Cenário para treinamento e provas de iatismo, a Baía de Guanabara vai voltar às origens com a I Copa Fluminense de Remo, competição que faz parte do projeto de revitalização do esporte no Estado, da Federação de Remo do Rio de Janeiro (FRERJ). Palco de disputas antológicas da época em que o remo era o principal esporte do país, na virada do século XIX para o século XX , a Baía de Guanabara não recebe regatas oficiais há mais de 25 anos.
O projeto pretende resgatar clubes tradicionais da modalidade como o Clube de Natação e Regatas Santa Luzia, o Clube de Regatas Boqueirão do Passeio e o Clube Internacional de Regatas , dar mais visibilidade ao esporte (que hoje só tem o Campeonato Estadual, na Lagoa Rodrigo de Freitas) e aumentar o número de praticantes.
Projeto da FRERJ custa R$ 2,2 milhões
Segundo Alessandro Zelesco, presidente da FRERJ, a entidade aguarda a aprovação do projeto de R$ 2,2 milhões na Lei de Incentivos Fiscais ao Esporte, do Ministério do Esporte, para negociar com patrocinadores.
Dezesseis clubes apóiam a iniciativa.
Além dos três citados, estão Flamengo, Vasco, Botafogo, Associação de Remo de Campos, Clube de Natação e Regatas Campista, Clube de Regatas Guanabara, Clube de Regatas Loureiro, Clube de Regatas Piraquê, Clube Naval, Escola Naval, Grupo de Regatas Gragoatá, Instituto Rumo Náutico e São Cristóvão de Futebol e Regatas.
O projeto também prevê suporte técnico aos clubes que estão retornando.
Além de levar o remo de volta à Baía de Guanabara, vai fomentar a fabricação das yolettes em estaleiros nacionais e incrementar o turismo esportivo. Muita gente no mundo viaja para remar explica Zelesco.
As yolettes são embarcações próprias para regatas no mar, maiores e mais estáveis do que os barcos olímpicos e, por isso, também mais fáceis para a iniciação. Hoje, apenas o Botafogo tem esse tipo de embarcação, mas o objetivo da Federação é comprar dois barcos para cada clube.
Na Europa, na Austrália e na Nova Zelândia, as regatas no mar são muito difundidas. Tanto que a Federação Internacional de Remo já tem um departamento para cuidar só desse tipo de competição diz Rafael Barbarena, presidente do Guanabara.
Empolgados, dirigente e técnicos, como Denis Marinho, do Flamengo, acreditam que o esporte só precisa de um empurrãozinho para voltar a crescer: Se as provas de mar fizerem um sucesso médio, vai fazer fila de gente querendo remar.
Os atletas estão empolgados.
Eles querem é remar. E remar no mar, em uma embarcação nova, é muito estimulante completa Marcelo Murad, vice-presidente da modalidade no Botafogo