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Candidatos em 2020 e lideranças políticas opinam sobre a venda da SAF

Na véspera da votação que decidirá o futuro do Vasco, a venda de 70% da SAF para a 777 Partners ainda causa controvérsia no clube. Se tem apoio da maioria dos torcedores e, aparentemente, da maioria dos sócios, como mostrou a AGE em abril, a pauta ainda causa discórdia entre lideranças políticas do clube.

O ge abriu espaço para figuras conhecidas da política vascaína manifestarem o que pensam. Convidamos os candidatos à presidência do clube na última eleição, em 2020, a opinarem sobre a venda para a 777, assim como os presidentes de poderes.

Fizemos apenas uma pergunta: “Por que você é a favor ou não da venda da SAF para a 777?”. Os ex-candidatos Jorge Salgado (atual presidente da diretoria administrativa), Júlio Brant, Leven Siano e Sérgio Frias responderam, assim como Carlos Fonseca (presidente do Conselho Deliberativo) e Eduardo Rebuzzi (presidente em exercício do Conselho de Beneméritos).

O ex-presidente Alexandre Campello não respondeu até a publicação da reportagem. Caso ele envie a resposta, a matéria será atualizada.

Jorge Salgado

Presidente do Vasco

Jorge Salgado, presidente do Vasco — Foto: Thiago Ribeiro / AGIF
Jorge Salgado, presidente do Vasco — Foto: Thiago Ribeiro / AGIF

Aprovo a operação da SAF porque o futebol vascaíno precisa de instrumentos adequados para atrair investimentos, fortalecer suas equipes e voltar ao seu lugar de direito, vencendo títulos; e porque o clube precisa resolver de uma vez por todas seu endividamento histórico, que o asfixia há mais de duas décadas.

A SAF adapta o futebol vascaíno à realidade do mercado mundial. Dos 30 clubes mais ricos do mundo, 28 são empresas (ou seja, 93%). Dos 10 mercados mais valiosos do mundo, apenas o Brasil não é (ainda) composto majoritariamente por clubes-empresa. O Vasco sempre foi pioneiro. Fomos um dos primeiros clubes brasileiros a abraçar o profissionalismo no futebol. Chegou a hora de profissionalizar também a gestão.

O CRVG será um sócio relevante na SAF, protegerá as tradições do clube, receberá dividendos, e contará com um parceiro ambicioso, com alcance global, e que trará os investimentos necessários para que o futebol vascaíno dê o salto de qualidade que tanto desejamos. E a imensa torcida vascaína terá absoluta certeza que o futebol do Vasco será gerido de forma profissional, com governança e responsabilidade, acabando com a interferência política e rompendo em definitivo com as práticas nocivas que tanto prejudicaram nosso clube.

A SAF é o futuro do futebol brasileiro. A SAF recolocará o Vasco como real competidor a nível brasileiro e sul-americano. O sócio vascaíno dirá se, para nós, o futuro começa agora.

Júlio Brant

Candidato à presidência do Vasco em 2020

Julio Brant foi candidato nas últimas três eleições do Vasco — Foto: Marcelo Baltar
Julio Brant foi candidato nas últimas três eleições do Vasco — Foto: Marcelo Baltar

Desde que essa administração assumiu, procuramos levar soluções porque já víamos que a gestão financeira mantida desde 2018 seria caótica. Infelizmente, colocaram o Vasco num cenário de insolvência. A SAF se tornou a única saída nesse momento. Contudo, a SAF precisa trazer a competência, que é o problema mais crônico do Vasco. Sem competência nenhum modelo tem sucesso.

Vamos acompanhar pra ter certeza de que os resultados desportivos virão e que a associação se fortalecerá para ser capaz de investir no esporte amador, na manutenção da memória e da história do Vasco.

Leven Siano

Candidato à presidência do Vasco em 2020

Leven Siano, candidato à presidência do Vasco em 2020 — Foto: Fred Gomes
Leven Siano, candidato à presidência do Vasco em 2020 — Foto: Fred Gomes

Venho por meio desta expressar meu sentimento de não me aprofundar sobre o assunto, até porque todos sabem a minha posição sobre esta SAF, em específico, conduzida pela 777. Aconteça o que acontecer, espero ainda ter a oportunidade de entregar ao clube tudo quanto me preparei para colaborar com o seu sucesso. Uma pena que todo o processo tenha sido conduzido de forma equivocada. Perde o torcedor do Vasco. Perde o Vasco. Perde, em parte, o futebol. Até porque, o Club de Regatas Vasco da Gama é a história do Brasil.

Sérgio Frias

Candidato à presidência do Vasco em 2020

Sérgio Frias, candidato à presidência do Vasco em 2020 — Foto: Paulo Fernandes
Sérgio Frias, candidato à presidência do Vasco em 2020 — Foto: Paulo Fernandes

Tenho plena convicção de que o CRVG possui condições de resolver seus problemas como Associação Civil, desde que não se feche para o mercado, saiba negociar seus ativos (sua base é valiosíssima e algumas joias, como no caso de Andrey, são especuladas com valor de mercado hoje, em torno de R$250 milhões no mínimo), espere a negociação da LIBRA (que trará ao Vasco em futuro breve um ganho de no mínimo seis vezes maior do atual) e abra espaço para receber a ajuda de associados que se dispõem a contribuir com o clube, trazer parceiros e investimentos, com ele não fechado à uma empresa para quem se quer vender o futebol desde fevereiro.

