O técnico Zé Ricardo é o convidado da semana do "Toca e Passa", videocast do GLOBO. Professor de educação física por formação e com experiência em diversos clubes de enorme expressão do futebol brasileiro, como Flamengo, Vasco, Botafogo, Internacional e Cruzeiro, o comandante revisitou sua trajetória no futsal e no campo e avaliou suas passagens pelo rubro-negro e cruz-maltino, times onde passou mais tempo na carreira.
— É difícil fazer uma comparação (onde criou mais raízes sentimentais), porque Flamengo e Vasco são duas camisas pesadíssimas. Quando eu penso na minha carreira, tenho muita gratidão às pessoas que me ajudaram a chegar onde cheguei no profissional, e também muito orgulho. A maneira como foi no Flamengo, pelo tempo (13 meses como técnico principal) e pelo meu primeiro título (Campeonato Carioca de 2017), e o Vasco pelas duas vezes que passei (2018 e 2022)... E conseguimos bons objetivos. É uma equipe que tem uma torcida extremamente calorosa. O carinho que eu recebo nas ruas me traz uma gratidão muito grande — disse.
Sem clube há um mês, desde que deixou o comando do Criciúma, Zé Ricardo mora com a família na zona sul do Rio de Janeiro, sua cidade natal e que conhece na palma da mão. Além de ter treinado três dos quatro principais clubes, o técnico nascido e criado em Vila Isabel, na zona norte, também teve aqui sua criação como profissional.
Formado pela Castelo Branco, Zé Ricardo defende o investimento na educação dentro do esporte. Ex-professor da rede municipal e de outras escolas, o treinador propaga a ideia de que o Brasil deve investir mais nas políticas esportivas universitárias, para que isso influencie no âmbito profissional. Nesse sentido, o modelo americano é utilizado como exemplo.
— Acho que a gente ainda tem muito a aprender para o desenvolvimento do esporte. A nossa política esportiva nacional é muito defasada. Poderíamos pegar exemplos nas políticas universitárias americanas, que também dão bolsas que fazem o cara estudar e também ter o dom para poder participar — iniciou Zé.
— Os jogos estudantis eram uma tradição muito grande aqui, e o Jubs (Jogos Universitários Brasileiros) também. Hoje até voltaram, mas não da maneira como eu acho que deveria ser. E isso tudo (o passado como aluno e professor) me ajudou demais. O esporte sempre me ajudou muito. Então o que deixo de mensagem para aqueles que estão próximos de mim é sempre estar incentivando isso — concluiu.
O “Toca e Passa” é o videocast semanal do jornal O GLOBO, com oferecimento de 7Games, em que personagens do mundo da bola analisam suas carreiras e debatem temas relevantes do futebol. Confira todos os episódios no YouTube, no Spotify ou no Apple Podcasts.