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Fisiologista do Vasco explica processo de seleção no clube

Talvez pela monocultura esportiva que domina mídia e cotidiano da população, talvez simplesmente pela possibilidade de alteração da estratificação social. O fato é que todo garoto brasileiro nutre, em algum momento da vida, o sonho de um dia ser jogador de futebol. A aspiração é tão difundida que as peneiras realizadas pelos clubes recebem milhares de meninos a cada ano. Mas o sucesso em campo há muito tempo deixou de ser a única porta de entrada para o esporte mais praticado do planeta, assim como surgiram várias alternativas às peneiras.

Até a primeira metade do século XX, as oportunidades no futebol se restringiam aos garotos que tinham talento com a bola nos pés. O panorama só mudou quando a especialização de outros campos abriu espaço a um trabalho mais profissional e inseriu no cotidiano do esporte campos que antes eram pouco explorados.

Assim como o cargo de treinador foi inicialmente atribuído aos capitães, a formação de comissões técnicas e departamentos estratégicos das equipes remete ao trabalho improvisado de dirigentes ou parentes de dirigentes. Não por acaso, o mercado do futebol era restrito a profissionais indicados até o fim do século XX.

Contudo, a onda de profissionalização alterou esse cenário de forma drástica. Antes limitado a apaixonados, o futebol passou a dar espaço a estudiosos e conhecedores com conhecimento adquirido em ambiente acadêmico. Trabalhar no esporte mais praticado do planeta deixou de ser um privilégio para quem possui bons contatos entre os profissionais estabelecidos e passou a ser uma possibilidade para os mais preparados.

Ainda assim, a nova configuração do mercado de trabalho do futebol criou exigências complicadas para qualquer apaixonado pela área. O esporte atualmente compartilha estatísticas de outros setores profissionais. A cada 300 vagas que são disponibilizadas, apenas uma se encaixa no perfil dos postulantes ao primeiro emprego.

Outro dado preocupante é que as empresas – e o setor esportivo está incluído nisso – recebem uma média de 600 currículos por semana, e cerca de 120 são de jovens com faixa etária entre 15 e 24 anos que buscam a primeira oportunidade profissional.

Essa relação complicada entre o número de vagas para iniciantes e a quantidade de pessoas em busca de oportunidades faz com que o desemprego na população com até 24 anos de idade seja 150% maior do que os números do restante da população.

No futebol, há outro complicador para a colocação profissional de jovens em busca do primeiro emprego. A evolução dos estudos relacionados ao esporte criou uma série de novas áreas relacionadas à atividade física nos últimos anos, com profissionais especializados e capacitados a trabalhar em equipes de alto nível competitivo. Entretanto, essas pessoas ainda encontram barreiras na ideologia vigente, muitas vezes contrária à evolução.

“O que eu vi há alguns anos é que os clubes queriam um trabalho gratuito e com resultados em pouco tempo. Ninguém estava interessado em uma atividade de longo prazo”, lembra o analista de sistemas e comunicólogo Domingos Cristiano Coppio, que em 2002 ofereceu um projeto de controle estatístico a equipes de futebol.

Mesmo entre as áreas consolidadas, como a preparação física ou a medicina esportiva, ainda existe um receio dos profissionais em início de carreira sobre as possibilidades de entrada no mercado. Todavia, a especialização do conhecimento e o aumento do consumo dessas informações abriram novas portas no esporte.

“O que vemos muitas vezes é a contratação pelo ‘peixe’, ou seja, por indicação. Por isso é que criamos um processo seletivo para estagiários aqui no Vasco. Recebemos 160 inscrições e escolhemos 27 estudantes de educação física para diversas áreas do clube”, relata o fisiologista do Vasco, Carlos Vinícius Herdy.

A seleção e a contratação por competência têm se tornado cada vez mais presentes no cotidiano das principais equipes de futebol. No Brasil, mesmo os times de ponta ainda se ressentem de uma estrutura solidificada e eficiente no departamento de recursos humanos. Entretanto, a seleção ainda depende quase sempre de estratégias isoladas de um departamento, voltadas a uma ou a poucas áreas pertinentes ao funcionamento do clube.

Fonte: Cidade do Futebol
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