Futebol

Conheça a história do Vasco por trás do ano de 1945

"Sou Vasco da Gama, meu bem, campeão de terra e mar". Um dos momentos mais catárticos de qualquer torcedor vascaíno que já experimentou, pelo menos uma vez, viver a atmosfera única de uma tarde em São Januário está no samba da Unidos da Tijuca, em homenagem ao centenário do clube, entoado a plenos pulmões a cada gol marcado.

E ser o primeiro campeão invicto de Terra e Mar é, de fato, um dos grandes e verdadeiros orgulhos da história do Vasco. A alcunha nasceu em 1945, ano do pontapé inicial de um dos maiores times da história do futebol brasileiro e mundial: o Expresso da Vitória. Neste 18 de novembro, a celebração dos títulos invictos no futebol e no remo completa 80 anos.

No Remo, o Vasco conquistou o Campeonato Carioca, com vitória nas cinco regatas da competição daquele ano. Nos gramados, um atropelo nos rivais no estadual para espantar uma "maldição" feita por um jogador de um time adversário que assombrava o torcedor vascaíno, que não comemorava um título estadual há oito anos.

O ge traz abaixo os detalhes por trás da história do primeiro campeão invicto de terra e mar.

A "praga" do Arubinha

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A partir dali, o Vasco vivera um jejum muito incômodo sem conquistar o principal título que disputava: o Campeonato Carioca. Ano após ano, a história da maldição feita por Arubinha voltava à tona com o aumento crescente do jejum.

As campanhas frustrantes levaram a uma reforma na política do clube, com a chegada de Cyro Aranha à presidência, em 1942, e mudanças drásticas na formação do elenco. A partir daí, chegariam os primeiros jogadores que formariam o Expresso da Vitória, como Ademir Menezes, Chico, Isaías e Lelé. O jejum, porém ainda perduraria por mais três anos. Até, finalmente, chegar o ano de 1945.

A primeira geração do Expresso da Vitória

Ainda sob o fantasma da praga de Arubinha, Cyro Aranha mudou a política de contratações a partir de 1942. O lema, agora, seria, principalmente ter o foco em trazer jogadores que atuassem bem justamente em partidas contra o Vasco. E, assim, no primeiro ano, chegariam nomes como Ademir de Menezes, um dos grandes expoentes do Expresso, e outros craques como Jair, Lelé, Nilton e Sampaio.

Em 1943, o técnico Ondino Viera desembarcaria no Rio de Janeiro, além de atletas como Chico, Djalma e Isaías. Ely do Amparo chegou em 1944. Era o capitão do Canto do Rio quando foi contratado pelo Vasco, considerado o verdadeiro "xerife" do Expresso da Vitória.

E, por fim, em 1945, os nomes que faltavam para formar a verdadeira locomotiva vascaína eram incorporados ao plantel. Augusto, o capitão do Expresso; e Barbosa, que se tornaria o maior goleiro da história do Vasco.

Campeão de Terra

O apelido de Expresso da Vitória surgiria com o cartunista argentino Lorenzo Molas, que desenhou uma locomotiva com bigode para representar o excelente momento do Vasco, em 1945, no Jornal dos Sports. O artista batizou o termo em um desenho depois da vitória do time de São Januário sobre o Madureira pelo Torneio Municipal de 1945.

O Vasco ganhou todos os nove jogos do Torneio Municipal e também já havia vencido o Torneio Início. Assim, chegava ao Campeonato Carioca como favorito para levantar a tríplice coroa. Imparável, o time de Ondino Viera também conquistaria o estadual de forma invicta. A conquista se deu por antecipação no dia 11 de novembro daquele ano, com goleada por 4 a 0 contra o Madureira e o empate do Botafogo contra o São Cristóvão em 0 a 0.

O "jogo das faixas" aconteceria uma semana depois, no dia 18 de novembro, contra o seu maior rival, na Gávea. Era a última chance para impedir o título invicto do Vasco. O Flamengo chegou a abrir 2 a 0, mas Isaías marcou duas vezes já no segundo tempo e empatou a partida.

O confronto foi interrompido após a expulsão de Biguá, jogador rubro-negro, com a instauração de uma briga entre as torcidas na arquibancada, que culminou até em invasão de campo. A partida foi retomada dois dias depois para os minutos finais, mas o empate em 2 a 2 permaneceu no placar.

Somando Torneio Municipal e Carioca, o Vasco disputou 27 partidas, com incríveis 22 vitórias e cinco empates. Foram 99 gols marcados e apenas 25 sofridos. Era o fim do fantasma de Arubinha em São Januário.

Campeão do Mar

Em 1945, o Vasco também ostentava o "Expresso das Águas". A principal competição náutica do Rio de Janeiro daquele ano consistia em quatro regatas oficiais e uma quinta que decidiria o campeão carioca. O clube venceu as quatro oficiais e, na decisiva, também foi o primeiro, sagrando-se o campeão invicto do estadual.

A decisão do Carioca de Remo acontecera, curiosamente, na manhã do dia 18 de novembro. Na parte da tarde, o clássico contra o Flamengo celebraria o marco de primeiro campeão invicto de terra e mar para o Vasco.

Até ali, o clube já somava 21 títulos estaduais no Remo. Em 1944, a agremiação engataria uma sequência de 16 títulos consecutivos que só se encerraria em 1959 - a maior longevidade de títulos do Campeonato Carioca no Remo até hoje.

A primeira estrela dourada

Com as conquistas de 1945, o Vasco se tornaria o primeiro clube a conquistar os títulos de forma invicta. A marca histórica foi simbolizada com uma estrela, a primeira das oito presentes no pavilhão do clube.

As outras sete estrelas referem-se aos campeonatos brasileiros de 1974, 1989, 1997 e 2000, ao Campeonato Sul-Americano de 1948; a Taça Libertadores de 1998, além da Copa Mercosul de 2000.

No último mês, o Vasco lançou o seu terceiro uniforme justamente em homenagem aos 80 anos do feito histórico do clube. A nova camisa de linha na cor marrom, em homenagem à "Terra"; enquanto o uniforme de goleiro é azul claro, em alusão ao "Mar".

Fonte: ge
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