Futebol

Em entrevista, Julio Brant fala sobre a união da oposição e suas propostas

Seguindo com nosso projeto de entrevistar todos os candidatos à eleição do Clube de Regatas Vasco da Gama, que acontecerá no dia 07/11, o Saudações Vascaínas entrevista com o seu terceiro candidato à eleição. O entrevistado da vez é o candidato da chapa Sempre Vasco, Julio Brant, que já concorreu à presidência em 2014. A entrevista foi realizada no dia 23/10 e nela buscamos nos aprofundar nas propostas do candidato, abordando diversos temas, para que ele pudesse compartilhar seus projetos com todos os vascaínos.

O Saudações Vascaínas não tem preferência por qualquer candidato e zela pela imparcialidade. Todos os candidatos terão oportunidade de mostrar um pouco de seus projetos, aqui.

Abaixo as perguntas e respostas da entrevista gravada, ao vivo, no dia 23/10 (ouça a parte 1 do áudio aqui) e (ouça a parte 2 do áudio aqui). Ao final, um vídeo gravado ao vivo pelo candidato, enviando o seu recado final para os leitores do Saudações Vascaínas.

Saudações Vascaínas: Primeiro a gente pede a apresentação do Julio e do programa, ou seja, os pontos principais, mas queríamos também que você destacasse principalmente aquilo que, dentro do seu programa, você acha que há de mais importante e, é claro, que o Julio Brant se apresente ao nosso público…

Julio Brant: Primeiro gostaria de mandar um abraço aos leitores do Saudações Vascaínas. É um prazer poder debater Vasco. Sempre é um prazer a gente poder debater Vasco e quanto mais a gente tiver esse espaço democrático, quanto mais a gente tiver esse espaço para discutir e dar voz, dar amplitude na discussão sobre o Vasco, é bom! Primeiro, portanto, gostaria de parabenizar vocês pela iniciativa e mandar um abraço para todo mundo que acompanha o Saudações Vascaínas, que está assistindo, ouvindo e dizer que é uma satisfação nossa discutir Vasco com vocês.

Basicamente nosso programa de gestão tem como mola mestre, e foi desenvolvido assim desde o início, uma ampla e profunda reestruturação do modelo de gestão do Vasco, profissionalizando do início ao fim, em todas as frentes possíveis, a estrutura do Vasco. A gente sempre fala que o futebol, ao longo dessa última década, migrou (estou falando de futebol, porque ele é o nosso principal negócio) da indústria do esporte para a indústria do entretenimento.

Quando você vê um jogador sendo negociado na China por 210 milhões de dólares, outro na Europa por 330 milhões de euros, você vê claramente que os números descolaram. Mas por que descolaram? Porque você saiu da indústria do esporte para a indústria do entretenimento. Então virou número de pop star e isso é comum. É uma tendência dos últimos anos.

Quem viu a Fórmula 1, a partir de agora será necessário mudar a entrada dos pilotos na corrida. No último grande prêmio fizeram um grande show e ficou lindo. Deu uma roupagem de entretenimento à Fórmula 1, uma roupagem pop, mais parecida com a Indy. Mas isso por que? Porque a tendência do esporte, esses esportes mais populares, é brigar na agenda com o entretenimento. Isso acontece muito nos EUA. Lá, a agenda é muito concorrida ao longo do ano e o esporte é mais uma opção.

Então se você não tiver uma atração muito forte e não promover isso de uma maneira intensa, não terá apelo.  Não só a paixão, mas o apelo do show é muito importante. Quando você traz essa indústria do entretenimento para dentro dos esportes, os números catapultam e, como em todo lugar que tem muito dinheiro, a cobrança é muito grande. Então, você começa a trazer uma série de novas tecnologias, que elevam o nível do esporte a um patamar de excelência.

O que quero dizer com isso? Quero dizer que o futebol, hoje, para se tornar competitivo, não basta só a arte. Óbvio que a arte é importante. É importante que o cara saiba jogar bola, mas só isso hoje, não faz a diferença. É necessária uma estrutura para que ele se apresente. Mal comparando, é pegar um cara que toca para caramba num palco sem nenhum equipamento.

Então, hoje, o futebol se coloca da seguinte maneira: uma estrutura extremamente profissional que permite ao atleta alcançar seu máximo. Não só o seu máximo na arte, mas também seu máximo na capacidade de se dedicar ao esporte, na sua capacidade de correr em campo, na sua capacidade física. Como você eleva esse jogador ao máximo de seu físico? Você precisa de uma série de profissionais, equipamentos e técnica, em torno dele, que permitam que ele possa extrair o máximo de seu corpo. Além disso, que o recupere após um jogo de futebol. Então não adianta contar apenas com um grande artista, você precisa ter uma estrutura para elevá-lo.

Então, se você quer levar o Vasco de volta a elite do futebol mundial, você precisa investir nisso.  Não adianta fazer como está sendo feito hoje. Não tem chance. Não é algo do tipo: “mas de repente dá uma sorte…”, tem que ter muita sorte, mas muita sorte. Para seguir com o Vasco do jeito que é gerido hoje e devolvê-lo a elite do futebol sulamericano, não digo nem mundial, tem que ter muita sorte. Veja bem, a dificuldade de fazer o Vasco voltar a figurar entre os 5 primeiros do futebol brasileiro, já é muito difícil.