Como SAF existem vários modelos possíveis, desde a manutenção de 100% dela com o clube (na prática trabalhar com um CNPJ limpo, sem dívidas), manutenção do controle acionário, administrando-o, ceder a administração a outrem por algum tempo, mantendo o controle acionário. O que não parece razoável é ceder o controle acionário sem que o outro lado, após aporte inicial, não tenha de se comprometer em reinvestir no clube, mantendo-o sob seu controle por até 50 anos. Não há cabimento, também, no acordo já haver hipótese firmada de o nosso principal patrimônio imobiliário e, acima de tudo, sentimental, poder passar para os setes, numa transação na qual já se mostra o que se pensa ser o futuro do CRVG, quando aventa-se a hipótese de a empresa dar à Associação R$50 milhões e ficar com o estádio, a partir de uma obra que custe R$300 milhões para ela. Dizer que isso ainda teria de passar pelo sócio antes da aprovação pode vir a ser um mero detalhe, dependendo da situação em que esteja a Associação.

Num acordo como esse deve-se entender que os objetivos dos dois lados normalmente não convergem. A imensa torcida cruzmaltina deseja títulos e a empresa lucro. Pode ela lucrar mais sem arriscar verba para conseguir títulos e eventualmente passar décadas ganhando um ou outro, afinal se o Vasco conquistar o Camp. Carioca num determinado ano, por exemplo, a empresa poderá retirar 50% do lucro líquido e se o clube estiver na segunda ou terceira divisão ela terá 25% garantidos.

Mais problemas podem existir, afinal os "donos do Vasco", no caso os associados, foram enganados com discursos mentirosos e distorcidos sobre aportes e garantias e levados ao desespero pela péssima produção esportiva do clube em 2021, aceitando qualquer coisa para sair dessa situação. Não se sabe quais os direitos sobre a história do Vasco passam a ser de domínio, digamos, intelectual dos setes, não se vê cláusulas de saída para o clube com o tempo, condições viáveis de retomada das ações no futuro, dado o baixíssimo orçamento que restará ao CRVG, e quais direitos dos atuais sócios estatutários serão vilipendiados, além dos já anunciados, que constam do estatuto e terão de ser modificados para satisfazer a empresa, como ocorreu recentemente e foi ratificado em 30/04, numa AGE fraudada e com erros procedimentais dos mais diversos na origem, discutidos em juízo.

Com o mínimo de trabalho eficiente, força da base e engajamento da torcida, o Vasco subirá de divisão e a negociação no pior momento esportivo é mais que um equívoco uma completa irresponsabilidade. Não há como o sócio afirmar com ampla convicção que votar sim numa AGE na qual se pretende vender o principal ativo do Vasco para terceiros sem ler o contrato é um ato responsável. Ainda mais diante de vários discursos mentirosos ao longo do ano, desde quando em letras garrafais foi dito em fevereiro que o clube seria vendido por R$1,7 bilhão, pois na verdade o valor real é de R$700 milhões parcelados e compensados para os setes com ativos do Vasco que ficarão à disposição da empresa ao longo do tempo, independentemente da gestão dela, e a responsabilidade por pagar, em mais de dez anos, uma dívida de até R$700 milhões, fato que se dará através dos próprios ativos do clube, diante dos valores que o Vasco está por receber, como já mencionado mais acima.

Carlos Fonseca

Presidente do Conselho Deliberativo

Carlos Fonseca, presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, em entrevista na Sede Náutica — Foto: Tébaro Schmidt / ge
Carlos Fonseca, presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, em entrevista na Sede Náutica — Foto: Tébaro Schmidt / ge

Votarei a favor da SAF. O principal motivo é o financeiro, já que a um só tempo o Vasco poderá resolver sua dívida e retomar a capacidade de realizar investimentos no futebol. Outro aspecto que me agrada é o da profissionalização da gestão, independente das costuras políticas que são necessárias em um modelo associativo.

Eduardo Rebuzzi

Presidente em exercício do Conselho de Beneméritos.

Eduardo Rebuzzi, presidente do Conselho de Beneméritos do Vasco — Foto: Divulgação
Eduardo Rebuzzi, presidente do Conselho de Beneméritos do Vasco — Foto: Divulgação

Sim, aprovo!

O futebol passa por grandes mudanças e entendo que a SAF é o caminho natural para que os Clubes tenham uma gestão mais profissional e equilibrada, com maior segurança para investidores e patrocinadores, inclusive com relação ao formato e regulamento dos campeonatos, visando uma saudável e mais rentável disputa.

Quanto à venda para a 777, o processo de análise e aprovação cumpriu todas as etapas no CRVG, que será concluída com a votação dos sócios na AGE do próximo domingo.

Fonte: ge
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