Futebol

Vasco vai de 'aplausos' a 'vaias' em uma semana

Três semanas se passaram desde a vitória sobre o Fluminense, quando o Vasco divulgou o vídeo dos bastidores com um discurso inflamado do presidente Pedrinho no vestiário. Na roda com os jogadores e comissão técnica, o dirigente afirmava que o elenco deveria "olhar para cima", em busca de uma vaga na Libertadores, e acreditava que, em duas rodadas, o time já estaria na briga efetiva pela zona de classificação no Brasileirão.

""A gente vai jogar pra c* e a gente vai brigar pela Libertadores. Dou duas rodadas para a gente estar na Libertadores. Bota na cabeça de vocês", discursou Pedrinho.

Depois do clássico, o Vasco ainda venceria o Bragantino por 3 a 0, fora de casa, e chegaria à quarta vitória consecutiva. O objetivo de alcançar o G-7 ganharia ainda mais força, mas contaria com duas provas definitivas pelo caminho, e logo na sequência: os confrontos diretos contra São Paulo e Botafogo, times que também brigam pela classificação à Libertadores.

Em apenas seis dias, o clima no vestiário e na arquibancada mudou. O time não só perdeu os dois confrontos diretos, como chegou à terceira derrota consecutiva neste sábado, contra o Juventude, com direito à "olé" irônico da torcida e gritos de "time sem vergonha". Mas como o cenário do Vasco mudou tanto em menos de uma semana?

Baque contra o São Paulo e aplausos da torcida

O Vasco chegou ao confronto contra o São Paulo embalado pelas quatro vitórias consecutivas - a maior sequência do time na atual edição do Brasileiro. O clima em São Januário antes e durante a partida era de confiança no bom resultado.

O time fez boa atuação, principalmente no primeiro tempo, teve boas chances para marcar, mas viu o São Paulo abrir o placar nos acréscimos do primeiro tempo, com Lucas cobrando pênalti. No segundo tempo, o Vasco chegou a ter cinco atacantes em campo para buscar o ataque e acabou cedendo espaços ao adversário, que ampliou aos 41, com Luiz Gustavo marcando de cabeça.

Mesmo com a derrota em casa, a torcida reconheceu a atuação e, em demonstração de apoio, aplaudiu o time na saída de campo, apesar do resultado frustrante.

— Essa é a conquista mais importante desse elenco. É devolver estima à instituição e ao torcedor e criar uma conexão ao ponto de perder um jogo em casa e sair aplaudido. É mérito dos jogadores, do trabalho. A torcida reconhece que é um time que se entrega do começo ao fim. Acho que é o ponto mais positivo que temos no clube agora — afirmou Fernando Diniz na coletiva após o jogo contra o São Paulo.

Derrota "inquestionável" no Nilton Santos

A volta por cima poderia vir logo na quarta-feira, quando o Vasco encararia não só um clássico como um confronto direto contra o Botafogo, que estava, naquele momento, a cinco pontos de distância.

Diferentemente do jogo contra o São Paulo, a vitória do adversário, dessa vez, foi inquestionável - como o próprio Fernando Diniz descreveu na entrevista coletiva. O Vasco fez uma partida muito ruim no Nilton Santos. O rival foi superior do início da partida até o final, e o placar de 3 a 0 ficou barato. O time de Fernando Diniz não finalizou nenhuma vez na direção do gol e foi dominado pelo Botafogo.

— O placar de 3 a 0 refletiu o que foi o jogo. Tirando os minutos iniciais do jogo, em que tivemos o controle sem agredir muito, o Botafogo foi dominante. Marcamos mal e jogamos mal. Sou o grande responsável por isso. Não tivemos chance de ganhar. Eles criaram mais, marcaram melhor, fizeram mais faltas. Foi uma vitória meio inquestionável — lamentou o treinador do Vasco.

O último voto de confiança em São Januário

Apesar de mais uma derrota, o Vasco reencontraria São Januário em clima de festa da torcida, que lotou o estádio para a partida contra o Juventude no sábado. A pressão, porém, já era maior internamente para que o time voltasse aos trilhos das vitórias contra um adversário na zona de rebaixamento e permanecesse vivo para não deixar o pelotão do G-7 desgarrar.

A noite começou bem, com Rayan abrindo o placar e com direito à comemoração no estilo "Trem-bala da Colina". No entanto, erros individuais custaram caríssimo, e o Juventude chegou à virada ainda na etapa inicial com gols de Marcelo Hermes e de Nenê.

No segundo tempo, Ewerthon marcou o terceiro do time gaúcho - minutos após a expulsão de Paulo Henrique, que deixou o Vasco com um a menos - e deu números finais ao duelo da 33ª rodada do Brasileirão.

Depois do terceiro gol, a paciência do torcedor do Vasco, enfim, cessou. A arquibancada entoou uma sonora vaia aos atletas, com Matheus França como alvo principal, e começou a gritar "olé", de forma irônica, a cada toque dos jogadores do Juventude. O time saiu de campo sob protestos de "vergonha".

Com o resultado, o Vasco estacionou nos 42 pontos e caiu para a 10ª colocação, mas pode perder ainda mais uma posição, caso o Corinthians some pontos contra o Ceará neste domingo, na Neo Química Arena.

Com apenas mais cinco jogos por fazer, o Vasco pode ver a distância para o G-7 aumentar para nove pontos, ao fim da 33ª rodada, e vê o sonho por uma vaga para a Libertadores via Campeonato Brasileiro cada vez mais longe. Vale destacar que a equipe carioca segue viva na Copa do Brasil e disputa as semifinais contra o Fluminense, nos dias 11 e 14 de dezembro.

O time terá 11 dias sem jogos no calendário devido ao período de Data Fifa. O próximo compromisso acontece no dia 19, contra o Grêmio, em Porto Alegre, pela 34ª rodada do Brasileirão.

Fonte: ge
  • Sábado, 08/11/2025 às 18h00
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  • Domingo, 23/11/2025 às 16h00
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  • Sexta-feira, 28/11/2025 às 19h30
    Vasco Vasco
    Internacional Internacional
    Campeonato Brasileiro - Série A São Januário
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