Dá para imaginar o Vasco entre os cinco? Dá. De repente dá uma sorte, conquista uns pontos, mas só se for sorte. Para você ter uma ideia, hoje, o torcedor vascaíno está muito mais feliz de se afastar do Z4. Então, a satisfação do vascaíno é não cair. Se ficarmos entre os 8, então… É como se tivéssemos brigando pelas cabeças, se estivéssemos lá, como primeiro ou segundo colocado. Se pegarmos nossos concorrentes, os cinco primeiros, se estiverem fora da Libertadores, é um desastre. É inadmissível para eles estar fora da Libertadores. Esse era o lugar do Vasco. Ser inadmissível estar fora da Libertadores. Para retornar a esse patamar, você precisa criar toda uma estrutura profissional que dê suporte ao futebol e aos outros esportes.

SV: Você falou muito da infraestrutura que tem que ser criada para dar o máximo de rendimento, mas também se remeteu ao marketing esportivo. O que, aparentemente, seria a grande fonte de renda para transformar o Vasco. Hoje, sabemos que a pauta do Vasco é basicamente negativa na imprensa em geral. Como trazer um aumento de receita principalmente do marketing, para um cenário que tem declinado? Vivemos o ápice há 3, 4 anos atrás com a Copa e Olimpíadas. Agora as principais empresas de marketing esportivo ou encerraram as atividades ou começaram a se fundir pois o mercado não dava para todo mundo. Como conseguir trazer essa receita para dentro do Vasco nesse mercado de hoje?

JB: Pois é, o Vasco faz o antimarketing. Voltando, o mercado em crise, traz dois lados: o lado da oportunidade e o da dificuldade em si. A oportunidade é a própria história do Vasco. O Vasco não é um produto nacional. Ele é um produto mundial. São poucos clubes no mundo que tem a história que o Vasco tem.

Esqueça a paixão, vamos olhar de forma técnica. O que o Vasco representa no futebol brasileiro. Não podemos esquecer que o futebol brasileiro é o principal futebol do mundo. Portanto, o Vasco tem uma história de protagonismo no principal futebol do mundo. O Vasco tem uma história de formação de atletas e ídolos no principal futebol do mundo. O Vasco tem uma história de construção e inserção de quem é hoje a principal massa de jogadores, que é o negro, no futebol brasileiro e mundial. Esse foi um caminho que o Vasco criou e reverberou no mundo inteiro. Dessa forma, o Vasco em si é um produto importante no ponto de vista global.

Mais do que isso, quando você olha, não pode só tocar na questão do marketing. O marketing é uma das ferramentas. Você tem além do marketing, ou um derivado dele, um programa de sócio que precisa ser feito. Não podemos desprezar 15 a 25 milhões de torcedores, dependendo da pesquisa que você utilizar, que é um número significativo. Ou seja, é um público potencial para se tornar consumidor e sócio do Vasco. Além disso, você tem um mercado mundial de jogadores de futebol que, bem estruturado, não tenho dúvidas, daria lucro. Por exemplo, os 3 maiores artilheiros de todos os tempos do campeonato brasileiro, são do Vasco. O que mostra um trabalho consistente do clube. O trabalho só parou quando o Vasco entrou no buraco que coincide exatamente com a gestão Eurico, a partir de 2001. Não fosse isso, nós provavelmente contaríamos com o quarto maior artilheiro do campeonato brasileiro da história.

O Vasco é uma potência de produção, vendas que vai além do mercado brasileiro, que por si só já representa um produto único. Portanto, com qualquer marca que você for conversar, se houver um projeto estruturado, que é o que estou fazendo hoje, afinal não vamos esperar entrar no Vasco para começarmos a trabalhar, a chance de ganharmos é total.

Então quando você conversa com o mercado e o mercado percebe que existe um projeto profissional e sério a ser feito no Vasco, na mesma hora pipoca. Pipocam projetos, pipocam oportunidades no Brasil.

Estamos olhando além disso, estamos conseguindo parcerias que, obrigatoriamente, levarão, o Vasco, aonde ele tem que estar. O Vasco tem que estar no “top of mind” do futebol no mundo. Pensou no futebol no mundo tem que pensar Vasco, tem que pensar Bayern, tem que pensar Barcelona, Real Madrid… Tem que pensar em grandes clubes do mundo. O Vasco tem que estar entre esses grandes clubes e isso não é sonho, isso é condizente com a história do Vasco. Sonho é achar que vai chegar em algum lugar fazendo o que faz hoje.

SV: Vimos uma pesquisa recente sobre as torcidas mais fanáticas do Brasil. Hoje, segundo esta pesquisa, o Vasco figura em quarto, empatado tecnicamente com a terceira. Ou seja, estão muito próximas as torcidas de Palmeiras, Flamengo, Vasco e Corinthians. Acima de clubes como o São Paulo. Então, como trazer esta torcida que aparece como um dos torcedores mais fanáticos pelo clube, mais para perto do clube? Levando em consideração, que a torcida do Vasco é uma torcida pulverizada por todo o Brasil.

JB: Isso mostra o poder que o Vasco tem. Três dos quatro clubes citados passaram por profunda reformulação nos últimos anos: Flamengo, Corinthians e Palmeiras. Passaram por profunda reformulação de gestão, de plano de sócio, de estádio, enfim de tudo que possa imaginar. Ou seja, esses clubes se repaginaram. O único desses quatro que está no século XX é o Vasco e, mesmo assim, estamos no ranking das torcidas mais fanáticas do Brasil. Isso mostra que a resposta está aqui.

