A partir desta quarta-feira (17), Corinthians e Vasco iniciam a disputa do título da Copa do Brasil. Os dois times, que passaram respectivamente por Cruzeiro e Fluminense nos pênaltis durante a semifinal, voltam a duelar em uma decisão após muitos e muitos anos.
A última (e única) final entre eles aconteceu em 14 de janeiro de 2000, no Mundial de Clubes. Na ocasião, depois de um empate em 0 a 0 no Maracanã lotado, o título foi decidido nos pênaltis. Quem levou a melhor foi o time paulista, que venceu por 4 a 3 com direito a chute para fora de Edmundo contra Dida.
Se o camisa 10 vascaíno virou vilão, poderia muito bem ter se transformado no grande herói. Em entrevista à ESPN, o ex-zagueiro Mauro Galvão relembrou de um lance que até hoje "atormenta" o torcedor cruzmaltino.
Aos 35 minutos do segundo tempo, Felipe lançou uma bola para Edmundo, que sairia na cara do gol. Inicialmente, parecia que o jogador estava muito à frente do penúltimo defensor do Corinthians, mas o replay deixa claro que ele estava em posição normal.
"O jogo foi equilibrado, as duas equipes eram as melhores do Brasil. O que lembro é que foi muito equilibrado, difícil dizer que um foi melhor que o outro, tivemos situações importantes. Lembro que no jogo deram um impedimento do Edmundo em um lance que não tinha nada. Ele ia sair na cara do gol e foi dado o impedimento, que até hoje ninguém conseguiu explicar", declarou o defensor.
"Se tivesse o VAR, talvez... é que as coisas nem sempre são como a gente quer. Naquele momento não tinha, mas se fosse hoje, talvez tinha nos beneficiado. A gente não sabe. Uma coisa é ter um lance de impedimento que pode resultar em gol, e outra é se o gol ia sair", lembrou Mauro Galvão.
Visto a qualidade de Edmundo e o grande momento em que vivia com a camisa do Vasco, dá para dizer que a chance dele fazer o gol era grande.
Como a jogada foi parada e o lance invalidado, o camisa 10 acabou se tornando vilão pouco depois, nos pênaltis, ao errar a última cobrança, já nas alternadas. O ex-zagueiro revelou também que o colega nunca se desculpou pelo que aconteceu e disse que imagina o quanto ele sofreu com o erro.
"Não é uma coisa muito usual no futebol um jogador pedir desculpas. Ninguém erra porque quer. Se quisesse pedir, podia até pedir, mas não vejo dessa forma. É o momento da pessoa ficar sozinha para entender o que aconteceu e as consequências de tudo, mas a vida continua, a gente não pode se abater", falou o ex-zagueiro.
"O Edmundo continuou a carreira dele, a vida dele, e nós a nossa. Todos os que passam por isso precisam entender. O futebol é muito importante para nós, mas temos que saber lidar com as emoções. Em momentos vão te abraçar, mas em outros ninguém vai querer te ver. Você vai ter o aplauso, mas a vaia também. E o profissional do futebol que não conseguiu entender isso, vai ter muita dificuldade na vida".
O primeiro jogo entre Vasco e Corinthians está marcado para a quarta-feira (17), na Neo Química Arena. Quatro dias depois, eles voltam a se enfrentar no Maracanã, quando conheceremos o grande campeão do torneio.
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