Joel Santana não teve tempo para mudar o time do Vasco, mas já mudou o astral do clube. A receita? Contou suas histórias. Antes da vitória na estreia em São Januário, reuniu os jogadores no hotel que serve de concentração e falou das experiências na África do Sul na preleção. Causos sobre leões levaram os jogadores às gargalhadas.
— Dei muita risada quando ele chegou. Não só eu, como os outros jogadores também. Foi bom para o time, o ambiente estava pesado — analisou Maxi Rodriguez.
Joel tem costume de falar apenas com os atletas antes das partidas. A cada frase que dizia na preleção, uma risada era ouvida. Com um ambiente mais leve, o time entrou em campo e venceu o Luverdense, mas o clima começou a mudar bem antes.
A saída de Adílson Batista, hostilizado pela torcida, foi um dos fatores. O time, que entrava com a responsabilidade de ganhar pelo treinador, viu o peso cair sobre o novo comandante.
— O time entrava tenso. A mudança de astral é visível— relata um funcionário do departamento de futebol.
—Tirou o peso dos jogadores — contou outro.
Joel matou no peito. Na primeira conversa, domingo, falou um pouco de sua trajetória e descontraiu, lembrando o sucesso que fez com as propagandas de xampu.
Na avaliação interna, a queda de produção do time se devia a instabilidade emocional, que Joel tratou de remediar logo. Se não podia dar a sua cara ao time, detectou que Diogo Silva era um fator de insegurança.
— Ele não teria tranquilidade, passaria nervosismo para a equipe e para a torcida. Não pode ter medo de fazer as coisas — explicou Joel ao justificar a entrada do goleiro Jordi, que teve apoio da torcida.
A simples chegada de um novo comandante também deu ânimo a todo o elenco. Os reservas viram nova chance de chamar atenção, e os titulares ficaram mais atentos.
Depois dos primeiros 45 minutos no Vasco, Joel deu instruções no vestiário para que o time fizesse triangulações nas laterais para dar mais liberdade a Douglas. No segundo tempo, o camisa 10 conseguiu dar assistência para Maxi Rodriguez com um toque. O toque de Joel.
Técnico passeia em São Januário pacificado
Depois de pacificar São Januário com uma vitória em sua estreia, Joel Santana quebrou o protocolo, abandonou o treino de ontem e foi até a área social, que há uma semana recebia protestos. No caminho, recebeu cumprimentos de funcionários e torcedores sorridentes.
Como tradicional vascaíno, caminhou do gramado até a área próxima à secretaria e parou na loja Vasco-Boutique para comprar presentes para a família.
— Vim comprar umas lembranças para meus netos — explicou o Papai Joel.
Dentro da loja, se passou por vendedor ao ver um torcedor entrar com uma sacola. A camisa do Vasco foi autografada pelo treinador, que depois da compra caminhou no anel de São Januário até chegar ao campo.
Antídoto até contra a política do clube, o treinador recebeu dirigentes no campo enquanto olhava a atividade dos reservas. A diretoria deve anunciar hoje o recadastramento de sócios visando a eleição. Hoje, Joel Santana é a única unanimidade.
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