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Confira a entrevista com Hélio Ricardo, colunista do SuperVasco

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Os que tiveram o prazer de conhecer Hélio Ricardo, ou ao menos já leram suas deliciantes e apaixonadas colunas, sabem que, dentre todos os adjetivos que lhe cabem, o de Vascaíno é o que mais lhe apetece. Pois, se o Vasco é luta e paixão, Hélio é acima de tudo um apaixonado pela luta!Pela luta por um Vasco vitorioso, independente, estruturado.. Pegando emprestado um pouco da genialidade de Armando Nogueira, e desde já desculpando-me por isso, digo com toda convicção: Se Hélio não tivesse nascido homem, teria nascido Cruz de Malta. Esse carioca “da gema” de 40 anos, que se desdobra em mil para executar múltiplas funções (Ator, autor, produtor, diretor, escritor, pesquisador), ainda encontra tempo para escrever as mais apaixonadas colunas sobre o clube do seu coração. Para isso não ganha nenhum centavo. Escreve por amor, por devoção a Cruz de Malta que lhe faz vezes de coração. Imaginem vocês que um dia, ao abrir minha caixa de e-mails, deparo-me com uma mensagem do “home”, com uma série de elogios à esse meu humilde blog. Trocamos algumas mensagens e a partir daí surgiu a idéia de fazermos uma matéria sobre seu imperdível livro Mauro “Capitão” Galvão - Lições de Vida, Lições de Futebol-, além de tratarmos de outros temas relacionados à essa paixão que nos domina, nosso imaculado Club de Regatas Vasco da Gama.

A paixão de Hélio pelo Vasco começou como na maioria de nós. Aquela empatia natural pelo escudo, pelas cores, pela cruz. O sentimento foi herdado de sua mãe, que todas as noites lhe servia um copo de leite com um escudo do Vasco-

Lembro-me, desde muito menino, que sempre tomava um copo de leite morno antes de dormir. Minha mãe trazia num copo branco com escudo do Vasco... eu ficava vendo aquela caravela, aquela cruz de malta em destaque no fundo branco por causa do leite... ali nasceu uma admiração... eu meditava todos os dias naquela imagem da caravela...

Apesar de ser um Vascaíno desde sempre, Hélio Ricardo passou a reportar mais importância ao Vasco a partir dos 18 anos. Foi nessa época também que começou a trabalhar como explicador, e adivinhem o que ele fez com seu primeiro salário:

O Vasco passou a ter um papel diferenciado em minha vida por volta dos meus 18 anos.Naquela época eu comecei a fazer um dinheirinho dando aulas como explicador. Comprei meu título de sócio proprietário com meu primeiro “salário” e passei a freqüentar o clube dias de semana.

E freqüentava mesmo. Sempre na última cadeira das arquibancadas de São Januário, o que lhe faz sentir-se mais perto de Deus, ficava meditando, fazendo anotações, poemas. Mais que um clube, o Vasco era seu melhor amigo. Mais que uma terapia, uma experiência divina:

Eu sentava na última cadeira de São Januário, ficava ali contemplando a grandeza do lugar, a brisa fria que batia, aquela vista monumental do estádio vazio... ali eu anotava coisas em um diário, repensava as pessoas e as coisas a meu redor. Era como um divã. Tive o Vasco como um amigo, uma relação íntima. Cresci. Amadureci. Ali chorei sozinho e deixei de ser menino para ser um homem. Mas o coração de menino sempre pulsa quando olho para aquela cruz de malta. Eu me sentia mais perto de Deus quando sentava na última cadeira de São Januário!

Apesar do interesse tardio pelo futebol, a partir daí Hélio se tornou um Vascaíno engajado, participando inclusive da invasão Vascaína ao Morumbi na final do Brasileiro de 89. Só deus sabe como ele sobreviveu, só Deus sabe o que sentiu:

Enfrentamos tudo: apedrejamento, interrupção do trajeto... nem sei como fui! Cantávamos maravilhados, após o golaço de Sorato: “Ih! Ih! Ih! Campeão no Morumbi!”. Eles rebatiam: “Ih! Ih! Ih! Vão morrer no Morumbi”! Pensei que pudesse morrer mesmo. Sobrevivi. Mas foi emocionante: as pessoas gritavam Vasco a madrugada inteira. Eu dormia no ônibus,d e repente alguém levantava, narrava o gol e acordava todo mundo – quatro, cinco da madruga – dentro do ônibus, como se fosse uma arquibancada lotada.

