Opinião: "Maltrataram a bola"

Maurício Neves
Ataque contra defesa. Gato contra rato. 15 finalizações de um lado, nenhuma do outro. Essa foi a tônica de São Paulo x Vasco, um daqueles jogos que você já sabia que seria chato antes, mas assistiu só para comprovar. No final, ninguém saiu mais penalizado que a bola, coitada.

Seria errado falar que os times abdicaram do jogo. O São Paulo está em ressaca desde a eliminação na Libertadores, e jogou como um time que precisava muito dos três pontos e fazia de tudo para conseguí-lo. Por isso a diferença na posse de bola e no número de finalizações.

Já o Vasco entrou pensando no 0 a 0, simplesmente abdicando do ataque. Justiça seja feita, a tática implantada por PC para o jogo de hoje foi muito bem assimilada pelos jogadores. Desde que a escalação foi divulgada com Allan no lugar do poupado Carlos Alberto, era claro que a intenção era encher o meio de campo e no máximo arriscar alguns contra-ataques, contando com a velocidade de Éder Luís e Zé Roberto. Felipe, que deveria ser o toque de qualidade da equipe, deu mais uma prova que está longe da forma ideal.

Sérgio Baresi escalou um meio-campo leve, com os jovens Casemiro - bom valor - e Marcelinho - ainda tímido -, além de Richarlyson um pouco mais adiantado e a movimentação de Fernandinho e Ricardo Oliveira na frente - Fernandão entrou participativo no segundo tempo. As chances foram criadas, mas a boa defesa do Vasco - há quanto tempo não falávamos isso? - e a estrela de Fernando Prass impediram o placar de sair do zero.

No final, melhor para o Vasco, que preferiu não arriscar e sair do Morumbi com um ponto na bagagem. Para continuar sonhando alto, é obrigação vencer o Cruzeiro na próxima rodada, em São Januário. O São Paulo segue desnorteado, em crise e precisando de um técnico que mexa com os brios e recupere os jogadores. Quem será o próximo escolhido no \"perfil\" da diretoria sãopaulina?