Com mais uma grande atuação de Rayan, o Vasco venceu o clássico contra o Fluminense na noite desta segunda-feira e se colocou de vez na briga por uma vaga na Libertadores. Na coletiva depois da partida, o técnico Fernando Diniz rasgou elogios ao jovem atacante, autor de um dos gols na vitória por 2 a 0, e voltou a pedir sua convocação para a seleção brasileira - ele já havia feito isso na rodada passada, depois de vencer o Fortaleza no Castelão.
Nesta segunda, no Maracanã, Rayan marcou o primeiro gol do clássico em chute de fora da área que acabou sendo desviado no meio do caminho e tirou o goleiro Fábio do lance. No segundo gol, ele acertou outro chutaço de longe, Fábio deu rebote, e Nuno Moreira ampliou.
"Rayan só confirma o que eu percebi muito precocemente quando cheguei. Ele tem que estar no radar de Copa do Mundo", afirmou Diniz.
- Ele esta cada vez mais sólido. Ele está se conhecendo e se autoafirmando como um grande atacante. O Rayan de amanhã tem tudo para ser melhor do que o de hoje. Ele é muito especial - completou.
- Não, não tem nada disso (se defender para ludibriar o adversário). Acho até que, no comecinho do jogo, a gente começou melhor, nos três, quatro minutos. E aí naquele erro de saída, que eles tiveram a chance, o jogo mudou por uns 15 minutos, em que eles jogaram mais no nosso erro. Tentamos jogar, e eles tentavam levar a melhor na pressão. Fizemos o gol, mas um pouco antes de fazer o gol a gente estava já começando a entrar no jogo. Depois a gente entrou no jogo, ficou melhor no primeiro tempo. E no segundo tivemos um domínio quase total da partida, fizemos um segundo tempo muito bom.
- Eu acho que o volume de chute não diz o que foi a partida. Tivemos o controle absoluto no segundo tempo, soubemos selecionar a hora de atacar. Fomos eficientes nos chutes. A gente teve um volume muito importante de controle de posse e chances claras.
- Bom, isso é porque a gente ganhou por 2 a 0. Se o Fluminense ganha de 1 a 0, no erro do Barros, ia estar todo mundo questionando. A gente só tem segurança de que as pessoas estão entendendo no dia que a gente perde por uma falha. Futebol é um jogo de risco. Fluminense também errou na saída. A gente cobra para os times serem ousados, mas só se vencer a partida. Hoje, os elogios são pela vitória. O Ceará a gente perdeu no final. Para melhorar, o jogo é o melhor treino. Só lá no CT não adianta. O Barros só vai melhorar se tiver condição de errar. O Martinelli do Fluminense joga sólido na saída porque ficou dois anos pegando bolas espremidas. Eu estou contente, o time foi premiado pela vontade, seriedade e pela coragem.
- O Barros esta crescendo muito, é uma grande contratação. Nossa janela foi boa. Assim que abriu a janela tinha uma exigência externa para contratar, e a gente sem dinheiro tinha que fazer movimentos cirúrgicos. Fizemos contratações no fim da janela depois de muito trabalho. Os jogadores vieram e todos somaram. Falando do Barros, ele é jovem e tem tudo para crescer. Tem força física e mobilidade. Vai ganhar confiança com o tempo para o jogo com a bola nos pés.
- Absolutamente não. A Copa do Brasil é em dezembro, faltam dois meses ainda. Eu não sou treinador de rodízio. Só se precisar. A gente treina muito intenso e prepara o jogador para aguentar. Se alguém precisar de fora, vamos fazer isso. Eu ainda não estou pensando na Copa do Brasil.
- Aquele era o meu segundo jogo no Brasileirão. O time é outro em condição geral e em jogadores. O time sabe mais o que fazer. É um time bem diferente. O que é igual é a capacidade do time de trabalhar. É um time que trabalha muito. Tem uma margem de melhora grande porque os jogadores são dedicados.
- Tem a combinação de um jogador mais sério e um jogador mais técnico, e eu não acho que isso é o mais importante. São jogadores de potencial, e são jovens ainda. São jogadores de saúde e que conseguem jogar partidas sequenciais sem problema. O mais importante é a maneira que o time se comporta como todo. O Coutinho, Rayan e os dois pontas se dedicam na marcação de forma admirável. É assim que eu vejo futebol.
- É um dos jogadores mais inteligentes que eu já trabalhei. Tem muita inteligência para jogar e absorver informação. Ele vai reconhecer o próprio potencial. Caiu como uma luva no Vasco. Fico feliz dele jogar bem, fazer gol e dar assistência. Ele é tático, solidário e ajuda a gente em todas as fases do jogo.
- Não aconteceu nada demais. Não entendi do que ele estava reclamando. Não merece grandes destaques, foi normal e não tem extensão. É um jogador que está muito bem no Fluminense, tem muita vontade.
- O Zubeldía é um dos grandes treinadores do futebol sul-americano. São jogos difíceis. O Fluminense acertou na contratação dele. Eu nunca trabalhei perto dele, mas temos amigos em comum e as referencias dele são as melhores possíveis. Os times dele são sempre competitivos. É um prazer encontra-lo. Parece ser uma pessoa de ótimo caráter.
- Eu acho que, embora ele não tenha feito gol, ele já foi destaque individual em algumas partidas. Contra o Fortaleza no primeiro tempo ele foi o destaque individual do Vasco. Ele levou vantagem em todos os lances. Foi bem contra o Corinthians, decisivo contra o Vitória. Ele se destaca individualmente. Ele é jovem e tem um futuro brilhante. Ele vai se reconhecer no Vasco, tem coisa para botar para fora. Jogador que sai muito jovem e ainda não se consolidou, tem uma tendência de se frustrar um pouco sem ter a paciência necessária. Na Europa, o tratamento é mais frio e tem que resolver rapidamente. Exemplo do Matheus França. Agora que ele está entrando na sua melhor condição. A tendencia do Andrés é de crescimento exponencial.
- Naturalmente o Barros tem características um pouco mais defensivas do que o Tchê Tchê. Pode até jogar de zagueiro, acho que o Barros é mais parecido com o Hugo Moura do que o Tchê Tchê. O Tchê Tchê tem a formação na base jogando de camisa 10, de ponta para recompor, como joga o Nuno. Ele já jogou assim comigo no Audax-SP e no São Paulo. Então o Tchê Tchê é um segundo volante clássico que pode jogar de primeiro.
- Ah, você perguntou para a pessoa errada. Como eu disse, o Rayan é um jogador completo, ele tem muita coisa, muita qualidade. Eu vou repetir: ele é um jogador de 19 anos, grande, rápido, ágil, que chuta com muita precisão de qualquer lugar, é um jogador canhoto, que dribla e que sabe construir. Sabe tabelar, sabe virar o jogo. Quando precisa dele na primeira fase de construção, ele vem. Quando precisa cair de um lado ele cai, do outro lado ele cai. Hoje ele está começando a aproveitar melhor a sua impulsão. E é um jogador muito atlético. Ele é um jogador muito completo. Quando eu falo que precisa ter um olhar criterioso com o Rayan, é porque ele está em franca evolução e sobrando cada vez mais. Ele merece um olhar da seleção brasileira, um olhar bem específico para ele. É um jogador bem especial.