Só existem dois times no mundo que tem uma torcida distribuída por uma extensão quase continental, uma é o Vasco a outra, o Flamengo, não tem 3. O perfil das torcidas, normalmente, na Europa, Ásia e EUA, é regional. Em Madrid, é o Real e o Atlético. Em Lisboa, por exemplo, é o Sporting e o Benfica. No norte de Portugal é o Porto e o Braga. Você tem torcidas concentradas em regiões. Então você vai olhando por toda a Europa e vê que os clubes são regionais, não nacionais. Mesma coisa nos EUA. São clubes localizados, não são de extensão nacional. Isso representa uma oportunidade e uma ameaça, ao mesmo tempo.

Oportunidade porque você consegue trabalhar isso no mercado nacional, consegue ter um mercado amplo de trabalho para nosso patrocinador e parceiro. Acredito em patrocinadores e parceiros, aquele cara que casa com você em projetos de longo prazo.

Agora, também é uma ameaça, porque você tem que comunicar e incluir para um país que é continental como o Brasil. Hoje você tem inúmeras ferramentas eventuais e online para que consiga essa integração e comunicação com a torcida. Então, está no meu plano isso, fazer um plano de sócio inclusivo. Ou seja, o sócio tem que, necessariamente, fazer parte do clube a despeito de poder ou não ir a São Januário. Aí você tem inúmeras ferramentas, por exemplo:

Transmitir em áreas fechadas o treino do Vasco apenas para sócios. Nem a Globo, nem ninguém terá isso, apenas o sócio, basta acessar o site “logado”.

Quer assistir um especial, uma entrevista, o dia-a-dia do clube, quer ver como está o departamento médico, o Luis Fabiano se recuperando, quer assistir? Tá aqui. Quer assistir uma reunião de conselho deliberativo ao vivo? Entra no site e assiste. Isso para todo sócio. Todo sócio tem que votar. Todo sócio tem que participar do dia-a-dia do clube. A distinção entre sócios, fazem, para poder controlar o clube. Nós queremos abrir o clube. Nós queremos que o sócio participe do clube.

SV: Mas aí tem mudança de estatuto…

JB: Não tem mudança de estatuto. Não precisa. Só precisa alterar o estatuto para garantir o voto a distância e eleição direta, que nós queremos fazer. Boa parte do que falamos aqui não altera o estatuto. Por exemplo, existe um monte de área de estratificação de sócios em que podemos encaixar o sócio torcedor. Podemos encaixá-lo no sócio geral. O sócio geral, hoje, estatutariamente tem direito a voto. A atual diretoria que tirou o sócio geral e tal retirada não pode ser feita e foi. Ele deixou o sócio geral de lado, porque ele tem direito a voto.

Então você pode pegar essa categoria e chamar do que quiser, mas dentro do estatuto ele permanece como sócio geral. Então ele pode votar, não tem problema. Não há nada mais inclusivo que o voto.

Além disso, pretendemos disponibilizar algumas vantagens para os sócios. O clube quer contratar um jogador, bota três para os sócios votarem. O mais votado vem para o clube. A terceira camisa, colocaremos três modelos e o sócio vota qual devemos seguir. Isso você vai trazendo o cara para dentro da gestão. Então você vai trazendo decisões para o sócio. Isso se torna um grande apelo para a adesão também.

Agora, ninguém quer ser sócio de um clube perdedor. O orgulho é ser sócio do campeão. Todo mundo quer ser sócio do campeão. Então você precisa ter um time em campo que ganhe. É óbvio que não dá para ganhar todo campeonato e o sócio entende isso. Agora, ele quer ver o clube brigando. Você quer ter a expectativa de vitória, você quer ter a expectativa de ser campeão. Se a bola entra ou não, é o imponderável do futebol. No entanto, você ter a certeza que seu time entra no campeonato para brigar para ser campeão, é impagável. Isso faz o torcedor se manter como sócio.

Outra coisa que entendemos que mantém o torcedor como sócio, e queremos utilizar muito, é um modelo de fidelidade. Portanto, o torcedor mais presente nos estádios tem prioridade em detrimento daqueles que vão menos. Numa fila virtual, ele entra na frente. Por exemplo, o cara que foi ver Vasco x XV de Piracicaba, numa quarta-feira chuvosa, pela Copa do Brasil vai ter preferência na compra de ingresso quando chegar a final do Vasco contra o Flamengo.

Portanto, o sócio que é mais assíduo, tem que ter preferência em um jogo com maior demanda de ingressos. Isso faz com que você mantenha uma estabilidade maior em jogos com pouca presença de público. Aí também podemos brincar com o ranking de sócios mais assíduos. O sócio que está a frente no ranking vai jantar com o Edmundo, vai bater pênalti para o Martin Silva, vai ver o jogo, no banco, junto aos reservas. Ou seja, você desenvolve uma série de ações que não tem preço para esse cara. Aí usaremos o clube de forma inclusiva e participativa. Podemos trazer o cara que mora em Manaus, pagamos hotel, passagem, para ele e mais um acompanhante para assistir um jogo do Vasco.

