A reunião da Liga Sul-Americana de clubes, realizada no Paraguai, terminou com praticamente um rompimento entre os clubes brasileiros e o restante do continente. Os cartolas de times ficaram irritados porque suas propostas para o estatuto foram rejeitadas e se retiraram no meio da reunião. Agora, farão uma encontro próprio para decidir se abandonam de vez a liga, o que é a tendência.
Desde o início do ano, times do continente fortes – como Boca Juniors, River Plate, Peñarol – formaram um grupo para questionar a Conmebol em relação aos contratos da Libertadores. Seu objetivo era obter os documentos e com isso cobrar pelo aumento de suas receitas na competição.
Os clubes brasileiros foram chamados em seguida para integrar a organização: Santos, São Paulo, Corinthians e Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco; Inter e Grêmio, Atlético-MG e Cruzeiro. O primeiro encontro foi cordial, mas depois o entendimento desandou.
Em uma reunião em São Paulo, houve um atrito entre os times nacionais e os estrangeiros. Isso porque os clubes brasileiro exigiram que o estatuto desse privilégios a eles e aos argentinos. Ou seja, teriam maior participação na diretoria e no conselho de negociação com a Conmebol.Houve desconforto entre times dos outros países que viram arrogância dos brasileiros.
A questão ficou para ser decidida em Luque, no Paraguai. Pois bem, no encontro, a maioria dos times do continente rejeitou todas as propostas dos brasileiros para aumentar sua representação e poder na liga sul-americana. Irritados, os cartolas brasileiros simplesmente se levantaram e se retiraram da sala no meio da reunião.
A atitude torna improvável qualquer novo encontro entre os times do restante do continente e os do Brasil. Mas os clubes nacionais ainda vão realizar uma reunião para decidir o caso. Estão discutindo a questão já durante esta quinta-feira. É possível que mantenha-se o grupo de 12 times e negociem com a Conmebol em separado.
No final das contas, a briga por poder dentro da Liga Sul-Americana é uma disputa por dinheiro. O objetivo dos clubes nacionais ao buscar mais poder na entidade é forçar, no futuro, por cotas maiores na Libertadores, visto que o Brasil gera mais dinheiro para a competição do que os outros.