Embora ainda haja resistência, a tecnologia e os avanços científicos estão cada vez mais estão presentes no cotidiano do futebol. Métodos de trabalho inovadores e até novas áreas de profissionais ganham espaço. Entre essas novidades, um equipamento que age por meio de vibrações mecânicas tem sido utilizado com freqüência por preparadores físicos e já ganha território no Brasil.
Denominado Power Plate, o aparelho contém uma plataforma onde o jogador se posiciona, além de um apoio que se assemelha ao de uma bicicleta ergométrica. No futebol, sua principal vantagem é complementar a preparação física e otimizá-la. Clubes como Vasco e Palmeiras já fazem uso do equipamento. E os resultados têm agradado.
No caso do Vasco, o auxiliar de preparação física do time profissional, Alex Evangelista, diz que a implementação do aparelho em maio do ano passado modificou, para melhor, a rotina da equipe. De maio em diante, a curva de ascendência na melhora da performance dos jogadores foi absurda, tanto que terminamos o ano sem lesão muscular grave, comenta ele.
Na metodologia adotada pelo clube carioca, o Power Plate é usado dez minutos antes dos treinamentos e nos dez minutos que antecedem as partidas. O equipamento é, basicamente, um instrumento de prevenção de lesões. No entanto, como fortalece os músculos, gera resultados sensíveis na performance dos atletas.
Por meio da plataforma vibratória que o aparelho possui, estimulamos as fibras musculares de força dos atletas, que são aquelas que o jogador precisa para chutar, para dar um sprint e para um goleiro saltar mais alto, por exemplo. Por evitar o desgaste dos exercícios convencionais, o Power Plate pode substituir o treinamento de salto, poupando as articulações, avalia Evangelista.
Os motores do aparelho geram, por segundo, de 30 a 60 vibrações mecânicas na plataforma onde são feitos os exercícios. A cada vibração, o músculo contrai e alonga por meio do arco reflexo. Um treino convencional de resistência muscular utiliza de 50% a 80% das fibras musculares, enquanto o Power Plate se aproxima dos 100%.
O método ganhou destaque ao ser utilizado pela Alemanha na preparação para a última Copa do Mundo, em 2006. Limitada tecnicamente, a seleção anfitriã se destacou por seu desempenho físico, aliado à determinação de seus jogadores.
Ainda precisam ser feitos mais estudos, mas acredito que o Power Plate é o próximo salto para aumentar a velocidade das equipes em campo, aposta Evangelista, que está implantando o método também no América (RJ) a partir desta temporada.
Segundo o preparador vascaíno, que possui formação em fisioterapia, o equipamento ainda facilita o processo de recuperação pós-jogo. Em uma rotina de partidas às quartas-feiras e domingos, temos que dar um dia de repouso aos atletas, o que interfere no plano de treino. O uso do aparelho, no entanto, diminui a incidência de dores musculares e otimiza o tempo, avalia Evangelista.
Na recuperação de jogadores, o preparador cita o caso do atacante Jean. Durante o Campeonato Brasileiro, ele sofreu lesão muscular e voltou antes do previsto aos gramados. Pelos métodos convencionais, ele precisaria de 30 dias para se recuperar, mas já estava treinando em sete, recorda.
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