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Análise: Ataque do Vasco ganha mobilidade, mas peca na construção de jogadas

“O Vasco teve uma noite infeliz” na derrota por 2 a 0 para o Novorizontino, na última quarta-feira, no Estádio Jorjão, pela 15ª rodada da Série B. A fala do técnico Maurício Souza resume o desempenho ruim de um time que não conseguiu colocar as ideias em prática.

A equipe teve outros desempenhos ruins nesta Série B, mas esse, somado à derrota, sobressaiu. Era esperado que, em algum momento, o Vasco perdesse a invencibilidade, mas não da forma como aconteceu em Novo Horizonte.

A tentativa de Maurício Souza foi dar mais mobilidade ao Vasco com o deslocamento de Figueiredo para o centro do ataque e a entrada de Palácios na ponta. O time abriu mão de um homem de referência fixo, mas não conseguiu ser criativo como se pretendia. A ideia era tentar distribuir a construção das jogadas ofensivas entre os quatro homens de frente, o que não acontece muito quando se tem Raniel ou Getúlio, que geralmente tocam pouco na bola.

Por outro lado, o Vasco teve um déficit defensivo. Palácios é um jogador que não ajuda tanto na primeira pressão ao adversário ou na recomposição defensiva. Em seu segundo jogo apenas como titular, o chileno cansou na segunda etapa, mas precisou jogar mais tempo que o companheiro Nenê, que entrou em campo com dores na última noite. Mesmo com dois homens de mais qualidade do meio pra frente, o time perdeu o meio de campo no primeiro tempo e pouco ficou com a bola.

Há os pontos negativos e positivos de se jogar sem o centroavante fixo. E não diria que essa alteração foi determinante para o resultado do jogo, mas há de se refletir que o ataque mais móvel não conseguiu se organizar para elaborar o jogo ofensivo da forma que foi pensado. Nessa formação, o time perdeu também o recurso da bola aérea ofensiva: muito utilizados pelo Vasco, os cruzamentos foram escassos.

Se pouco construiu, a atuação defensiva foi o ponto fraco do time, que, sem Gabriel Dias, teve muitas dificuldades pelo lado direito, com Ronald se criando para cima de Weverton. O time também perdeu estatura e foi presa fácil para o Novorizontino, que abriu o placar na bola aérea aos 31 minutos, mas antes já tinha levado perigo duas vezes pelo alto e exigido um milagre do goleiro Thiago Rodrigues, que fez pelo menos quatro defesas importantes no jogo.

O Vasco também não havia feito bons primeiros tempos contra Operário e Londrina, por exemplo, mas a diferença é que desta vez o adversário conseguiu jogar com a bola bem mais perto do seu gol. Mérito total do Novorizontino, que encontrou na pressão alta a forma de desestabilizar o time de Maurício, que tentou sair jogando curto, mas muitas vezes perdeu a bola em seu próprio campo com a marcação dominante da equipe da casa.

- A ideia era realmente ter um pouco mais de criatividade no setor de meio de campo, sempre que o Palácios vinha para dentro. Porém não podemos de jeito nenhum tirar o mérito do Novorizontino, que conseguiu a partir de uma marcação muito impositiva neutralizar nossas ações. Não conseguimos sair, começamos a jogar um jogo mais direto. Esse jogo não deu para a gente nem o ganho da primeira nem o ganho da segunda bola - avaliou o técnico Maurício Souza.

É de se entender que a troca de treinador tem efeitos colaterais e, apesar de Maurício querer manter o modelo de jogo apresentado até então, há certas ideias a serem implementadas em prol da evolução do time, e isso exige certa paciência. O Novorizontino leu bem a estratégia do Vasco, que não conseguiu colocar a bola no chão e, quando estava um pouco melhor no jogo, viu o adversário retomar o controle e ampliar o placar.

No segundo tempo, a equipe carioca teve lapsos de criação e poderia ter mudado a história do jogo quando Gabriel Pec deixou quatro marcadores para trás e tocou na boa para Andrey Santos desperdiçar na cara do goleiro. Figueiredo isolou outra chance em seguida. O time da casa fez um jogo muito pegado no Jorjão e soube pilhar o Vasco, que teve três amarelados e um expulso - a perda de Anderson Conceição aos 30 minutos da etapa final enfraqueceu qualquer tentativa do visitante reagir.

- Acho que o nosso jogo claramente não encaixou. A gente não acertou nada no jogo. Fizemos uma partida muito abaixo do que estávamos fazendo. Nós temos que levantar a cabeça, é a nossa primeira derrota. Temos que trabalhar. A Série B é um campeonato difícil, infelizmente hoje a gente não foi feliz aqui e vamos levantar a cabeça para a partida contra o Sport - analisou o volante Yuri Lara.

O Vasco sai de Novo Horizonte sem a sensação de terra arrasada. E com razão. A derrota após 14 jogos de invencibilidade não pode apagar os frutos colhidos até então. Mas também não é para se esquecer. Pelo contrário, Maurício Souza usará o desempenho ruim para identificar os erros de execução e dar sequência ao projeto, que não firmará da noite para o dia. Domingo tem mais um desafio, contra o Sport, com estádio cheio no Rio de Janeiro.

Fonte: Globo Esporte
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