Futebol

Jogadores viram réus em esquemas de apostas da Série B 2022

O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou 14 pessoas no âmbito da operação Penalidade Máxima, que revelou esquema de combinação de resultados em pelo menos três partidas da última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Entre os denunciados há oito jogadores, incluindo o ex-atacante do Vasco, Ygor Catatau, que estava no Sampaio Corrêa e atualmente está no Sepahan, do Irã. A Justiça goiana já aceitou a denúncia e todos são considerados réus.

Os denunciados são os atletas: Gabriel Domingos de Moura e Marcus Vinicius Albes Barreira (Romário), no Vila Nova à época; Joseph Maurício de Oliveira Figueiredo, do Tombense; e Ygor de Oliveira Ferreira (Ygor Catatau), Allan Godói dos Santos, André Luís Guimarães Siqueira Júnior, Mateus Da Silva Duarte e Paulo Sérgio Marques Corrêa, todos do Sampaio Corrêa na última rodada da Série B de 2022.

Eles foram denunciados no artigo 41-C do Estatuto de Defesa do Torcedor, que trata sobre "Solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado". A pena prevista é de dois a seus anos de prisão.

Além deles, também foram denunciados Bruno Lopes de Moura, Camila Silva da Motta, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro, Victor Yamasaki Fernandes e Zildo Peixoto Neto; todos apontados como cooptadores e apostadores.

De acordo com o MPGO Bruno Lopes era o líder do grupo de apostadores — ele chegou a ser preso quando a operação foi deflagrada — e sua estratégia, neste caso, já que há outros em investigação, era que os jogadores cometessem um pênalti no primeiro tempo de cada partida. A partida daí em conjunto com Ícaro, Luis Felipe e Victor cooptaram jogadores para cometer as infrações nas partidas entre Sampaio Corrêa x Londrina; Tombense x Criciúma; e Vila Nova x Sport.

Sampaio Corrêa x Londrina

Para esta partida, os apostadores Bruno, Ícaro e Luís Felipe fizeram um acerto com o atacante Ygor Catatau, conforme relata o MPGO na denúncia. O jogador cooptou outros quatro atletas e todos eles receberam R$ 10 mil antecipado com a promessa de que outros R$ 140 mil seriam dados a eles após o cometimento do pênalti. Nessa partida, o jogador Mateus, conhecido como Mateusinho, cometeu o pênalti.

Tombense x Criciúma

Nesse jogo, coube a Bruno e Ícaro o contato com Joseph, que topou participar da empreitada. O esquema oferecido foi o mesmo: R$ 10 mil antecipado e outros R$ 140 mil após o esquema dar certo. Ele cometeu o pênalti.

Vila Nova x Sport

Para a terceira partida, Bruno e Ícaro tiveram a ajuda de Victor. Eles combinaram o esquema com Romário, que indicou o jogador Gabriel Domingos para cometer o pênalti. O sinal foi pago a Domingos, que dividiu o valor com Romário.

Bruno e Victor também tentaram cooptar outro jogador do Vila. Porém, Riquelme Souza Silva negou a proposta e não fez parte do esquema.

Esquema deu errado

Para que o esquema desse certo, era necessário que os pênaltis acontecessem nas três partidas em que foram feitas apostas. Os sites usados foram das empresas Betano e Bet 365. Porém, nem Romário e nem Domingos foram escalados para o jogo. Eles comunicaram aos apostadores, que pediram que eles ajeitassem a situação já que o esquema estava montado.

A partir daí, Domingos devolveu os R$ 5 mil para Romário, que passou a tentar cooptar outros jogadores. Ele entrou em contato com Jean Francisco Martin, Willian Prado Camargo e Van Basty Sousa e Silva, mas sem sucesso. Todos negaram participar do esquema.

Sem ninguém para cometer o pênalti, o esquema de manipulação de apostas deu errado.

Cobranças

Os jogadores do Sampaio Corrêa, liderados dos Ygor Catatau, cobraram o restante do valor dos apostados. No ponto de vista deles, o dinheiro precisaria ser pago já que a parte deles foi feita.

Em análise no telefone apreendido de Mateusinho, foi descoberto um grupo de Whatsapp em que cinco jogadores mencionavam valores a receber, dívidas e cobrança. Mateusinho, André, Allan Godói, Paulo Sérgio e Ygor Catatau fazem parte do grupo. Em uma das conversas expostas na denúncia, Paulo Sérgio mostra preocupação em conversa com Catatau:

"Catata, chama os caras. Ficar em cima, irmão. Porque se dá errado, nossa vida tava um inferno", diz ele. Catatau responde que "está em cima" e Paulo Sérgio elabora:

"Não é isso, irmão. É porque esses caras estão metendo o louco... não é possível. Tu não tem culpa de nada. Deus o livre, mano. Dá merda, tava geral fudido”.

Em conversa com Luís Felipe Rodrigues de Castro, um dos apostadores, Catatau cobra pelo pagamento:

"Faz esse pix logo aí mano, já passou muito tempo já. Você disse que ia resolver hoje. Não dá para esperar mais. [...] Fala que horas você vai fazer a parada logo. Vai ficar enrolando o bagulho?” Luís Felipe responde e explica que a aposta combinada não deu certo (red) por conta da ausência no pênalti no jogo do Vila Nova:

"Seguinte, deixa eu resolver essa parada aqui, beleza? Vocês fizeram sua parte, só que nós tomou (sic) foi red, prejuízo de 492 mil reais!! Espera nós (sic) resolver, nós tá (sic) na linha com o empresário do moleque do Vila que assumiu e não fez a parada!!”

Catatau segue cobrando o pagamento:

“Mano, não tenho nada haver (sic) com isso. Já fizemos e temos que receber, pô. E todo mundo paga, independente. Nós não é (sic) bobo. Não tem como. Quem não pode estar no prejuízo é nós (sic). Correr risco e não receber, tá doido”.

Caso chega ao presidente do Vila Nova

O caso chegou ao presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, através do próprio Bruno, que detalhou a história e fez perguntas como dia do pagamento do jogador, além de enviar um comprovante de transferência bancária para Domingos.

Bruno alegou que o prejuízo foi de R$ 500 mil aproximadamente e que estava sendo cobrado por outros jogadores. E alegou ainda que queria que Romário o ressarcisse, não só o valor de entrada, mas também o que ele deveria pagar aos demais atletas que participaram do esquema.

O presidente do Vila, que é policial, conversou com Bruno e levantou informações suficientes para que o MPGO iniciasse as investigações.

Fonte: Extra Online
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