Além da vitória épica do Vasco por 4 a 3 sobre o Vitória, no último domingo (5), outro fator chamou a atenção na partida válida pelo Brasileirão: o gramado de São Januário.
Com muitas manchas em diferentes tons de verde, o campo da Colina foi alvo de críticas e questionamentos de torcedores e durante a transmissão da partida.
Mas o que são essas manchas no gramado de São Januário? Elas afetam o andamento das partidas? O que causa e o que pode ser feito para melhorar o gramado?
Para responder essas questões, a Trivela conversou com Lucas Pedrosa, diretor técnico da Greenleaf, empresa responsável pela manutenção do gramado do estádio do Vasco.
De acordo com Pedrosa, as manchas no campo de São Januário se tratam de mutações da própria grama e não afetam a qualidade do gramado. Segundo o próprio, o único problema é “estético”.
— É uma mutação da própria grama. É uma grama antiga e não era certificada. É um processo natural, ela sofre mutações. Pode ter sofrido algum estresse. Ela sofre as mutações para aguentar ali — disse Lucas Pedrosa, da Greenleaf, à Trivela.
— Não é problema técnico, de manejo, de falta de procedimento. Não atrapalha a jogabilidade em nada. Não muda a rota da bola, não deixa mais rápida ou lenta. É uma coisa mais estética — disse o diretor da Greenleaf.
Para Pedrosa, a demora para a troca do gramado de São Januário é fator responsável pelas manchas visíveis no campo. De acordo com o diretor técnico, o gramado do estádio não é trocado totalmente há cerca de 20 anos.
Em 2011, campo passou por uma troca parcial e, antes da Copa do Mundo de 2014, por uma reforma para servir como centro de treinamentos. Desde então, o gramado segue com o manejo constante e passou por alguns ajustes, mas sem trocas.
— Cada ano que passa as manchas aumentam e destoam mais do gramado. Já tem uns três ou quatro anos que estão aumentando. Dependendo da época do ano, destoa mais do gramado. Quando está com ryegrass (grama de inverno), que tem uma tonalidade clara, acaba ofuscando um pouco essas manchas. Como já passou pelo período do inverno, a mancha aparece mais. Dependendo do horário do jogo, fica mais aparente. 16h, com calor intenso, aparece mais ainda — comentou Lucas Pedrosa.
Em média, um gramado tem vida útil de 15 anos, a depender da variedade da grama, manejo, irrigação, drenagem e outros fatores.
A troca completa de um gramado, incluindo o chamado “topsoil”, camada de areia e matéria orgânica entre a drenagem e a grama, custa entre R$ 900 mil e R$ 1 milhão. A troca parcial, sem a substituição do topsoil, custa entre R$ 500 mil a R$ 700 mil.
Nos últimos anos, com a expectativa da reforma de São Januário, as diretorias que passaram pelo Vasco adiaram a troca completa do gramado do estádio. No entanto, a Trivela apurou que o atual estado do gramado pode “forçar” uma troca antes mesmo do início das obras na Colina.
Apesar de entender que as manchas são uma questão estética, o presidente Pedrinho estaria incomodado com as críticas que o estádio vem recebendo pelo gramado. Assim, caso a reforma de São Januário não comece logo no início de 2026, o clube já avalia fazer a troca do gramado, ao menos parcial, para a próxima temporada. Esta hipótese, no entanto, ainda é considera pouco provável. O clube está confiante em começar a reforma nos primeiros meses do próximo ano.