Uma coisa que trouxe lá do Benfica, morei em Portugal e tenho uma relação muito boa com a gestão do Benfica, que é o plano de sócios com benefícios. Então o torcedor paga R$60,00 por mês, mas se usar os benefícios do plano em sua plenitude, vai ganhar R$60,00 e ainda ajuda o clube. Vai abastecer o carro, ganha 10 centavos de desconto por litro, vai fazer as compras ganha um desconto, vai no cinema, paga metade. No final ele fará as contas que o retorno é maior do que aquilo que está investindo. É uma forma de ver o programa de sócio de maneira diferente.

Lógico que, quando você tem uma marca bem percebida e da qual você tem orgulho, eu quero tirar meu cartão de crédito daqui e, ao invés de usar a marca do meu banco, ter a marca do Vasco, que me dá mais orgulho. Não quero utilizar a marca de uma companhia aérea. No meu programa do Vasco tem uma companhia aérea.

São oportunidades que aparecem, que diante do gigantismo que o Vasco tem… De novo, isso não é sonho, isso é puro negócio. Ninguém vai dar nada para o Vasco e o Vasco não quer nada de ninguém. Não vai existir isso de permuta. O Vasco não precisa disso. O Vasco é um time que fatura 200 milhões de reais, mal, com o Eurico, por ano.

SV: O Vasco, hoje, tem uma empresa que administra o plano de sócios… O Júlio ganhando hoje, querendo implementar tudo isso que foi falado, como será feito, dado que a empresa ainda tem contrato?

JB: Vamos sentar com a empresa e renegociar. Simples.

SV: Outra coisa, você cansou de falar, em diversas apresentações, sobre a reforma de São Januário, algo que a torcida anseia e pede muito, além do centro de treinamento. Como viabilizar isso? Você já tem o espaço?

JB: O CT tenho espaço certo. Garantido. “Opcionado” e assinado. É óbvio que o dono do terreno não sabe que é para o Vasco, nem fui eu que assinei, pois senão saberiam para quem era.  Só para desmistificar, o Fluminense que é um clube que fatura muito menos que o Vasco, já tem um CT. O Criciúma, que é um clube que fatura 10 milhões de reais por ano, tem um CT. Então, o problema não é o CT, o problema é a gestão para viabilizar um CT.

O Vasco tem dinheiro para criar um CT, te garanto isso. O Vasco tem tamanho para fazer um CT e o Vasco tem tudo, tecnicamente, para contarmos com um CT. Agora, você tem que destinar os recursos para o lugar certo.

SV: O Atual presidente diz que o CT tem que ser implementado em um lugar perto ao estádio. Você também pensa assim?

JB: Não. Não penso nada igual ao atual presidente. Nada igual. Ele disse, outro dia, que CT não era necessário. Não dá para discutir. Eu quero discutir com ele, mas ele não vem para o debate. Então fica aqui de novo, se o Eurico assistir ao programa, fica o desafio dele participar do debate. Vamos para o debate Eurico!

SV: E o estádio, a remodelação. Hoje, já contamos com o terreno…

JB: Não… Nosso foco no primeiro momento do mandato é organizar o clube, organizar a gestão do clube pois precisamos ter processo. O clube é como qualquer empresa. É como um ventríloquo. Você precisa ter controle dele, saber onde colocar a mão, senão ele vai falar completamente bagunçado. Então você precisa saber aonde mexer para que a boca mexa, o braço mexa… Portanto é igual, você precisa desenhar os processos e saber exatamente como funciona cada departamento que você controla. Hoje, não tem isso, hoje é uma bagunça.

Então precisa organizar o clube. O foco inicial é: gestão, rápido…

SV: Em 3 anos?

Não… Em 3 meses… Isso é meta dos primeiros 100 dias. É para já. Eu já fiz isso antes então posso garantir isso. Depois é, fazer o CT. Porque você não contrata jogador de ponta sem ter um CT. Pergunta para o Felipe e para o Pedrinho, eles estavam aqui agora, pergunta para eles, se eles ainda fossem jogadores, se eles querem jogar em um clube sem CT, que não há onde treinar, que descansa todo torto sentado em um banco de cimento… O cara não quer isso…

Hoje, ele é um profissional. A visão dele é uma visão de carreira. Assim como todos nós aqui. O que adianta ir trabalhar para uma empresa aonde você chega para trabalhar, vai ligar o computador e ele não liga, o ar condicionado não funciona, luz apagada… Pera aí, não vamos trabalhar nesta empresa, correto? Então o futebol romântico, ficou para o século XX. O futebol de hoje é um futebol de alta performance. É futebol profissional. É futebol de 100, 150 milhões de euros. Não se faz isso sem estrutura… Não dá!

Então assim, o Vasco vai contratar o Messi… Tem dinheiro? Tem… Esquece, o Messi não vem. Mas o Vasco tem dinheiro… Mas o Messi não vem! Porque ele não vai num clube que ele não tenha aonde treinar. Não tenha aonde descansar. Ele sabe que se ficar no clube por 3 meses, ele “tá” morto em seguida. Basta ver nossos jogadores aí.  Todo mundo lesionado, no segundo tempo o time não rende. Porque não é feito o trabalho que deveria ser feito. Portanto, o jogador de ponta sabe disso. É como colocar o Hamilton (piloto da F1) num escuderia pequena. Ele não vai, pois sabe que lá não poderá desenvolver o máximo que pode.

SV: Você falou que para o torcedor voltar para o clube e abraçar todas essas iniciativas, também é necessário um time vencedor. E para ter um time vencedor é necessário dinheiro. Isso é como um ciclo. Existe algum tipo de ação com parceiros para poder alavancar tanto torcedores como jogadores? Quais são essas ações?

