A primeira reunião do grupo de arbitragem da CBF teve a apresentação do sistema de VAR semiautomático para impedimento usado pela Premier League. A confederação confirmou que este será o modelo utilizado no Brasileiro e Copa do Brasil, a partir de 2026.
A empresa Genius é responsável pelo sistema implantado na Premier League. Seu diretor de arbitragem, Harry Lennard, mostrou as premissas do padrão utilizado.
Primeiro, é necessário instalar uma série de câmeras de alta definição de frames distribuídas em pontos estratégicos das laterais e fundos dos estádios. As câmeras são em 4k e capturam 100 frames por segundo.
Sua implementação é feita na parte alta dos estádios. Por isso, serão necessárias algumas obras em certos locais de jogos.
É com essas imagens que foi criado um sistema que tem quatro passos:
1) O gol é marcado e o operador checa o sistema
2). Demora até 32 segundos para mudar o sistema para o VAR semiautomático para checar o impedimento.
3). O sistema confirma informações como o defensor, o atacante e o ponto de contato do chute inicial
4) Há demora de 48 segundos para o resultado da revisão recomendada. Imagem é repassada para emissora de televisão.
Segundo Lennard, as emissoras já divulgam as imagens em suas transmissões antes mesmo de se reiniciar o jogo tal a rapidez.
O motivo inicial para se procurar um sistema não só mais preciso, mas que evitasse o problema de o público saber das decisões antes dos jogadores e técnico. Isso porque, antes, as linhas eram traçadas ao vivo por transparências, mas quem estava em campo ficava sabendo por último.
O executivo da Genius destacou, no entanto, que o uso do VAR semiautomático não evita polêmicas, assim como a profissionalização dos juízes (medida em estudo pela CBF). "Há novelas na Inglaterra toda semana, mas elas foram reduzidas", diz Lennard, em referência a discussão sobre árbitros.
O sistema de dados da Genius não serve apenas para o VAR semiautomático. O objetivo é que ele acumule dados para analisar o desempenho dos árbitros, isto é, avaliar a quantidade de erros e acertos que cometem em uma partida. Para isso, é preciso abastecer o sistema com dados.
"Com esses dados, podemos ter base para poder tomar decisões (sobre escala de árbitros)", contou Lennard. Segundo ele, essa revolução na análise mais objetiva dos árbitros está só começando no uso da tecnologia.
Levantamento da CBF mostrou que, das cinco principais ligas da Europa, só a França não usa o semiautomático ainda. Mas está em discussão. Além disso, todas têm modelo profissional de árbitros, com exceção da Alemanha que é híbrido.
Outro ponto levantado por Lennard é a necessidade de se comunicar com o público e com os clubes. Na Inglaterra, há programas de TV nas transmissoras oficiais para explicar as decisões dos árbitros.
Mais lidas