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Vegetti revela meta de gols e esclarece polêmica com Soteldo

O artilheiro argentino desembarcou no Rio de Janeiro em agosto, com o clube na zona de rebaixamento, sem grandes perspectivas. A identificação com o torcedor, no entanto, foi imediata. Em pouco tempo Vegetti se tornou um dos principais centroavantes do Brasileirão e referência no Vasco. Seus dez gols foram fundamentais para o clube na fuga do rebaixamento.

A adaptação foi facilitada pela presença do compatriota Ramón Díaz, um “ícone do futebol argentino”. Vegetti elogiou o trabalho do treinador e quer mais. Com contrato até 2025, o artilheiro se impressionou com a torcida do Vasco: “Merece a recompensa nos próximos anos”.

Em entrevista ao ge, Vegetti falou sobre os intensos primeiros meses no Brasil, revelou sua meta de gols ao chegar no Vasco, explicou a provocação a Soteldo e elogiou o elenco: “Grupo de homens que não se intimidam com a dificuldade”. Leia abaixo:

ge: depois de tudo o que viveu, você considera o Vasco o maior desafio da sua carreira? Por que escolheu o Vasco? Você tinha outras propostas...

Vegetti: sempre tive um desejo de atuar no Brasil em um grande clube. Já estava há algumas temporadas no Belgrano e queria ter uma experiência de atuar fora do meu país. Quando chegou a proposta do Vasco, que é um grande clube não só do Brasil, mas do nosso continente e do mundo, era o desafio que gostaria de encarar. Não foi uma decisão simples ou fácil de tomar. Estava estabilizado no Belgrano. Mas ser uma proposta de um clube como o Vasco pesou para que fizesse a opção pela vinda.

Você termina o Campeonato Brasileiro como artilheiro do Vasco, com 10 gols em 21 jogos. Você tinha alguma meta quando chegou? Bateu?

Claro que o principal objetivo era a permanência do clube na Série A. A minha meta, respondendo mais diretamente à sua pergunta, é sempre conseguir marcar em todos os jogos. É claro que nem sempre é possível, mas sempre vou buscar melhorar meu desempenho nesse quesito. Fico feliz que muitos desses gols anotados no Brasileiro contribuíram para o Vasco permanecer na elite.

Teve algum momento no campeonato que o time sentiu o baque e ficou mais desanimado? O Vasco vencia os jogos, mas não conseguia se afastar da zona de rebaixamento... Houve algum pacto entre o elenco?

A nossa missão no campeonato era muito difícil. Era uma maratona, digamos assim. O Vasco largou mal no Brasileiro e, quando cheguei, ainda estava em último, muito atrás do 16º colocado. Mas uma coisa que me impressionou muito desde o início foi a união do grupo. Podia ser o atleta mais experiente ou mais jovem, todos tinham certeza que o trabalho estava sendo bem feito, e que uma hora os frutos viriam.

Não foi fácil, mas creio que o resultado final é a prova de que temos um grupo de homens que não se intimidam com a dificuldade. E que nunca desistiu ou deixou de acreditar que era possível. É preciso destacar também o trabalho da nossa comissão técnica, que foi fundamental.

Apesar de poucos meses no clube, você se entrosou rapidamente, sua família está aqui. Você brinca com todo mundo, comenta nas fotos dos colegas... Fale um pouco dessa personalidade sua que ninguém aqui conhecia.

Na verdade eu sou uma pessoa bastante reservada (risos). Mas com quem tenho intimidade, amizade, acabo me soltando mais. Sou um cara família e bastante tranquilo, que valoriza muito as coisas simples da vida. É claro que no campo estou sempre concentrado e brigando em cada disputa. Então talvez não passe essa impressão que acabou deixando, por exemplo, algum comentário descontraído em uma rede social de algum companheiro ou familiar.

Ramón sempre te elogia muito, parece ter uma relação muito próxima com você. Qual foi a importância dele e do Emiliano para o acerto e como é a relação com eles? O que eles fizeram para salvar o Vasco?

O Ramón é um ícone do futebol argentino, mas que há décadas já ganhou o mundo. É um treinador muito respeitado mundialmente. O currículo dele fala por si só. O Emiliano já foi jogador, tem no sangue essa veia do Ramón também, então é um complemento perfeito. Sem dúvida a nossa comissão teve papel decisivo para ajudar o nosso elenco, recuperar a confiança daqueles que iniciaram o ano, e souberam administrar a enorme pressão que era sair de uma situação muito adversa para chegar ao objetivo.

Você criou uma identificação muito grande com a torcida, a comemoração do pirata virou febre entre as crianças e até celebridades. O que você viu da torcida do Vasco você já tinha visto antes?

Brasileiros e argentinos são apaixonados por futebol. Claramente isso se reflete nas arquibancadas, sobretudo dos grandes clubes. Talvez essa característica presente nos argentinos de muita luta, entrega e raça case com a filosofia da própria história do Vasco. O Vasco sempre precisou lutar para se sobressair.

Seja na questão da Resposta Histórica, lutando pelos negros, analfabetos, pobres. Também na questão da construção do seu estádio. Dos títulos e viradas marcantes. Acho que foi um encontro natural que causou essa empatia mútua. E a torcida do Vasco, pelo amor de não abandonar o clube mesmo nos momentos de dificuldade, merece a recompensa nos próximos anos. E quero retribuir em campo esse carinho que recebo desde o primeiro dia.

Após o jogo contra o Bragantino, você e alguns colegas provocaram Soteldo, do Santos. Aquele jogo marcou o Vasco? A provocação foi uma resposta também para a torcida?

Estávamos em uma situação complicada e não achamos oportuno o que ele fez naquela partida. Não trouxe nenhum tipo de vantagem para ele aquela jogada. Quando atingimos o objetivo foi mais uma coisa interna do grupo, relembrando o caminho que passamos até chegar ali. Acabou tomando uma forma maior do que realmente foi para o nosso grupo o que fizemos ali no campo. Mas todos sabemos que o Soteldo é um grande jogador, um craque. Mas nosso foco sempre foi o Vasco e estamos felizes que no fim atingimos o nosso objetivo.

Você tem contrato até 2025. O que esperar do ano que vem? Já teve alguma conversa com Ramón? Vai estabelecer meta de gols?

No momento só quero desfrutar com minha família as férias na Argentina. Foi uma temporada intensa e de muita pressão. Depois de recarregar as baterias aí sim vou pensar e planejar a minha próxima temporada.

Fonte: ge
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