Futebol

Futebol carioca promove apostas e alta rotatividade de treinadores

Ausência de títulos no cenário nacional, falta de estrutura para treinamentos e fama de mal pagador. Esse três itens podem explicar uma política que vem sendo adotada no futebol do Rio de Janeiro de Janeiro nos últimos anos pelos clubes: a de não contratar técnicos de ponta.

Há tempos um clube da Cidade Maravilhosa não conta com um comandante de peso. O último de maior destaque que passou pelo Rio foi Oswaldo de Oliveira. Não que atualmente o técnico seja cobiçado, mas, entre 2000 e 2003, quando dirigiu Vasco, Fluminense e Flamengo, o treinador estava na \"moda\" e inclusive foi cogitado para assumir a seleção brasileira.

De lá para cá, os cariocas tentam muitas vezes \"lançar essa moda\", mas não tiveram êxito. Ou então apelam para profissionais de certo nome, mas que há tempos não conquistam um título importante, como Joel Santana, Celso Roth e Valdir Espinosa.

\"Eu queria que viesse o Vanderlei [Luxemburgo], o Felipão, o Leão ou o Parreira, mas era impossível. Tentamos o Tite e o Nelsinho, que pelos motivos deles não puderam assumir aqui. Não podíamos esperar muito, então o Paulo Campos foi a solução\", disse Celso Barros, presidente da patrocinadora tricolor e que atua ativamente na contratação de jogadores e treinadores., falando sobre o último técnico do Flu, demitido nesta segunda.

Certamente os dirigentes sonham com técnicos de destaque, como Luxemburgo, Leão, Paulo Autuori, Felipão e Parreira, mas, quando os sondam, muitas vezes recebem um educado não, embasado principalmente na falta de estrutura do futebol carioca, na qual os grandes sequer possuem um CT.

Flamengo, Fluminense e Botafogo treinam, respectivamente, na Gávea, Laranjeiras e General Severiano, da mesma forma que era feito há décadas, com apenas um campo à disposição. O Vasco, apesar de possuir o Vasco-Barra, bissextamente vai ao local e segue em São Januário.

\"Talvez não seja falta de estrutura, nem falta de dinheiro. Talvez seja escolha dos times do Rio. Na saída do Espinosa, tínhamos nomes de renome na nossa lista. Mas houve um consenso na diretoria, na torcida e entre os jogadores pela escolha do Waldemar. O Rio de Janeiro ainda comporta qualquer treinador, seja ele nacional ou internacional\", defendeu-se o gerente do Flamengo, Isaias Tinoco.

Desta forma, sem poder contar com os treinadores medalhões, os dirigentes muitas vezes apostam em promessas. Coincidentemente Botafogo e Flamengo ainda dão a primeira grande chance da carreira a Carlos Roberto e Waldemar Lemos.

\"O Rio de Janeiro sempre inova bastante. Seja no futebol, no carnaval, na música. Hoje há essas apostas, mas amanhã esses serão os conhecidos e, então, haverá outros novos técnicos surgindo. É cíclico. Quando o Vanderlei surgiu aqui ele também era desconhecido\", justificou o ex-técnico tricolor Paulo Campos, que foi auxiliar de Luxemburgo no Real Madri.

Entretanto, destas apostas quem surge com mais chances de \"vingar\" é o alvinegro Carlos Roberto. Campeão da Taça Guanabara pelo Botafogo, o treinador já está na final do Estadual e próximo do título.

Supersticiosos, os torcedores alvinegros já apontaram semelhanças entre ele e Paulo Autuori, técnico do Bota em 1995, quando era desconhecido e conquistou o Brasileiro pelo clube. Carlos Roberto rechaça qualquer comparação, mas aposta no seu sucesso.

\"No passado, tivemos Martim Francisco, Aymoré Moreira, Zezé Moreira, Tim e outros nomes que chegaram a um momento em que tiveram suas chances. Uma hora tem que ser feita essa renovação, que é uma coisa natural. Assim como se renovam os jogadores, se renovam os treinadores\", disse o técnico, que tem sua primeira chance no Brasil, já que passou anos no futebol árabe.

Ícone do atual quadro de treinadores cariocas, Renato Gaúcho, do Vasco, só dirigiu equipes da cidade na carreira. Antes de chegar a São Januário, passou pelo Flu em 2002 e 2003 e iniciou a carreira no Madureira, em 2001.

Sempre polêmico em suas declarações, o treinador preferiu alfinetar os chamados técnicos de ponta do futebol brasileiro.

\"A vaidade deles não permite que eles assumam um clube que não seja para brigar pela ponta, para brigar pelo título. Eles só querem pegar time bom, com excelente elenco\", disse Renato.

Veja todos os treinadores que passaram pelos grandes do Rio de janeiro de 2005 até março de 2006.

Botafogo: Bonamigo, Paulo César Gusmão, Péricles Chamusca, Acácio (interino), Celso Roth e Carlos Roberto

Fluminense: Abel Braga, Ivo Wortmann, Josué Teixeira (interino) e Paulo Campos

Flamengo: Julio César Leal, Cuca, Celso Roth, Andrade, Joel Santana, Valdir Espinosa e Waldemar Lemos

Vasco: Joel Santana, Dário Lourenço e Renato Gaúcho

Fonte: Pelé.Net
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