O Vasco penou para empatar com o Operário-PR em 1 a 1, em Ponta Grossa, no jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Um atuação abaixo do padrão mínimo desejado para um time que representa um clube da Série A em confronto com adversários da Série B. Mas, como o Vasco tem histórico de frágil visitante e há ainda o jogo de volta, dia 20, o empate disfarça a decepção. A vitória simples garantirá a vaga às oitavas-de-final e os R$ 3,6 milhões de premiação.
Mas o resultado não foi o mais deprimente da tarde/noite no Paraná. Foi estarrecedor ver um diretor do Vasco, improvisado no cargo de treinador, desvalorizar um jogador pelo qual o clube pagou U$ 1,5 milhão (cerca de R$ 9 milhões) por 50% dos direitos econômicos. Ao criticar o futebol do zagueiro argentino Manoel Capasso, Felipe Loureiro foi grosseiro com o profissional e desvalorizou um ativo do Vasco. Algo que não poderia ter feito até por questões estatutárias.
Afinal, está lá no parágrafo 7 do Artigo 47 do Capítulo VII do estatuto, que delibera sobre os “Poderes”: “Caso incorram em ato de gestão irregular ou temerária, os dirigentes eleitos ou nomeados serão imediatamente afastados…, pelo período de cinco anos.” Ou seja: como diretor nomeado para a pasta do futebol, Felipe Loureiro jogou contra o próprio patrimônio, um dia depois de a diretoria ter anunciado em balanço (sic) que a dívida do clube já ultrapassa R$ 1,1 bilhão. No mínimo, faltou zelo.
Não vai dar em nada, sabemos. Pelo contrário: Felipe, o maestro, seguirá como técnico do Vasco até que os resultados lhe tirem a oportunidade de mostrar que pode ser treinador de um clube da Série A. Até agora, são 37 jogos, com 26,4% de vitórias e 37,2% dos pontos disputados em passagens pelo Tigres, Bangu, Confiança, Volta Redonda e Vasco,. Como não haverá tempo para treinos até o jogo contra o Lanús, na Argentina, na terça-feira (13), acho pouco provável que Pedro Paulo, o presidente, interrompa o sonho de seu grande parceiro.