Veja outros pontos da coletiva de Fernando Diniz:
O que falta ao time?
- Perguntas fáceis e difíceis de serem respondidas. Como você vai justificar um jogo em que a gente teve pelo menos oito chances claras de fazer um gol e o adversário não teve chance. Não dá para considerar que o gol foi uma chance criada. O cara errou a batida da falta, a bola veio baixa, o cara se abaixou, antecipou no primeiro pau e a bola bateu na bochecha (da rede). Futebol tem dessas coisas. Às vezes, você se cuida, faz exercício físico, não bebe álcool, dorme cedo e tem um ataque cardíaco e morre. A gente está fazendo tudo que é possível no Vasco. Se me espremer para sair mais uma gotinha para trabalhar, você não vai tirar. Porque tudo que eu tenho, eu tenho entregado e os jogadores estão seguindo comigo.
- E os reforços, além de a gente não contratar, contratar é difícil na situação do Vasco, a gente perdeu o Piton, o Coutinho e o GB, que tinha entrado bem. Então a gente está num momento em que precisa se juntar e trabalhar mais para ele passar. E o time está se esforçando. Além de a gente não contratar, a gente perdeu. Contra o São Paulo, parecia que a gente não precisava de muito reforço. A gente estava ajustado e jogou bem. Contra o São Paulo, a gente criou menos do que contra o Grêmio. Quantas defesas difíceis o Rafael fez? Quantas o goleiro fez hoje? Quantas o Volpi fez contra o Grêmio? Mas a bola não entrou. Não é falta de treino, de dedicação. Essas coisas que a gente gosta de falar e a torcida quer, isso está tendo, só que a bola não entrou. Acredito muito que na persistência ela vai começar a entrar.
O momento de Vegetti
- O Vegetti é um cara que faz muito gol. Hoje ele perdeu e fez um gol. Uma hora a bola dele vai começar a entrar, porque é um dos caras que mais se dedica. A questão o impedimento é uma coisa que a gente pode ajustar. As chances, quando tem, é um cara que quase sempre aproveita. Ele tem um histórico que já ajudou muito o Vasco. Agora porque não entrou, não sei te explicar. Nesse sentido sei tanto quanto você. Porque o Rayan pegou cara a cara e o goleiro tirou. Perde outro gol praticamente dentro da área pequena. Aí o cara vai, pega uma bola baixa, cabeceia sem olhar e a bola vai lá na bochecha. O Vegetti deve ter muito mais gol de cabeça que o Spinelli. São coisas que acontecem.
- O que eu acho que tem que fazer é continuar trabalhando e melhorando o time. Quando fala da defesa e o sistema, tomou um gol hoje e vai culpar o zagueiro? O cara errou a batida, a bola foi no primeiro pau e a gente tende a criticar os zagueiros e o goleiro, e a gente tende a crucificar o João Victor, porque são os mais vulneráveis. A gente está corrigindo o time em tudo que é possível, mas sempre o adversário vai ter uma ou duas chances. E se a bola entrar, o que a gente vai fazer? O futebol é um esporte que você não tem controle de nada. A gente consegue só aumentar as nossas possibilidades de vencer. A chance de fazer gol e do adversário ter. Estamos trabalhando em todas as possibilidades para que isso aconteça. Que a gente possa criar e diminuir as chances do adversário.
Time tem dificuldade na criação?
- Com todo respeito à sua avaliação, eu discordo. Acho que o time tem muita troca de passes. O que mais tem é tabela. Se pegar o que o Tchê Tchê, o Jair e o Nuno trocaram de passes hoje foi uma enormidade. Contra o Grêmio e São Paulo foi a mesma coisa. Desde que cheguei aqui, contra o Fortaleza, até contra o Botafogo, troca de passes é uma coisa que o time tem muito. E troca de maneira vertical, quase todo jogo tem um volume grande de finalizações. Acho que o problema não está aí. Se você fala assim: "um pouco mais de capricho na finalização". Ou de fazer algo do tipo, eu concordo. Mas não na questão criativa. O time tem conseguido criar. Tem criado por dentro, pelos lados, chutes de fora da área, que é o que dá para fazer.
- O time joga com imposição então a gente não tem muito contra-ataque. Então a gente vai fazer gol de cruzamento, de bola parada, de fora da área ou gol de tabela. Acho que o time tem variado e feito tudo isso, um pouco de cada coisa. Às vezes, o jogo pede mais uma coisa, às vezes, outra. Hoje era um jogo em que eles baixaram muito a linha. Era um jogo que exigiria bola aérea, chute de fora. E a gente soube usar aquilo que o adversário estava oferecendo. Infelizmente, a bola não entrou.
Jogadores que saíram do banco
- Acho que todo mundo contribuiu. O Leandrinho é um jogador formado aqui no Vasco e claramente tem um carinho do torcedor, que é justo. Mas ele vem de fora, estava um tempo sem jogar. Se a gente não bota, não é porque não quer. Eu conhecia muito pouco, ano passado quando entrou foi muitas vezes na linha da frente até, dobrando com o Piton. A tendência é conforme eu for conhecendo vai ganhando mais oportunidades. Vou ver como ele vai rendendo nos treinos.
- O Estrella teve uma cirurgia importante no joelho, está voltando agora. Ainda está no plano de reabilitação, às vezes o joelho incha, não incha. Não é só ter vontade de botar, às vezes não dá para botar por uma questão clinica. O fato do Estrella já estar sendo relacionado e entrar um pouco hoje é um avanço muito grande daquilo que estava proposto para ele. Não era nem para estar jogando já, eu que dei uma acelerada. Ele é muito bom jogador. Tomara que ele consiga desempenhar nos treinamentos e que o joelho consiga suportar nessa fase de retorno dele para ser mais uma opção. Todo mundo que tiver condição e eu achar que o time vai melhorar, eu vou botar. Todos do elenco.
Atuação do Jair
- É um jogador que eu gosto. Hoje ele fez uma partida muito boa como fez contra o Melgar. Ele e o Tchê Tchê dominaram muito o meio-campo. É um jogador que eu gosto muito.
Ausência do Pedrinho na coletiva
- Para falar do Pedrinho, é um dos caras que tem mais caráter que eu vejo desde que jogo futebol. O momento é ruim por conta da falta de resultado, mas o cara tenta fazer tudo que ele pode. Eu vim para cá, uma das razões principais além da torcida, do clube e da história, é por conta do presidente que a gente tem. Eu tenho o maior orgulho de ser liderado pelo Pedrinho. Quem está dentro sabe o que ele tenta fazer para melhorar o Vasco. Se tivesse muito dinheiro aqui, ia ser muito diferente. Mas não tem e não tem irresponsabilidade. Eu vim para cá sabendo o que a gente ia ter. A gente vai ter que recuperar as coisas no trabalho e na força da torcida. Em situações normais, era até pra gente ter classificado hoje. Contra o Grêmio era para ter vencido, contra o Bragantino não era para ter perdido. Por que as coisas estão acontecendo assim? Não sei. O que faço é trabalhar e melhorar o time. Em relação ao presidente que a gente tem, acho que o vascaíno tem que estar muito chateado com os resultados, mas não com aquilo que o Pedrinho tem tentado fazer pelo clube.