Futebol

Hoje no Náutico, Hélio dos Anjos treinou o Vasco por 2 meses; relembre

Quando chegou ao Vasco em 2001, Hélio dos Anjos queria alegrias. "Hélio pede ao Vasco que o faça sorrir", dizia o título da reportagem do jornal O Globo que o anunciava como treinador do clube, em agosto daquele ano. Dois meses depois, porém, o técnico decidiu deixar a equipe, alegando atrasos de salários.

Não encontrou, no Rio, os motivos para os sorrisos que esperava dar. Pelo contrário. Como também registrou o diário carioca, o treinador saía de um clube que era uma "caravela à deriva". Hoje no Náutico, 20 anos depois, o treinador reencontra, em São Januário, no próximo domingo, pela Série B, a equipe carioca.

Saída mais marcante do que a passagem

A saída de Hélio do Vasco chocou parte da imprensa carioca. Para o jornalista Fernando Calazans, em sua coluna no Globo, aquele era "um dia especial". Deixar um dos gigantes do futebol brasileiro por espontânea vontade para ir para um clube emergente mas menor como o Goiás parecia impensável.

- Quando é que alguém poderia imaginar que um técnico de futebol, um dia, fosse trocar o Vasco pelo Goiás? Pois o dia chegou, e quem fez a troca, o técnico Hélio dos Anjos, fez com a autoridade de quem conhece bem um clube e outro - escreveu.

Foto: Reprodução/O Globo

Na mesma edição do jornal, a notícia da saída trazia, escondida em detalhes, a incredulidade dos jornalistas. No subtítulo da nota, o editor do caderno de esportes já espetava: "Técnico já treinou o Goiás, que o demitira por incompetência".

O lide - primeiro parágrafo da matéria, na linguagem jornalística - mantém o tom e reforça a surpresa pela troca de time.

- O técnico Hélio dos Anjos subverteu a ordem natural das coisas no futebol brasileiro e pediu demissão do Vasco numa longa reunião que só terminou no meio da madrugada de ontem. Doze horas depois de se demitir, o treinador apresentou-se no Goiás - contava o repórter Orlando Carmo Arantes.

O então presidente do Vasco, Eurico Miranda, e o supervisor de futebol Isaías Tinoco tentaram até as 4h da manhã demovê-lo da ideia de sair. Em vão. Hélio já estava decidido - e explicaria aos jornais no dia seguinte por que decidira deixar São Januário. Os salários atrasados eram o principal fator.

- Não posso sacrificar nem a mim, nem a minha família. Sou novo ainda, estou montando a minha vida - explicou.

Àquela altura, Hélio tinha 42 anos. Já tratava o Vasco como uma "página virada" em sua carreira.

Grave crise

A saída de Hélio dos Anjos foi apenas um dos elementos de um grande crise do Cruzmaltino. No mesmo dia em que ele se despediu, Romário expunha um caso grave: havia corrupção nas categorias de base do clube. A manchete do Globo, a da Caravela à deriva, não se referia apenas ao adeus de Hélio, mas também à denúncia do Baixinho, reflexos de problemas ainda mais profundos.

Parecia o final de uma era para o clube carioca.

O Vasco do final dos anos 1990 e começo dos anos 2000 era uma máquina: fora campeão da Libertadores de 1998, conquistara o Brasileirão de 2000, mesma temporada em que ganhara a Copa Mercosul. Ao longo desse período, vários craques passaram por São Januário. Romário, Edmundo, Juninho Pernambucano, Juninho Paulista, Donizete, Luizão.

Foto: Reprodução/O Globo

Mas a imponente nau estava rachada. A conta pelos gastos exagerados em anos anteriores começava a aparecer. Com graves problemas financeiros, o Vasco atrasou salários, perdeu talentos no futebol, na base e em outros esportes, e passou a conviver frequentemente com turbulências internas.

Hélio dos Anjos chegou à equipe com esse cenário desfavorável, em agosto de 2001. Substituiu o vitorioso Joel Santana, que se demitira, mas não teria muita margem para mudar as coisas. O repórter Fábio Juppa, setorista do Vasco no Globo, contava que o treinador só poderia agir dentro de campo. Fora dele, dois homens mandavam no clube.

- Fora de campo, a chegada de Hélio dos Anjos não deve mudar muita coisa no reino de São Januário. A palavra do rei, ou melhor, do presidente do clube continuará soberana e Romário, o presidente, um bom conselheiro.

Foto: Reprodução/O Globo

Com o espaço fora de campo interditado, Hélio não conseguiu mudar as coisas nem dentro das quatro linhas - mesmo que contasse com craques como Romário e Bebeto. Teve pouco tempo para isso. Percebendo a situação do clube, ele decidiu voltar para o clube onde era ídolo e no qual havia sido campeão estadual, campeão brasileiro da Série B em 1999 e fizera uma boa campanha na Série A de 2000, o Goiás. Seu substituto foi PC Gusmão, que era preparador de goleiros no clube da Cruz de Malta.

Hélio não deixou saudades no Vasco. E o contrário, aparentemente, também é verdade.

Fonte: ge
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