Paulo Henrique chegou sob desconfiança e pouco entusiasmo da torcida do Vasco. Contratado em fevereiro de 2023, o lateral só estreou como titular do clube de São Januário três meses depois, no dia 27 de maio, contra o Fortaleza, no Castelão. Exatamente dois anos depois, o jogador marcou um dos gols da vitória da equipe contra o Melgar na Sul-Americana, nesta terça-feira.
PH já se firmou como um dos destaques do clube e está entre os melhores atletas da posição no país. A maior característica, segundo o próprio, é a velocidade desde quando era pequeno, mas o lateral tem mostrado uma versão artilheira para brilhar ainda mais no Vasco recentemente.
— Eu sempre fui meio ligeirinho quando era moleque (risos). Correndo na rua, jogando bola, brincando, sempre fui rápido assim. Com passar do tempo, a gente vê que é uma das valências e procura aprimorar. Dia após dia eu trabalho intensamente em cima disso para melhorar as métricas, a velocidade para evoluir nesse quesito junto com a preparação física do clube e o meu preparador particular, o Zilmar. Eu faço trabalhos específicos para isso ser sempre uma valência minha — disse Paulo Henrique, ao ge, no Media Day do Vasco.
Com a bola na rede contra o Melgar, Paulo Henrique chegou a três gols marcados em 2025, o que torna a atual temporada como a mais artilheira da carreira do atleta.
— Fico muito feliz pela temporada, pelo crescimento da equipe. Independentemente de quem esteja no comando, todo mundo que passou por aqui em ensinou bastante. O Carille, o Felipe, agora o Diniz, todos têm uma parcela no meu desenvolvimento. O coletivo está sempre acima de qualquer coisa, mas também fico muito feliz pelo individual estar aparecendo com gols, assistências e desarmes. Tudo que eu puder acrescentar, vou estar sempre muito feliz em ajudar — disse o lateral, na entrevista na zona mista após a vitória contra o Melgar.
O que impressiona é que, apesar da velocidade de Paulo Henrique, as chances para ele não foram rápidas no Vasco. O lateral foi contratado em fevereiro de 2023 e só estreou três meses depois. PH foi contratado por empréstimo para ser opção a Puma Rodríguez.
De maio até o início de outubro, atuou em um pouco mais de 120 minutos no total, até assumir a titularidade da equipe até o fim do ano, sendo decisivo com o gol contra o Botafogo e a assistência para Serginho contra o Bragantino.
— Eu aprendi bastante em 2023, vim para cá sabendo que ia disputar vaga com um jogador de seleção, que é o Puma. Eu já vim sabendo disso, quando cheguei eu disse que respeitava muito ele, porém sabia o que eu poderia fazer e agregar. E assim foi. Quando tive a oportunidade, procurei abraçá-la e as coisas têm dado certo — disse Paulo Henrique, ao ge.
Hoje já são 98 jogos com a camisa do Vasco, 95 deles oficiais. No último deles, contra o Melgar nesta terça-feira, Paulo Henrique teve o nome gritado pela torcida ao ser substituído por Puma Rodríguez e após o apito final. Nas graças da torcida, o lateral sonha em chegar à seleção brasileira.
— É um sonho, sempre foi. Eu trabalho para ajudar a equipe e consequentemente, se pintar oportunidade na Seleção, vai ser algo muito grandioso para mim. Não acredito que seja algo impossível, acredito que é palpável. Tenho que trabalhar dia após dia para que esse momento chegue — disse o lateral, que completou:
— O Wesley, do Flamengo, foi para a Seleção agora, ele passou por um momento difícil e conseguiu chegar na Seleção. Então acredito que eu também posso, claro, com os pés no chão. Não é o meu principal objetivo, mas é um dos sonhos que acredito que pode ser possível, sim. Vou ficar muito feliz se acontecer. Se não, vou continuar trabalhando para ajudar o Vasco, que é o mais importante.
Desde 2024, nenhum lateral direito tem mais desarmes que Paulo Henrique. Em 2025, são 31 desarmes em oito rodadas. No ano passado, ele teve 72. O reconhecimento da evolução defensiva do jogador é algo celebrado por ele, que não sabe dizer se há tantos jogadores mais rápidos que ele no Brasil, mas reconhece outros "ligeirinhos" por aí.
— Da mesma forma que eu procuro atacar eu procuro defender. O reconhecimento é sinal de que o trabalho está sendo bem feito.
— Não sei te dizer (se há alguém mais rápido). Eu vi uma estatística que o Saulo Mineiro, do Ceará, bateu uma velocidade grande. O Bruno Henrique é muito rápido, o Cebolinha também. Tem vários jogadores rápidos. Não sei se sou mais rápido que eles ou eles são mais rápidos que eu — brincou o lateral.