Hélio desde sempre foi um amigo das Palavras, lida com elas como ninguém. Por que não juntar o útil ao agradável? Porque não escrever um livro? Algo relacionado com o Vasco? Uma idéia mais do que óbvia. Resolveu então escrever um sobre um dos maiores zagueiros do futebol brasileiro e da história do Vasco: Mauro Galvão. O Livro aina une mais uma paixão de Hélio, o Teatro, pois é escrito em forma de pequenos esquetes. Leitura leve e indispensável.Mas conta aí Hélio, por que Mauro Galvão?

Eu era fã dele antes mesmo de ter o orgulho de vê-lo vestido com a camisa do Vasco. Achava que ele era o maior zagueiro de sua geração e o melhor que vi jogar nesta vida. Como retribuir essa admiração? Manuseando as palavras, com as quais eu sempre procurei ter intimidade. Um dia, lendo uma linda reportagem de Paulo César Vasconcelos no Jornal do Brasil sobre uma atuação exuberante de Mauro Galvão pelo Vasco, decidi: vou escrever a biografia desse cara. São poucas as pessoas nesta vida por quem se pode colocar a mão no fogo. Mauro Galvão é uma delas! Sua conduta ilibada é à prova de bala! Ele é o orgulho dos craques que primam pela decência e uma lição de moral viva para os que tripudiam de valores éticos na profissão. Lembro de uma frase brilhante do Ruy Carlos Ostermann, um filósofo do futebol conhecido no sul como “professor”: “a autoridade técnica é de quem sabe jogar”. É isso. Mauro jogava tanto que exercia uma serena liderança em campo. Era a referência, o ponto de equilíbrio, de força. Dentro e fora de campo ele era extraclasse... não tinha como não prevalecer!

Foram nove meses de pesquisa, visitas, conversas, convívio. E um personagem essencial para a materialização do projeto foi o Ex-presidente Eurico Miranda:

Escrevi o livro do Mauro, lancei na sala de troféus de São Januário, graças a um apoio incondicional do então presidente Eurico Miranda. Independente de minhas questões partidárias, hoje solidário ao mandato do Roberto, serei eternamente grato ao Eurico pelo favor pessoal e pelo carinho com que me tratou naqueles dias. Não esqueço a forma respeitosa e gentil com que ele me apadrinhou naquele momento. Sou um homem reto, e uma das coisas pelas quais prezo muito é a gratidão. Se ele estiver lendo essas palavras, pode ter a mais absoluta certeza de que, democraticamente, preferi a mudança política no Vasco, mas jamais desprezei o favor e a gentileza que me fez.

Como atualmente no Vasco tudo se envereda para a política, essa entrevista não fugirá a regra. Passado um ano da posse de Dinamite vejamos o que Hélio tem a nos dizer sobre o mandato do Ídolo/Presidente.

Como todo início, acho que tem erros e acertos. Sem querer me estender muito em avaliações, até porque todo juízo é sempre temerário, acredito que neste exato momento o Roberto está cercado das pessoas certas e competentes para a realização de uma gestão inteligente, moderna, estruturada. Há barreiras de mercado, impostas por adversários externos e internos. Isso está claro para todo mundo. O preço de se abrir espaço para opinião e discussão também é caro: todo mundo tem “verdades”, todo mundo quer reclamar, atacar. Tem muito vampirismo, muita gente pretensiosa, doentia, que quer aparecer às custas do Vasco nesta fase atual. A mosca azul picou essa gente: eles têm a pretensão de “refazer o Vasco”. Graças a Deus o próprio Roberto conseguiu se livrar de alguns deles dentro de sua diretoria. Na imprensa, nos sites, nos blogs... é geral, ainda tem muito deslumbrado solto, tentando reescrever uma história que já está escrita. Tem gente demais falando e gente muito boa fazendo, isso é o que importa. Olho para Fábio Fernandes, olho para Rodrigo Caetano e penso: “estamos no caminho certo”!

E para concluir essa entrevista que desde já agradeço muito a concessão, o que Hélio Ricardo espera do Vasco na Série B?

Acho que o começo de tudo foi termos um treinador centrado e inteligente como Dorival Júnior. Ele literalmente arrumou o time do Vasco. Antes, era uma zona! Os treinadores anteriores foram um fiasco. Com a força dessa bandeira, com a paixão dessa torcida e com o suor de quem tem honrado nossa camisa, vejo o Vasco novamente em sua trilha de vitórias. “O Vasco é um forte”... eu sempre digo isso

Fonte: Blog do Almirante
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