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Veja como foi o evento "Resposta Histórica" com feijoada em São Januário

Em comemoração aos 94 anos da "Resposta Histórica", o mais importante documento de sua história, o Vasco da Gama promoveu na tarde deste sábado (07/04), nas quadras anexas do Complexo Esportivo de São Januário, a "Feijoada na Colina". O evento foi um sucesso e contou com a participação de torcedores cruzmaltinos das mais variadas regiões do Brasil. Todos vieram ao Rio de Janeiro para prestigiar a decisão do Campeonato Carioca.

A festividade foi iniciada com um discurso emocionado do presidente em exercício Elói Ferreira de Araújo, 1º vice-presidente. O dirigente relembrou detalhes importantes da luta do Gigante da Colina contra o racismo, pediu a união de todos os vascaínos para a construção de um futuro melhor para o clube e se mostrou honrado com a oportunidade de comandar a equipe do seu coração numa data tão especial. 

- É muita alegria estar compartilhando com todos e todas essa história vitoriosa que o Vasco da Gama. Em 1924, a diretoria do Vasco por unanimidade deliberou nunca expulsar ou ofender negros, pobres e operários. Se negou a retirá-los de suas equipes. Isso era uma exigência da AMEA e por conta dela o Vasco resolveu sair da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos. Para retornar em 1925, tivemos que assumir um compromisso, de melhoras suas instalações e suas condições. Foi quando fizemos São Januário, o maior estádio da América até a construção do Maracanã. O que estamos festejando aqui hoje é o não ao Racismo e não a intolerância - afirmou Elói Ferreira de Araújo.

Alexandre Campello, que se licenciou do cargo de presidente por um dia, também se fez presente no "Feijoada na Colina", assim como Sônia Andrade, 2ª vice-presidente geral. Outras figuras importantes do Vasco estiveram em São Januário, casos de Roberto Monteiro (presidente do Conselho Deliberativo), Edmilson José Valentim (presidente do Conselho Fiscal) e Eurico Miranda (presidente do Conselho de Beneméritos).

A "Resposta Histórica", um marco para o futebol brasileiro
 

Enquanto na política o país era liderado pelo presidente Arthur Bernardes, no futebol a equipe vascaína vencia quase todas as partidas que disputava e também as competições. Depois de atropelar os adversários no ano anterior, em 1924 o Vasco já era o inimigo número 1 das demais torcidas cariocas. Um rival a ser batido, de qualquer maneira. E já que era difícil batê-lo em campo, os dirigentes dos clubes rivais resolveram investigar as atividades profissionais e sociais dos camisas negras, uma vez que o futebol ainda era amador e os jogadores não podiam receber salário por praticarem o esporte. Um verdadeiro golpe para tirar o Vasco das disputas.

Na verdade, o que não agradava os adversários era a origem daqueles jogadores: um time formado por negros, mulatos e operários, arrebanhados nas áreas pobres da cidade do Rio de Janeiro.

Depois de esgotadas todas as possibilidades de retirar o Vasco da disputa, por intermédio do  regulamento da Liga Metropolitana, os adversários apelaram para a criação de uma nova entidade, a Associação Metropolitana de Esportes Athléticos (AMEA) e recusaram a inscrição dos vascaínos. Segundo os dirigentes adversários, o time cruzmaltino era formado por atletas de profissão duvidosa e o clube não contava com um estádio em boas condições. 

Nesse contexto, a AMEA solicitou ao Vasco que excluísse doze de seus jogadores da competição que, não por coincidência, eram todos negros e operários. O Club de Regatas Vasco da Gama recusou a proposta prontamente. E através de uma carta histórica de José Augusto Prestes, então presidente cruzmaltino, o Gigante da Colina mostrou sua total indignação à discriminação racial: "Estamos certos de que Vossa Excelência será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno de nossa parte sacrificar, ao desejo de filiar-se à Amea, alguns dos que lutaram para que tivéssemos, entre outras vitórias, a do Campeonato de Futebol da Cidade do Rio de Janeiro de 1923 (...) Nestes termos, sentimos ter de comunicar a Vossa Excelência que desistimos de fazer parte da AMEA". Vítima do racismo de seus adversários, restou ao Vasco disputar, com outros times de menor expressão, o campeonato da abandonada Liga Metropolitana de Desportos Terrestres.

Nesse dia histórico, o futebol brasileiro começou a ser do povo. Começou a forjar a tolerância, traço fundamental da cultura brasileira, que possibilitou a diversidade e a riqueza racial e cultural que vivenciamos hoje. No ano de 1923 começou a ser possível conhecermos Pelé, Garrincha, Didi, Barbosa, Romário e tantos e tantos outros talentos inigualáveis do nosso esporte. E o Vasco deu o seu mais importante passo para ser o gigante no qual ele se tornou.

O ingresso do Vasco na AMEA foi aprovado em tempo para o campeonato de 1925, com os mesmos direitos que os clubes fundadores.  Os "camisas negras" obtiveram a terceira colocação na volta ao convívio com os principais clubes do Rio de Janeiro, em 1925, e conquistaram o vice-campeonato no ano seguinte.

Fonte: Site oficial do Vasco
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