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Almirante de volta ao barco

Entre o risco do naufrágio e a glória da salvação, o Vasco enfrenta o desafio dos grandes navegadores. Ainda no início da travessia, a derrota na estréia do Estadual trouxe ondas enormes de desconfiança. Com a boa campanha na Copa do Brasil e o início vitorioso na Série B, os horizontes se abriram junto com o sorriso condescendente de público e crítica. Diante de uma rota que se anunciava tranquila, mais uma vez o tempo e o humor das análises mudaram bruscamente. Há seis jogos sem vencer, em oitavo no Brasileiro, a torcida já se preparava para ver seu capitão deixar o barco em águas revoltas, quando o clube anunciou a permanência de Carlos Alberto. Juntos por mais um ano, o Vasco e seu principal jogador tentam encontrar o caminho do equilíbrio para voltar à elite nacional.

Em troca da extensão do empréstimo, o apoiador aumentou em mais um ano o seu vínculo com o Werder Bremen, que passa a ter prioridade para a contratação de jogadores do Vasco. Ao contrário do que ocorreu nos últimos seis meses, em que arcava com a menor parte dos salários de Carlos Alberto, os alemães se liberaram de qualquer pagamento, agora a cargo do Vasco. O esforço para mantê-lo mobilizou toda a nau cruzmaltina. Do convés ao porão.

— Teve jogador que propôs até reduzir o próprio salário — disse o presidente Roberto Dinamite, sem revelar nomes nem cifras. — Fizemos um esforço que se justifica pela importância dele. Às vezes, um investimento médio sai mais caro porque não dá o mesmo retorno.

Até agora, com Carlos Alberto o Vasco obteve 14 vitórias, oito empates e duas derrotas. Num elenco tão modesto quanto disciplinado, o capitão é acima da média. Presente em 24 dos 35 jogos do time no ano, marcou sete gols e recebeu 15 cartões amarelos e dois vermelhos.

Diante do retrospecto, surge o enigma: enquanto para alguns o problema do Vasco é tê-lo como solução, a maioria entende que a solução é tê-lo como problema.

— Carlos Alberto é referência como jogador e líder. Não queremos apenas o atleta, mas o homem com tranquilidade em sua vida — disse o presidente, sobre a preocupação do jogador de não deixar o Brasil com a mulher grávida de cinco meses. — A vontade dele foi determinante.

Ao contrário do início da gestação e da carreira do craque, a fase de enjôo passou. De volta ao comando do barco, Carlos Alberto já não se deixa levar pelas ondas de otimismo nem pelas previsões mais sombrias.

— Digo para ele que é preciso viver uma coisa de cada vez. Hoje, ele é um homem equilibrado — afirma o empresário Carlos Leite, lembrando que o número excessivo de cartões expressa mais empenho do que indisciplina. — Se você analisar, a maioria é de faltas no meiocampo por vontade de ajudar.

Além de uma gripe, que lhe trouxe febre e a visita de um médico do Vasco em sua casa, Carlos Alberto precisa vencer os problemas burocráticos para jogar sábado, contra a Ponte Preta, em São Januário, onde o time não vence, nem faz gol desde 23 de maio. A contar do fim de seu contrato, no dia 30, ele tem 15 dias para reativar sua inscrição na CBF, sem a necessidade de uma transferência internacional, que o obrigaria a esperar pela reabertura da janela, em agosto.

Fonte: O Globo
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