JB: É o conjunto de ações. É como uma empresa que faz um IPO (sigla em inglês para Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial em português. Uma oferta pública inicial de ações é o momento em que a empresa abre seu capital e passa a ser listada na Bolsa de Valores), uma empresa nova. Como o investidor coloca dinheiro nela? Ele não sabe se dará certo ou errado… O que ele olha? Ele olha o modelo de negócios, confronta aquilo com a realidade pois ele sabe o contexto empresarial em que está inserido, confronta com a realidade de mercado, olha os executivos presentes na ação, analisa isso tudo e avalia. Chega a conclusão que a perspectiva pode ser muito boa. Pode dar errado ou pode dar certo, mas a perspectiva é muito boa.

SV: E o que vocês já pensaram para capturar esses investidores?

JB: Então, nosso projeto é a reformulação da estrutura do Vasco, profissionalização da estrutura, reformulando todos os modelos de gestão. Quando falo gestão é criação de novos departamentos, profissionalização da estrutura do Vasco.  Então, você terá realmente meritocracia, quando houver seleção de funcionários para o Vasco, haverá realmente um processo de seleção para a área contratada, não será primo de fulano ou irmão de beltrano, um sobrinho, um neto, um filho… que vão ganhar um cargo. A regra nossa vai ser muito clara em relação à governança do Vasco.  Então quem estiver de fora, saberá exatamente como o clube funciona. Você saberá exatamente qual a relação do Vasco com as organizadas, por exemplo, pois estará publicado em nosso site.

SV: Julio, na Europa é muito comum o candidato à presidência de um clube vincular a sua eleição a uma grande contratação, justamente para chamar a torcida para perto. A torcida quer time. Vocês tem algum jogador em vista?

JB: Nós pensamos em jogador, já temos ele. Estive com o Edmundo conversando com jogadores de alguns clubes, mas isso não podemos falar. Por mais que tenhamos nomes, não podemos falar. Ninguém (jogadores) quer se envolver em eleição de clube. O cara sabe que se ele apoia candidato A, B ou C, ele perde espaço se quem ele não apoia ganha e fecha a porta no clube. Então o mercado funciona assim, há um grupo de empresários que está de olho no mercado e aguarda o resultado do que está acontecendo. Agora, é claro que nós temos uma posição muito diferenciada em relação a todos os outros candidatos. Afinal, temos o apoio dos maiores ídolos da história do clube, que são hoje pessoas do mercado de futebol. Muito respeitadas nesse mercado. Pessoas que conversam com grandes nomes do futebol brasileiro e mundial.

SV: No caso, os maiores ídolos seriam Edmundo, Pedrinho e Felipe, correto?

JB: Edmundo, Felipe, Pedrinho e Galvão (Mauro Galvão).

SV: Edmundo está numa carreira de comentarista. Mauro Galvão, Felipe e Pedrinho estão trabalhando diretamente com o futebol no dia-a-dia. Eles farão parte, na governança do Julio Brant, na base, formação ou departamento de futebol? Algum departamento será dado a eles? Ou será feito como o Barcelona, aonde há toda uma formação de tipo de jogo desde a base…

JB: Só deixando claro, ninguém vai entregar nada a ninguém. Ninguém vai ser dono de nada. Em nosso modelo não cabe isso. Nem eu, nem ninguém. Nós somos parte de uma equipe de trabalho. Por mais poderoso que seja o presidente de uma empresa e por mais poderosa que seja a empresa, o presidente não é dono. Ele sozinho não faz nada. Existem vários exemplos aí.

Então nosso modelo é criar uma filosofia de trabalho aonde cada um desses nomes, tirando o Edmundo que não irá participar, mas quero contar com Galvão, Felipe e Pedrinho que são meus amigos e entendem muito de futebol. Claro que eu quero contar com essas pessoas em minha gestão pelo o que eles podem dar. Tem uma crise no vestiário, é muito mais fácil eu pegar o Pedrinho ou o Felipe e botá-los no vestiário para resolver o problema do que eu chegar lá e falar com os caras. Afinal, nunca joguei futebol, aliás, sou péssimo jogador de futebol. Portanto, cada um fará a sua parte. Esses caras conhecem o vestiário, esses caras conhecem o imaginário do jogador de futebol. Sabem o que aflige, a ansiedade desses garotos.

Ter essas pessoas em nossa gestão, atuando, é um diferencial de nosso modelo. Ter jogadores de futebol atuando diretamente em nossa gestão, fazendo a mesclagem entre o boleiro e o engravatado, executivo de empresa. É isso tudo junto, é essa junção de duas áreas de conhecimento que fará com que a gente leve o Vasco a um modelo que a gente entende que seria o melhor modelo de futebol e então criarmos um modelo Vasco, um modelo nosso.

SV: Como será o relacionamento do Júlio com os agentes de futebol e o que o Júlio pensa que pode fazer para se livrar das amarras existentes hoje, no esporte, como empresários?

JB: Você se refere ao Carlos Leite, para sermos mais claros. Porque ele coloca jogadores lá dentro. Qualquer dívida tem que ser tratada da mesma forma. Se a dívida tem origem e fundamento, o clube tem que honrar essa dívida. Se a dívida tiver um fundamento nebuloso, temos que questionar a dívida. É simples como isso.  O que é dívida real, vamos sentar para renegociar para conseguirmos pagar. Pois existe essa possibilidade. Não vou chegar lá prometendo mundos e fundos, preciso ser responsável. Hoje, é impossível olhar a realidade do Vasco. Tanto é impossível que o conselho fiscal, eleito pela gestão atual recomendou a reprovação das contas.

