Hoje comandante do Vasco, Fernando Diniz treinou o Cruzeiro, adversário do Cruzmaltino neste sábado (27) pelo Brasileirão, em passagem recente e de pouco destaque.
O treinador assumiu a Raposa em setembro de 2024 e ficou até o final de janeiro de 2025, caindo após apenas 20 jogos e aproveitamento baixo, com direito ao vice-campeonato da CONMEBOL Sul-Americana após dura derrota na decisão por 3 a 1 para o Racing.
Nem mesmo Diniz sabe dizer o que aconteceu em sua passagem na Toca da Raposa, mas as coisas não funcionaram.
"As pessoas, no fundo, conversam com você, mas te ouvem pouco. No fundo o cara contrata e quer resultado, quase sempre resultado imediato. Às vezes muda de uma quarta-feira para outra, em dois jogos. No Cruzeiro aconteceu isso", contou o técnico ao Charla Podcast.
"Jogamos contra o Atlético-MG no sábado, jogamos bem, poderíamos ter vencido por uns 2 a 0. Viajamos, jogamos bem no domingo, time mexido, ganhamos de 1 a 0 do Tombense. E tivemos um jogo ruim contra o Athletic, que é um bom time. Um tropeço que todo mundo vai ter. Já contaminou ambiente e de uma semana para outra teve desligamento", seguiu.
Segundo Diniz, a cultura de demissões está 'impregnada' no futebol brasileiro, resultadista e de muita pressão.
"É uma coisa impregnada no futebol, de resultado imediato. E não tem. Olha na Europa. O Guardiola não vai ser mandado embora. O Arteta ficou um ano e meio tomando porrada. Copiamos da Europa o que não deveria: muito conceito tático, porque treina lá 40 minutos e tem que treinar 40 minutos... E não olhamos para o que precisamos fazer aqui dentro", avaliou.
"É difícil um cara que faz mais coisas para ganhar do que eu. Mas você não pode achar que ganhar é a única coisa que tem. É um processo de aprender a ganhar. O Cruzeiro empatou muitos jogos, mas muitos poderia ter ganho. Não foi brilhante, não teve momento de brilhantismo. Em todos times que eu chego tem um momento assim: ganha cinco jogos seguidos, ganha de 6 a 0, o Fluminense ganhou de 10. No Cruzeiro não teve isso. O porquê eu não sei. Foi o único clube que aconteceu", seguiu o treinador na entrevista.
"Em termos de trabalho, de aquisição de conceito tático, foi um time que evoluiu rapidamente, os jogadores melhoraram. Tem o trabalho. O cara tem que gostar do trabalho que tem que fazer ganhar, não só ganhar. Precisamos ouvir a torcida, entender e trabalhar para entregar. Não é ser comandado pelo que vem de fora, senão muda toda hora. Na final da Sul-Americana eu tinha aprovação de quase 100% da torcida. Passou um mês e era ao contrário", finalizou Diniz ao Charla Podcast.
Agora 13º colocado, o Vasco de Diniz recebe em São Januário o vice-líder Cruzeiro neste sábado (27), às 18h30. Se vencer, o Cruzmaltino pode, enfim, respirar e assumir até o 10º lugar, voltando à parte superior da tabela, enquanto o time treinado por Leonardo Jardim busca retomar a ponta, atualmente ocupada pelo Flamengo.