O Vasco vem de uma série de 14 jogos sem perder, mas com um total de 9 empates, o que vem tirando do Gigante da Colina a possibilidade de encostar no G4.
Em entrevista à Super Rádio Brasil, José Hamilton Mandarino, VP de futebol do Vasco, tenta explicar o que vem acontecendo para que o Vasco não consiga vencer as suas partidas:
O momento que o Vasco está vivendo talvez só o futebol explique. O futebol cheio de surpresas, cheio de caminhos um tanto tortuosos. Nós vemos um trabalho intenso dentro do futebol, um treinador, o PC Gusmão, muito aplicado, muito empenhado em dar uma face, em dar um padrão de jogo à equipe. A equipe vem enfrentando problemas de um campeonato brasileiro que eu tenho costumado dizer que é o campeonato no mundo com mais exigências, com mais grau de rigor. É um campeonato muito difícil de ser disputado, ainda mais num ano em que o calendário foi encurtado pela copa do Mundo. Você tem uma maratona terrível, que são os jogos em fins de semana e no meio de semana. Praticamente não existem equipes que existam a esse ritmo. Há uma incidência de ausência de jogadores muito grande, em decorrência de lesões e de cartões amarelos ou expulsões. Nós vemos uma equipe muito aguerrida, muito aplicada, que, entretanto, está com uma série de repetições nos seus jogos em que praticamente acontece a mesma coisa: marcamos e no final do jogo, acabamos levando um gol e não saímos do empate. È muito interessante manter uma invencibilidade tão longa quanto essa que a equipe vem mantendo. Entretanto, numa competição em que você soma três pontos quando ganha e apenas um ponto quando empata, é terrível, porque te tira a possibilidade de uma colocação melhor no campeonato. A torcida tem toda a razão quando protesta, quando reclama. Ontem mesmo, assistimos a coisa muito mal recebida pelo público que foi a São Januário. Tivemos uma equipe, o Avaí, que talvez tenha sido a equipe que tenha se apresentado em São Januário mais fraca, também enfrentando uma série de lesões, uma série de ausência de jogadores, mas isso é o lugar comum dentro do campeonato brasileiro. Foi a equipe que talvez esse ano mais fraca em São Januário. Ainda assim, empatamos. Empatamos num jogo inacreditável. Com 29 minutos do primeiro tempo, ganhando de um a zero, há o pênalti, o pênalti é perdido. Continuamos a dominar o jogo, depois de uma certa instabilidade dos 29 minutos, da perda do pênalti até o final do primeiro tempo. No segundo tempo, a gente retoma o domínio da partida, perde um sem-número de gols e levamos um gol. É extremamente negativo, sob todos os pontos de vista. Deixa-se de pontuar três pontos, deixa-se de se aproximar do G4, frustra aos que estão no estádio e aos que não estão também. São coisas que vêm acontecendo e que nos trazem preocupações. Preocupações a nós, dirigentes, ao treinador, à direção de futebol do clube, aos jogadores, porque também os jogadores também se frustram. O ambiente ontem, depois do jogo, era de enorme frustração pelo mau resultado, Não perdemos, mas não perdemos um jogo em que jogamos continuadamente fora a oportunidade de ganhar. Está nos preocupando sob o ponto de vista de que não estamos conseguindo nos aproximar do G4. Mais do que isso, estamos jogando fora oportunidades seguidas de pontuarmos, de fazermos os três pontos no jogo. Vamos nos reagrupar, vamos conversar, vamos nos estimular, porque afinal de contas, essa maratona não pára. Agora mesmo, às três horas, já estará a equipe se dirigindo agora a Porto Alegre para mais uma luta terrível que será o jogo contra o Internacional, no Beira-Rio. No final do campeonato, os mais fortes são aqueles que vão prevalecer. Nós temos que buscar reunir essas forças, nos reagruparmos, nos reaglutinarmos, enfrentarmos sem fraqueza, sem encabulamento, esse momento que estamos vivendo, para retomarmos uma sequência de vitórias que nos permitam almejar o G4. Prefiro colocar sempre da maneira mais modesta possível, mas o G4 tem se mostrado para o Vasco uma coisa muito factível, mas que infelizmente, temos desperdiçado essas oportunidades. No meu entender, essa sequência de invencibilidade é positiva, mas ao mesmo tempo, frustrante, porque ela reúne um sem-número de jogos em que nos apresentamos melhor e, infelizmente, não vencemos.
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