Agora, existe uma regra de mercado. Então temos que nos posicionar como o mercado se coloca. A gente não é contra… sou contra de dependermos exclusivamente de um empresário.

SV: Hoje isso não está mais acontecendo. No entanto, há meses atrás víamos jogadores sendo escalados simplesmente por estarem presos a essas amarras.

JB: Não sei sobre isso. Não posso opinar. Mas podem ter melhorado os nomes para cada posição.

SV: E as sedes náuticas da Lagoa e a do Botafogo? Como será o tratamento do Júlio na parte social?

JB: A vida social do Vasco precisa renascer. Eu sou nascido e criado na zona norte do Rio. Na região de Cachambi, Méier e Del Castilho. Na nossa infância, nosso fim de semana era meu avô nos levar a São Januário de fusquinha. Então era assim, eu nasci, vivendo em São Januário. Fim de semana era religioso. Quando não íamos é porque havia algo de errado.  Então era aniversário de amigo, minha mãe fazia um bolo e levava (a São Januário), festa de alguém, campeonatozinho de natação. Aprendi a nadar, inclusive, na piscina de São Januário. Então era campeonatozinho na piscina. Eram atividades que não tinham nada a ver com futebol. Era um clube social.

O que você via antigamente, era a presença da família no Vasco. O Vasco era um clube que primava pela relação familiar. Hoje o Vasco passou a ser de uma família. É diferente.

Engraçado, a sensação que eu, e muitos, têm quando entram em São Januário, é que estou entrando na casa de alguém e incomodando alguém. Tem que acabar com isso. Precisamos fazer com que o clube volte a ser frequentado pelo sócio. Para isso, você precisa de atrativos. Tanto a sede do Calabouço, quanto a sede náutica, quanto São Januário, hoje, pararam no tempo. Foram feitas pequenas reformas, pequenas melhorias, mas nada estrutural. Nada para trazer mais atratividade. Até porque o mundo mudou. O que era atrativo na década de 70 não é atrativo hoje. Então, você precisa modernizar essas sedes da melhor maneira possível, com parcerias que possam trazer eficácia para esses ativos. Trazer parceiros que conheçam do negócio e possam gerir com o Vasco esse negócio, numa parceria ganha-ganha. Aonde outras empresas podem ajudar, sendo parceiras do Vasco. Entendendo a oportunidade de negócio.

A gente tem um projeto para a sede da Lagoa, para criarmos um restaurante panorâmico no terraço da sede náutica e reverter o recurso desse projeto para a própria sede. Fazendo com que ela seja sustentável. Queria fazer um p*** restaurante, com bar panorâmico, com uma vista maravilhosa da Lagoa, dois irmãos… Você teria um lugar único no Rio de Janeiro, não tem outro igual.

Então, ideias… tem. É preciso colocar pessoas para trabalhar nos projetos. Inclusive há oportunidade de fazermos com verba incentivada (verba que é utilizada e posteriormente revertida em desconto nos impostos do clube). Outro dia estava conversando com um amigo vascaíno que trabalha no governo do estado com leis de incentivo. Ele falou: “Júlio é impressionante. O clube que mais pega verba conosco é o Flamengo. O tempo todo tem um projeto. O Vasco nunca vai lá”. Você vê, então, que não falta exatamente dinheiro. O que falta é trabalho. Falta gente para fazer acontecer. Eu trabalhei muito tempo na Vale e fui responsável, por um tempo, pela parte de patrocínios. Então você vê que se não houver empresas que possam utilizar as leis de incentivo, que tragam projetos que possam se utilizar dessas leis, não sai. Então, isso é gestão é colocar gente que entende desse tipo de mercado.

SV: Sempre associam você à Crefisa. Devido àquela foto com você, a Leila, o Edmundo…  A torcida acha que o Júlio entrando, a Crefisa vem. A gente sempre afirma para ter cautela, que você jamais afirmou nada sobre o assunto. Existe alguma possibilidade dessa parceria acontecer?

JB: Eu seria irresponsável se expusesse qualquer uma dessas marcas nesse momento eleitoral. Não será assim que ganharemos a eleição. Não podemos expor as empresas com quem a gente tem conversado. O compromisso que temos com a empresa, com os executivos, muitos deles são meus amigos, colegas de mercado, é de não expor as conversas. Portanto não vou expor as minhas conversas com ninguém. É a minha reputação em jogo.

SV: Sem nomes… mas existem?

JB: Existem. Há várias conversas em andamento. Até tenho procurado conversar para entendermos quais possibilidades e dimensão, no curto prazo, que podemos ter para dar sustentação ao clube nos primeiros seis meses, ou primeiro ano, ou quem sabe até mais longo. A gente sabe que essa parceria que estamos pensando de longo prazo não deve acontecer no primeiro ano. Você leva algum tempo para desenvolver uma parceria dessas. Você tem que negociar para isso e você só consegue negociar de verdade quando está com a caneta na mão. Você não faz isso numa campanha eleitoral. Então temos conversado com algumas empresas para se encontrarem conosco no primeiro ano sobre patrocínio, conselhos, ideias, possibilidades, mas nada que seja concreto antes do fim da campanha. Nenhuma empresa quer ser exposta num processo eleitoral. É muito ruim para a empresa. As poucas que expusemos aí, já sacaneiam. Então isso gera uma preocupação maior por parte das empresas. Eu tenho usado minha relação direta, com pessoas que conheço, amigos, colegas meus de mercado para entender o que faz sentido.

