bruno Cesar no de Raul. Com isso, Pikachu foi para esquerda e o meio campo ficou com característica de passe e controle.
As mudanças surtiram efeito ofensivo e ainda conseguiram diminuir o risco que vinha sofrendo nos contra golpes. O Vasco ganhou agressividade e criação, além de aumentar o poder de fogo. Bruno e Rossi participaram ativamente e o Vasco virou o placar com belo gol de peixinho do camisa 7. A equipe de Valentim não diminui o ritmo e criou boas chances, mantendo sempre a força na bola parada, e assim chegou ao terceiro gol.
O recuo fez bem para Galhardo que ficou mais participativo e objetivo no segundo tempo, mas também o desgastou muito pela função de mais marcação. Após marcar o terceiro gol, o camisa 8 pediu substituição. Neste meio tempo, Geninho colocou o Avaí pra frente para voltar a levar perigo e foi eficiente. Com movimentação pelas laterais e buscando ocupar as entrelinhas de marcação, o Avaí voltou a crescer e assustar.
Valentim resolveu acertadamente buscar retomar o equilíbrio na formação e entrou com Andrey no lugar de Galhardo. Apesar da boa ideia, o Avaí continuou a evoluir e chegou ao segundo gol, poucos minutos depois.
O placar foi condizente com a vontade e o volume do jogo, mas poderia ter sido muito mais favorável à equipe carioca, caso oscilasse menos durante o jogo.
Na Ressacada, a promessa de mais um bom jogo, mas desta vez, o cenário é mais positivo ao Vasco, que poderá voltar a apostar na eficiência do seu sistema defensivo e no poder de fogo de sua equipe.
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