O Vasco vive o seu melhor momento da temporada. E isso tem relação direta com a fase de Rayan. O atacante deslanchou sob o comando de Diniz e é a referência do ataque vascaíno. Além disso, ele foi deslocado da ponta para a posição de centroavante e teve três grandes atuações em sequência: no segundo tempo contra o Vitória e nos jogos contra Fortaleza e Fluminense.
No entanto, essa mudança de posição de Rayan já era algo esperado dentro do Vasco desde o início da temporada. Internamente, Pedrinho, ao lado do departamento de futebol, tinha grandes expectativas sobre o atacante atuando por dentro, tornando o ataque da equipe mais móvel.
O ge revelou, no início da temporada, que Rayan era pensado como a principal alternativa a Vegetti no elenco do Vasco. Por isso, a direção em nenhum momento cogitou contratar um camisa 9 reserva.
A ideia da direção era dar mais opções à comissão do então técnico Fábio Carille para não sobrecarregar Rayan, que terminou 2024 pressionado. Como foi cedido à seleção brasileira sub-20 no início de 2025, o atacante ficou de fora de algumas partidas. Sem reforços e com Adson machucado, Alex Teixeira foi sendo utilizado como titular.
Após a chegada dos reforços no primeiro semestre, Pedrinho, Felipe e Marcelo Sant'ana, inicialmente, pensavam o ataque do Vasco como:
Antes dos primeiros contatos com Rayan, Carille não via Vegetti e o atacante atuando lado a lado, principalmente pelo fato de o jovem não recompor tanto na marcação. Com os problemas médicos de Adson e a demora de Garré a mostrar ao que veio, o treinador manteve o jovem entre os titulares.
Mas a situação de Rayan mudou completamente após a chegada de Diniz. O treinador apostou muito no jovem desde os primeiros dias de treinamento no Vasco. Ele começou a exigir mais do atacante na parte tática e, principalmente, deu confiança ao atacante para arriscar mais. O jovem passou a ser mais acionado e a participar mais de todas as fases do jogo.
Com a chegada de Diniz, a diretoria do Vasco dobrou a aposta. Como Loide e Garré não emplacaram em São Januário, e Adson se machucou novamente, a análise de Pedrinho, Felipe e Admar Lopes foi a mesma do início do ano: um atacante de velocidade pelo lado aumentaria o poder de fogo da equipe e daria mais mobilidade ao time, que ganharia a possibilidade de atuar com Rayan centralizado e mais um ponta agudo pela direita.
No início do ano, a diretoria do Vasco se incomodava com o futebol praticado pela equipe de Carille pela dependência de cruzamentos para Vegetti. A filosofia de jogo que Pedrinho e Felipe gostam é a de um jogo mais apoiado, que casa com as características de Fernando Diniz. Por isso, o treinador sempre foi tratado como o técnico dos sonhos da dupla que comanda o futebol vascaíno.
Depois da contratação de Andrés Gómez, era questão de tempo para o ataque do Vasco ser formado por Nuno Moreira, Rayan e o colombiano. Não só pela má fase de Vegetti, que está há oito jogos sem marcar, ou pelo ótimo momento de Rayan. Mas também pelo casamento das peças com o estilo de jogo de Diniz e de Philippe Coutinho — o camisa 10 é a referência da equipe para o treinador.
Vegetti continua valorizado pela comissão técnica e pela direção do Vasco. O atacante é visto como uma figura fundamental dentro e fora de campo, com o papel de líder e capitão da equipe. Mas o Vasco não ser mais exclusivamente dependente do argentino para balançar as redes é uma das coisas que o futebol vascaíno buscou desde o início da temporada.
A própria contratação de Matheus França já fazia parte da análise do Vasco em ter mais um jogador de ataque com o estilo de jogo de Fernando Diniz. O departamento de futebol vê o jogador emprestado pelo Crystal Palace como um meia que, além de reserva para Coutinho, pode atuar como falso 9 ou ponta de lança.
Como centroavante, Rayan marcou duas vezes no segundo tempo contra o Vitória e abriu o placar nos triunfos sobre o Fortaleza e o Fluminense. A fase do atacante, que já era boa antes da mudança de posicionamento, parece ter melhorado ainda mais com o camisa 77 centralizado. O melhor Vasco de 2025 é o Vasco de Rayan.