SV: E a Tecnoplano?

JB: A Tecnoplano é um parceiro que a gente trouxe. Uma empresa que tenho relação com o presidente global, lá em Portugal. Eles nos autorizaram a usar o nome, até porque são de Portugal, mas a gente já está trabalhando com eles desde 2014. Não utilizamos o nome deles em 2014 mas estamos usando agora, dado que nos autorizaram. Mas desde 2014 estamos trabalhando com a Tecnoplano para irmos ajustando o projeto. Estamos ajustando o projeto do CT por exemplo, em função do novo terreno, que é um pouco maior que o terreno anterior.

SV: Esse é aquele terreno da prefeitura?

JB: Não. É outro espaço. Então estamos ajustando o projeto a essa realidade. Estamos fazendo o detalhamento em questão de custos. Nosso projeto tem 18 milhões de reais de orçamento.

SV: Qual o prazo para o CT estar pronto?

JB: Prazo de construção de 18 a 24 meses. De um ano e meio a dois anos.

SV: Quais são seus compromissos com a transparência de sua gestão?

JB: Esse é um pilar de nossa gestão. Sempre falamos em renovação e transparência. Primeiro teremos o vascaíno do nosso lado, porque ninguém iria confiar em um projeto que não é transparente. Essa é a base. Queremos o vascaíno do nosso lado, sabendo que estamos sendo auditados por empresas internacionais de auditoria independente que darão seu parecer, seja ele positivo ou negativo.

SV: Irá utilizar o site para a divulgação desses pareceres?

JB: Claro! Publicou a gente bota no site. Queremos que seja melhor que o conselho fiscal. Queremos que quando o conselho fiscal receber, ele só analise. Receberá o relatório auditado, assinado e carimbado. Isso vai para o site. Sendo bom ou ruim. Afinal sabemos que nem sempre poderemos dar notícia boa. O primeiro ano vai ter muita notícia ruim. No entanto, dar notícia ruim, neste momento, é bom, pois isso é transparência. As pessoas querem participar, querem fazer parte de algo que realmente seja para valer. Então nossa primeira medida é a transparência. Vamos começar com o balanço semestral do clube. Vamos entrar em janeiro, em uma situação muito complicada, pouco favorável, nossa expectativa de transição é muito pequena.

SV: Há medo de criarem pegadinhas, antes de você assumir a presidência, que te amarrem ainda mais?

JB: Medo não. Vamos desamarrar qualquer pegadinha e ele (Eurico) terá que pagar se houver alguma coisa errada. Não vamos ser coniventes com nenhuma pegadinha.  Coisa que talvez tenha sido o erro da administração passada, que aceitou esse tipo de coisa. Não aceitaremos. Não vamos aceitar de forma alguma que se coloque para a próxima gestão qualquer tipo de compromisso ou de pegadinha que não seja legítimo. Se não for legítimo, a justiça vai decidir.

SV: Você tem ideia dos números do Vasco hoje?

JB: A gente tem cenários. Tínhamos os números do Roberto (Dinamite), em 2014, que havia um pouco mais de acesso na época. Então fomos pegando números de terceiros e utilizamos nas projeções. Para você ter uma ideia soubemos de uma reunião em que se falou que o faturamento do Vasco não podia ser menor que o do Flamengo e colocaram um número. Você não tem parâmetro para entender se aquilo está dentro da realidade ou não. Até porque as auditorias que vem não são claras. Não temos muita informação. A Ernest Young foi contratada para realizar um trabalho no começo da gestão Eurico e não teve condições de fazer o trabalho. Largou o processo um mês depois, nem isso, três semanas depois.

SV: Vamos falar do processo eleitoral. Existe por parte do Júlio Brant a possibilidade de união da oposição?

JB: Existe. Sempre existe. Tenho profundo respeito pelo Alexandre Campello que é um médico renomado. Pelo Fernando Horta que é um grande benemérito, um grande vascaíno, também. Agora, temos que lembrar do que foi, da última vez, essa grande união, que foi na época do MUV (Movimento Unido Vascaíno). Então essa grande união para tirar o Eurico Miranda deu no que deu.

Então temos que ter muito cuidado ao falarmos de uma união a qualquer custo. A união tem que acontecer em torno de um projeto. A união tem que acontecer de forma a ser capaz de reestruturar o Vasco. Não quero tirar o Eurico. Eu quero reestruturar o Vasco. O objetivo não é tirar o Eurico, mas reestruturar o Vasco. É óbvio que para conseguir isso temos que tirar o Eurico, mas são 2 coisas diferentes. Uma coisa é meio, outra é fim e o fim é reestruturar o Vasco.

Então temos que ter muito cuidado, muita seletividade no que proporcionará essa união para não repetirmos erros do passado. Porque os erros do passado acabaram trazendo o Eurico de volta. Então estamos num momento delicado, o Vasco vive um momento muito difícil. Se não houver um projeto consistente para recuperar o clube, quem entrar fará pior. Então lutamos pela união, fomos o primeiro grupo para levantar a bandeira da união desde 2014. Prova disso que fomos um dos últimos grupos a lançar a candidatura, esperando que a união acontecesse. Participamos de todas as reuniões com os grandes beneméritos para a união, lá no Monte Líbano.

