Política

Deputado apresenta projeto para limitar horário dos jogos de futebol

Conversei ontem à noite com o deputado federal Carlos Zarattini (PT – SP), pouco depois dele ter apresentado sua proposta de projeto de lei, estipulando que os jogos de futebol disputados em estádios com capacidade superior a 10.000 pessoas devem terminar até o horário de 23:15.

Disse-me o deputado que apresentou esse projeto motivado pela vontade de preservar o futebol como o espetáculo que é, com todo um mundo de gente e tradições ao seu redor, nos locais onde é praticado. Ele entende que o final dos jogos por volta de meia-noite é complicado para o torcedor, principalmente o que vai para o estádio usando transporte público. Como Zarattini trabalhou no Metrô paulistano e foi secretário municipal de transportes e conhece a fundo esse assunto, questionei-o sobre a baixa disponibilidade de transporte público durante a madrugada. Para ele, ampliar horários em noites de jogos seria difícil, quase impraticável, com o que concordo. E dotar a cidade de mais ônibus durante a madrugada também teria um custo/benefício desfavorável, pois a demanda é muito pequena. A cidade de São Paulo tem entre 1.300 e 1.400 linhas de ônibus, das quais cerca de 50 operam em escala reduzida durante a madrugada, em algumas linhas-chave, com maior demanda e ele não crê que seja possível mudar essa realidade.

Outro ponto que levou-o a entrar com esse projeto imediatamente, foi a resposta que ele considerou arrogante e prepotente do presidente da Federação Paulista de Futebol quando perguntado a respeito da proposta dos vereadores paulistanos: “Então vamos levar os jogos para fora da cidade de São Paulo” – disse Marco Polo Del Nero. Por sinal, essa declaração deflagrou ação semelhante na Assembléia Legislativa paulista.


O projeto de lei do Deputado Zarattini também estipula o final dos jogos às 23:15, o que pode ser, caso aprovado, um problema bastante sério em jogos com prorrogação ou em caso de falta de energia, por exemplo. Sobre isso, ele disse-me saber que seu projeto não é perfeito, mas que uma coisa boa na Câmara dos Deputados é o fato de todo projeto de lei passar por dua, três, até quatro diferentes comissões, ganhando adendos, sendo discutidos com pessoas ligadas às áreas de interesse de cada projeto. Nada impede, portanto, que o texto seja mudado para um horário máximo de início e não de final de partidas.


Durante a tramitação pelas comissões, as emissoras, clubes e federações poderão discutir a conveniência ou não do projeto, propondo alterações que possam melhorá-lo.

O deputado ficou surpreso com a repercussão de sua declaração, que iria apresentar esse projeto para a Câmara. Recentemente, ele teve aprovado seu projeto de lei sobre a tarifa social de energia elétrica (lei 12.212), que beneficia a 22 milhões de famílias em todo o Brasil. Para sua surpresa, a simples declaração de que iria apresentar um projeto de lei regulamentando horários de jogos, teve uma repercussão muito maior do que teve a lei sobre a tarifa social de energia em todo o decorrer de sua tramitação e mesmo depois de aprovada.

Coisas do futebol e da paixão.


A posição deste Olhar Crônico Esportivo

Felizmente, vivemos num regime democrático, com os três poderes atuando separadamente, dois deles por meio de representantes eleitos pelo povo. Nada mais natural, portanto, que assuntos de interesse da população sejam debatidos nas diversas casas parlamentares. Natural e desejável.


Pessoalmente, entretanto, entendo que o Estado deve legislar o mínimo possível e intrometer-se o mínimo possível na vida das pessoas e empresas. Acredito que consumidores e fornecedores conseguem se acertar de maneira razoável e que atende aos interesses dos dois lados, sem a intervenção do Estado.

Confesso que já pensei de forma diferente sobre esse ponto, em outra época, outro tempo, quando, inclusive, fomos companheiros na militância partidária, o deputado Zarattini e eu. Como é comum e normal, seguimos trilhas diferentes, movidos, talvez, por vivências distintas que conduziram a isso. Entendo e respeito sua posição, assim como a posição dos que se manifestaram nos comentários, em esmagadora maioria a favor da limitação de horários.

A TV é uma realidade cada vez mais forte e presente no futebol e em outros esportes. Nesse momento, discute-se muito na Espanha esse mesmo assunto, até ampliado, pois hoje há futebol pela TV em, praticamente, todos os dias da semana e nos mais diversos horários, inclusive às 22:00, como ignoram muitos leitores que disseram que esse horário de 21:50 só existe no Brasil.

Independentemente disso tudo, porém, sigo acreditando que a manutenção de jogos às 21:50 seja a fórmula mais interessante para todas as partes envolvidas.

Fonte: Blog Olhar Crônico Esportivo
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