Em busca da classificação para as oitavas de final da CONMEBOL Sul-Americana, o Vasco encara o Independiente del Valle nesta terça-feira (15), às 21h30 (de Brasília), em Quito, capital do Equador, no duelo de ida dos playoffs. Apesar de estar vivo na competição continental, a situação do Cruzmaltino na temporada segue preocupando não só os torcedores, mas também alguém que conheceu tempos bem mais gloriosos em São Januário.
Campeão brasileiro e da Copa Mercosul com o Vasco em 2000, o ex-lateral-esquerdo Jorginho Paulista ligou o alerta. Para ele, o clube em que defendeu de 2000 a 2002 e depois em 2005 parou no tempo.
Em entrevista exclusiva à ESPN, o ex-defensor fez duras críticas ao modelo de gestão do presidente Pedrinho e detonou a tentativa frustrada de transformar o Vasco em SAF junto a 777 Partners. Desde a saída da empresa, o time alvinegro tem buscado, sem sucesso, um novo parceiro.
''É notória a insatisfação do vascaíno. Eu vi que o Vasco parou no tempo mesmo torcendo para o clube. A gente tem que ser bem crítico para a mudança. O Vasco parou no tempo. Vive de todo o histórico antigo do clube'', afirmou o ex-jogador.
''Teve a oportunidade de se transformar em SAF. Foi feito de uma forma pífia, horrível. Hoje quem está na presidência do clube é um ex-atleta que eu tenho o respeito. E hoje, como na gestão como presidente do clube, eu vejo que ele está fazendo o mesmo de sempre do que ocorria'', seguiu.
''Escolheram mal a SAF. Voltou para o outro lado associativo e o Pedrinho assumiu. Mas ainda a coisa não andou da forma que esperava. É uma pena. Eu acho que o Vasco tem tudo grande, é um clube grande. E está em coma. Eu falo que o Vasco ainda não saiu dos aparelhos. Ele está em na UTI'', continuou.
Sincero, Jorginho Paulista afirmou que o atual momento do Vasco é de consertar os erros feitos por gestões passadas e aproveitou ainda para fazer um pedido à torcida cruzmaltina.
"O [Fernando] Diniz é o treinador certo. O momento do clube não ajuda e ele tem que se reconstruir, financeiramente falando. Tem que apagar as burradas que fizeram agora da gestão passada, de contratações, de jogadores que eu vejo que não têm condição de vestir a camisa do Vasco. É enxugar'', declarou.
''Agora a torcida tem que entender o momento. Não adianta querer jogador do nível da pirâmide lá do alto se a condição do clube não permite. Isso é entender o momento do clube e os torcedores. Só assim que vai ter uma longevidade da situação do clube em si, de poder virar potência'', analisou.
"Não adianta achar que tem que contratar porque a torcida faz pressão porque não vêm, os resultados não chegam. Tem que reduzir para fazer uma gestão pé no chão, bem feita, com valores atuais... É pensar a longo prazo, porque o imediatismo não dá certo, não deu certo'', finalizou.
Agora, enquanto tenta se recuperar da derrota para o Botafogo no Brasileirão, onde luta contra o rebaixamento, o Vasco vira a chave para a Sul-Americana, competição que pode, quem sabe, ajudar a fazer o torcedor vascaíno voltar a sorrir.