SV: O que fez com que não acontecesse?

JB: Foi o método. Defendemos uma pesquisa. Estamos discutindo o modelo de gestão e o candidato a presidência. Tem que ser candidato aquele com melhor condição de derrotar o Eurico. A melhor maneira de medirmos isso, em nossa visão, é uma pesquisa. É o método mais objetivo, mais prático e lógico de fazermos a medição. Fazemos a pesquisa com um instituto de pesquisa renomado de comum acordo entre todas as chapas, essa pesquisa retornará um número. Quem estiver na frente, será o candidato da oposição.

SV: Existe uma data limite para definir isso?

JB: 06 de novembro (risos).

SV: O atual presidente bate muito na tecla que você jamais esteve presente em São Januário. O que você tem a dizer sobre isso?

JB: Sempre tive no Vasco. Famílias tradicionais me apoiam, como a família Sendas e Osório. Famílias mais tradicionais que os Miranda. Famílias que estão no Vasco há 50, 60 anos. Arthur Sendas foi um grande vascaíno. Estavam aqui agora. Então a relação com o Vasco é super tradicional. Ou seja, é uma piada isso, tal qual a piada do desempregado. Os caras inventam histórias. Vamos parar com a bravata e discutir projeto. Eu quero discutir projeto. Como será 2018. A realidade é nós termos ao nosso lado os vascaínos mais tradicionais, os maiores ídolos do Vasco, a torcida vascaína que nos apoia amplamente e, além disso, temos o melhor projeto.

SV: Por que Brant?

JB:  Porque estamos trabalhando em um projeto há 4 anos. Entendemos que temos o melhor projeto pro Vasco. Temos o mercado do nosso lado. Temos os ídolos que o futebol precisa. Porchat gravou um vídeo para mim, Bruno Mazzeo gravou um vídeo para mim. Daqui a pouco vamos ressuscitar o Cyro Aranha para nos dar apoio. Todos estão apoiando. Só não enxerga quem não quer. Não estão nos apoiando por causa de cargos. Ninguém tem cargo de nada. Vamos decidir os cargos no dia 08.

SV: Existe algum instituto fazendo pesquisa para você?

JB: Contratamos um instituto sério, o GPP, um dos maiores institutos de pesquisa política que existe. Até porque a minha intenção era retratar a realidade, entender quem está na frente até para saber se devemos seguir ou deixar para quem tem mais chance de ser eleito. A pesquisa é clara, diz que o candidato que tem mais força para ganhar do Eurico é o Júlio Brant.

SV: Pode passar números?

JB: Ainda não. Não queremos justamente pela possibilidade de união, pois as diferenças ficarão bem claras e, talvez, ao invés de ajudar, acabe atrapalhando.

SV: Ouvimos muito de uma possível união com o Campello. Existe possibilidade de junção com o Horta?

JB: O que me preocupa é influência que o Eurico tem na relação com o Horta.No entanto, temos que pensar no Vasco. Nosso foco é o projeto de 2018 para o Vasco. Ninguém é maior que o Vasco. O Vasco que vai colocar para a gente as forças que tem para nós ajudarmos o clube a voltar para os trilhos. Não existe salvador da pátria. Existe projeto. Nós só achamos que há de se usar a pesquisa como base.

SV: O Campello quer um prévia.

JB: A gente defende a pesquisa. Primeiro porque a prévia é um risco de você ter eleitores do Eurico influenciando quem será o candidato da oposição. Como você tira desse espectro o cara que vota no Eurico?

SV: Existem os “mensaleiros”?

JB: Existe uma clara indicação de possibilidade de fraude na lista. Quem vai decidir isso é a justiça.

SV: O sócio do Vasco tem medo de ir ao clube votar. Como o Julio fará para encorajar esse sócio para votar?

JB: Acreditamos que a justiça está sensível a isso e já manifestou preocupação com São Januário e a segurança do torcedor e sócio. Confiamos na justiça e entendemos que não existe outro caminho que não seja ela. Portanto ela deve prover a segurança necessária para o pleito ou tirar a eleição de São Januário e colocá-la num lugar mais seguro.

SV: Você pensa em levar segurança?

JB: Vamos levar vascaínos que nos apoiam. Eles farão nossa segurança.

SV: Um bate-bola rapidinho. O que é o Vasco em sua vida?

JB: Tudo. Minha vida foi Vasco e minha infância foi toda no Vasco e o que sou hoje, enquanto cidadão foi forjado na vida social do Vasco. Então Vasco tem um papel muito importante e ajudou a formar o cidadão que sou hoje.

SV: Qual o seu sentimento de tentar trabalhar pro Vasco e pelo Vasco?

JB: Sentimento de alegria, de honra, de doação, de regozijo, de muito orgulho acima de tudo. Não tem nada mais sublime que trabalhar para o clube do seu coração, a sua paixão.

SV: Qual o sentimento de ver o Vasco vitorioso?

JB: Indescritível.

SV: Por que o Julio Brant?

JB: Porque ele representa um grupo de vascaínos extremamente capacitados e comprometidos com o clube, extremamente competentes em suas áreas de atuação e que querem de fato melhorar o clube sem olhar qualquer outro interesse que não seja o interesse do Vasco acima de tudo.

Fonte: Saudações Vascaínas
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